segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Os Irmãos Coen

Minha lista de diretores favoritos é grande: Christopher Nolan, Quentin Tarantino, David Fincher, Darren Aronofsky, Sidney Lumet, Martin Scorsese, Clint Eastwood e os irmãos Coen. Nesta postagem vou falar sobre os dois últimos que citei.
Os irmãos Joel e Ethan Coen são bons tanto como diretores (Ethan começou a receber créditos de direção a partir de Matadores de Velhinha, em 2004) quanto como roteiristas. Eles criam diálogos espetaculares em histórias sempre muito inteligentes, às vezes irônicas, e trabalham várias vezes com os mesmos atores, em uma lista que inclui Frances McDormand (esposa de Joel), George Clooney, Steve Buscemi, John Turturro e muitos outros.
Criadores de algumas das maiores comédias do cinema, como Arizona Nunca Mais, O Grande Lebowsky e Fargo: Uma Comédia de Erros, os Coen também se dão muito bem quando adaptam trabalhos de outras pessoas para a telona. Ganharam três Oscars por Onde os Fracos Não Têm Vez (de todos os filmes deles, este é o meu favorito) e nesta última semana receberam mais três indicações por Bravura Indômita. Em 2001, haviam recebido uma indicação para Melhor Roteiro Adaptado por E Aí Meu Irmão, Cadê Você?.
Aliás, algo que vem surpreendendo bastante é o sucesso de público de Bravura Indômita. Bilheteria e irmãos Coen sempre andaram juntos de forma bastante moderada, ficando na média dos 50 milhões de dólares. Mesmo assim, os filmes deles nunca trouxeram prejuízos para o bolso dos estúdios porque custam pouco para os padrões hollywoodianos. Bravura Indômita é o filme mais caro da carreira deles, custando 38 milhões de dólares, e se tornou o maior sucesso de bilheteria dos irmãos (no momento, já arrecadou 148 milhões nos Estados Unidos), e grande parte disso se deve a classificação indicativa do filme: PG-13, que aqui no Brasil é o equivalente aos 12 e 14 anos.
Com oito Oscars no currículo (quatro para cada um), Joel e Ethan Coen são dois caras que há anos não precisam provar mais nada a ninguém. Com eles no comando, sempre podemos esperar bons filmes.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Oscar 2011 - Indicados

Hoje saiu a tão esperada lista de indicados ao Oscar 2011. O Discurso do Rei lidera em número de indicações, com 12. Logo atrás, surpreendentemente, veio o western Bravura Indômita, com 10 indicações. O grande favorito A Rede Social teve 8 indicações, número menor do que o esperado.
O Brasil pode não ter entrado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro (ufa!), mas seremos representados por Lixo Extraordinário, que foi indicado para Melhor Documentário.
Mas algo me irritou profundamente nesta lista de indicados. E acho que todos sabem em que categoria. Onde está Christopher Nolan em Melhor Direção? Mais uma vez injustiçado pela Academia. Mas pelo menos ele está concorrendo, mais uma vez, em Melhor Roteiro Original. Ao todo, A Origem recebeu 8 indicações.
Abaixo está a lista completa de indicados:
Melhor Filme
Cisne Negro
O Vencedor
A Origem
Minhas Mães e Meu Pai
O Discurso do Rei
127 Horas
A Rede Social
Toy Story 3
Bravura Indômita
Inverno da Alma
Melhor Direção
Darren Aronofsky, Cisne Negro
David Fincher, A Rede Social
Tom Hooper, O Discurso do Rei
David O. Russell, O Vencedor
Joel & Ethan Coen, Bravura Indômita
Melhor Ator
Javier Bardem, Biutiful
Colin Firth, O Discurso do Rei
James Franco, 127 Horas
Jesse Eisenberg, A Rede Social
Jeff Bridges, Bravura Indômita
Melhor Ator Coadjuvante
Christian Bale, O Vencedor
John Hawkes, Inverno da Alma
Mark Ruffalo, Minhas Mães e Meu Pai
Geoffrey Rush, O Discurso do Rei
Jeremy Renner, Atração Perigosa
Melhor Atriz
Annette Bening, Minhas Mães e Meu Pai
Nicole Kidman, Reencontrando a Felicidade
Jennifer Lawrence, Inverno da Alma
Natalie Portman, Cisne Negro
Michelle Williams, Namorados para Sempre
Melhor Atriz Coadjuvante
Amy Adams, O Vencedor
Helena Bonham-Carter, O Discurso do Rei
Melissa Leo, O Vencedor
Hailee Steinfeld, Bravura Indômita
Jacki Weaver, Animal Kingdom
Melhor Filme Estrangeiro
Biutiful (México)
Dogtooth (Grécia)
Em Um Mundo Melhor (Dinamarca)
Incêndios (Canadá)
Fora da Lei (Algéria)
Melhor Roteiro Original
Christopher Nolan, A Origem
David Seidler, O Discurso do Rei
Mike Leigh, Another Year
Scott Silver, Paul Tamasy, Eric Johnson e Keith Dorrington, O Vencedor
Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg, Minhas Mães e Meu Pai
Melhor Roteiro Adaptado
Aaron Sorkin, A Rede Social
Joel e Ethan Coen, Bravura Indômita
Danny Boyle e Simon Beaufoy, 127 Horas
Debra Granik, Anne Rosellini, Inverno da Alma
Michael Arndt, John Lasseter, Andrew Stanton e Lee Unkrich, Toy Story 3
Melhor Filme de Animação
Como Treinar o Seu Dragão
O Mágico
Toy Story 3
Melhor Fotografia
Cisne Negro, Matthew Libatique
A Origem, Wally Pfister
O Discurso do Rei, Danny Cohen
Bravura Indômita, Roger Deakins
A Rede Social, Jeff Cronenweth
Melhor Documentário
Exit Through the Gift Shop - Banksy, Jaimie D'Cruz
GasLand - Josh Fox, Trish Adlesic
Trabalho Interno - Charles Ferguson, Audrey Marrs
Restrepo - Tim Hetherington, Sebastian Junger
Lixo Extraordinário - Lucy Walker, Angus Aynsley
Melhor Montagem
Cisne Negro, Andrew Wesiblum
O Vencedor, Pamela Martin
O Discurso do Rei, Tariq-Anwar
127 Horas, Jon Harris
A Rede Social, Angus Wall e Kirk Baxter
Melhor Trilha Sonora
Como Treinar o Seu Dragão, John Powell
A Origem, Hans Zimmer
O Discurso do Rei, Alexandre Desplat
127 Horas, A.R. Rahman
A Rede Social, Trent Reznor e Atticus Ross
Melhor Direção de Arte
Alice no País das Maravilhas - Robert Stromberg e Karen O'Hara
Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 - Stuart Craig e Stephenie McMillan
A Origem - Guy Hendrix Dyas, Larry Dias e Doug Mowat
O Discurso do Rei - Eve Stewart e Judy Farr
Bravura Indômita - Jess Gonchor e Nancy Haigh
Melhor Figurino
Alice no País das Maravilhas, Colleen Atwood
I Am Love, Antonella Cannarozzi
O Discurso do Rei, Jenny Beavan
A Tempestade, Sandy Powell
Bravura Indômita, Mary Zophres
Melhor Maquiagem
Minha Versão Para o Amor, Adrien Morot
The Way Back, Edouard F. Henriques, Gregory Funk e Yolanda Toussieng
O Lobisomem, Rick Baker e Dave Elsey
Melhor Canção
"Coming Home", Country Strong
"I See The Light", Enrolados
"If I Rise", 127 Horas
"We Belong Together", Toy Story 3
Melhor Edição de Som
A Origem, Richard King
Toy Story 3, Tom Myers e Michael Silvers
Tron - O Legado, Gwendolyn Yates Whittle e Addison Teague
Bravura Indômita, Skip Lievsay e Craig Berkey
Incontrolável, Mark P. Stoeckinger
Melhor Mixagem de Som
A Origem, Lora Hirschberg, Gary A. Rizzo e Ed Novick
O Discurso do Rei, Paul Hamblin, Martin Jensen e John Midgley
Salt, Jeffrey J. Haboush, Greg P. Russell, Scott Millan and William Sarokin
A Rede Social, Ren Klyce, David Parker, Michael Semanick and Mark Weingarten
Bravura Indômita, Skip Lievsay, Craig Berkey, Greg Orloff and Peter F. Kurland
Efeitos Visuais
Alice no País das Maravilhas, Ken Ralston, David Schaub, Carey Villegas e Sean Phillips
Harry Potter e As Relíquias da Morte - Parte 1, Tim Burke, John Richardson, Christian Manz eNicolas Aithadi
A Origem, Paul Franklin, Chris Corbould, Andrew Lockley e Peter Bebb
Homem de Ferro 2, Janek Sirrs, Ben Snow, Ged Wright and Daniel Sudick
Além da Vida, Michael Owens, Bryan Grill, Stephan Trojanski e Joe Farrell
Melhor Curta
The Confession
The Crush
God Of Love
Na Wewe
Wish 143
Melhor Curta Animado
Day & Night
The Gruffalo
Let´s Pollut
The Lost Thing
Madagascar
A 83ª Edição do Oscar será dia 27 de fevereiro.

domingo, 23 de janeiro de 2011

O Turista

Ver Johnny Depp e Angelina Jolie juntos é algo que não se vê todo dia, e só por isso O Turista já seria um filme que vale a pena assistir. Achei que o grande atrativo do filme fosse ser apenas os dois juntos na tela, mas a estreia do diretor alemão Florian Henckel von Donnersmarck (o mesmo do ótimo A Vida dos Outros) em Hollywood mostra uma história interessante e surpreendentemente satisfatória.
Frank Tupelo (Johnny Depp) é um turista que acaba sendo escolhido por Elise Ward (Angelina Jolie) para se passar por Alexander Pearce, um homem que roubou milhões de dólares do gângster Reginald Shaw e é foragido da Scotland Yard. Por causa disso, Frank passa por maus bocados, mas nada que o impeça de se apaixonar pela sedutora Elise.
Por mais que Johnny Depp e Angelina Jolie não combinem como um casal, eles mostram todo o talento deles ao atuar. Jolie compõe uma personagem misteriosa e apaixonada, que faria tudo por seu amado Alexander Pearce. E Depp faz de Frank Tupelo um personagem divertido, que se mostra atrapalhado durante grande parte da projeção. Isso é exatamente o que poderíamos esperar de um simples professor de matemática que se vê em uma bela enrascada.
Donnersmarck conduz muito bem as cenas de perseguição, que são uma constante no filme. Destaque para a cena em que Frank está preso a um barco e Elise aparece para salvá-lo. O diretor ainda consegue ótimas tomadas de alguns dos lugares mais bonitos do mundo, como Veneza e Paris.
O roteiro, escrito pelo próprio diretor ao lado de Christopher McQuarrie e Julian Fellowes, é bem montado, mas não chega ao ponto de surpreender quando chega ao final, onde acontece uma reviravolta que não tem muito impacto.
O Turista é a reunião de um diretor talentoso com dois dos melhores atores que o cinema já viu. Apesar de não ter cenas de impacto, é um filme imprevisível até seus instantes finais.
Cotação:

sábado, 22 de janeiro de 2011

Além da Vida

É difícil de acreditar que Além da Vida seja um filme dirigido por Clint Eastwood. É um drama que não tem nada de parecido com as outras produções do diretor. Isso porque aborda um tema diferente: vida após a morte. Por isso, fiquei surpreendido ao ver que Eastwood se saiu muito bem nesse trabalho.
Escrito por Peter Morgan (o mesmo roteirista do ótimo Frost/Nixon), Além da Vida se concentra em três histórias: a do vidente americano George Lonegan, que no momento quer apenas seguir uma vida normal, a da jornalista francesa Marie LeLay, que sofreu uma experiência de quase-morte, e a do garoto inglês Marcus, cujo irmão gêmeo Jason foi morto em um atropelamento.
Achei interessante o fato de Eastwood não tentar mostrar uma visão sua de como é a vida após a morte, se concentrando apenas nas histórias de seus protagonistas. Cada uma delas ganha uma atenção especial do diretor, fazendo com que o filme nunca perca o seu equilíbrio.
O filme ainda tem momentos de grande impacto dramático, a começar pela cena inicial que mostra uma tsunami destruindo tudo o que encontra pela frente (a equipe de efeitos especiais merece aplausos por isso). Outros grandes momentos são em relação aos próprios personagens, que emocionam por causa dos dramas pelos quais estão passando.
Mas nem tudo são as mil maravilhas em Além da Vida. Melanie, personagem de Bryce Dallas Howard, não tem muito tempo em cena e serve apenas para que o personagem de Matt Damon repita sua história como vidente, algo que o irmão dele (interpretado por Jay Mohr) já havia contado. Sendo assim, Melanie é uma personagem absolutamente descartável. Outra falha reside no momento em que as três histórias se colidem, algo que acontece de forma muito forçada.
Matt Damon faz um bom trabalho interpretando George Lonegan, um personagem que tenta levar uma vida normal, mas que não consegue se livrar por completo de sua maldição. Cécile De France também não desaponta, interpretando uma personagem que sente necessidade de contar sua triste experiência. Mas quem surpreende são os gêmeos Frankie e George McLaren, que interpretam Marcus e Jason. Eles são responsáveis por uma das cenas mais emocionantes do filme (digo “eles” porque os dois se alternaram durante as filmagens).
Além da Vida pode ser diferente de qualquer outra produção que Clint Eastwood já tenha dirigido, mas mostra que o diretor tem força para guiar qualquer tipo de história.
Cotação:

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

"Traduções" de Filmes

Depois que assisti Entrando Numa Fria Maior Ainda Com a Família (odeio falar esse título inteiro), me indignei com os tradutores de títulos de filmes. O que esses caras têm na cabeça que os fazem pensar que tem o direito de estragar o título de um filme? Eu sei que várias pessoas já escreveram sobre o assunto, mas gostaria de dar a minha opinião sobre isso.
Não é a primeira vez que me irrito com essas traduções:
- Vampires Suck = Os Vampiros Que Se Mordam
- The Time Traveler’s Wife = Te Amarei Para Sempre
- The Hangover = Se Beber, Não Case
- Ocean’s Eleven = Onze Homens e Um Segredo (qual é o grande segredo de George Clooney e companhia? Que eles são ladrões todo mundo sabe)
e o soco no pâncreas:
- Elizabethtown = Tudo Acontece em Elizabethtown (qual é o tudo que acontece em Elizabethtown?)
Por que não “Vampiros Não Prestam”? Ou “A Ressaca”? Ou “A Mulher do Viajante do Tempo”? Ou “Elizabethtown”?
Títulos tão simples de traduzir viram bizarrices nas mãos dos tradutores brasileiros. E não são só as traduções dos títulos, mas os subtítulos que resolvem acrescentar:
- Moulin Rouge = Moulin Rouge: Amor em Vermelho
- Jurassic Park = Jurassic Park: Parque dos Dinossauros (porque colocar a tradução do filme logo depois do título?)
- Underworld = Anjos da Noite: Underworld (aqui resolveram inovar invertendo tudo)
Ainda bem que não resolveram colocar um subtítulo em Titanic. O que poderia vir? “Titanic: Amor aos Sete Mares”??? Pelo amor de Deus. (essa piada foi da minha irmã, então palmas para ela!)
Antes de o terceiro filme da franquia Entrando Numa Fria ganhar aquela porcaria de título/subtítulo, o nome era “Entrando Numa Fria Com as Crianças”. Por que não mantiveram esse título? Por que tiveram que colocar o título do segundo filme mais um outro subtítulo para dar a ideia de um terceiro (as pessoas já sabiam que era um terceiro filme)?
Espero que ocorra logo uma renovação entre os tradutores, ou que eles parem de pensar que nós somos burros e não sabemos distinguir o título de um filme. Se isso não acontecer, será difícil aturar as próximas bizarrices.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Globo de Ouro 2011

Em uma cerimônia na qual o apresentador Ricky Gervais fez um trabalho bacana, mas que não conseguiu superar o ano passado (Robert Downey Jr. esteve cinco minutos no palco e fez as pessoas rirem muito mais), A Rede Social foi o grande vencedor da noite. O filme levou quatro dos seis Globos de Ouro que estava disputando: Filme – Drama, Diretor (David Fincher), Roteiro (Aaron Sorkin) e Trilha Sonora (Trent Reznor e Atticus Ross).
Isso quer dizer que o filme de David Fincher já pode ser considerado o grande favorito para o Oscar? Sim, senhoras e senhores, podem considerar isso. Por que? Bem, diferente do ano passado quando Guerra ao Terror e Avatar disputaram prêmios até o final, A Rede Social vem ganhando quase todos os prêmios aos quais está sendo indicado. É algo parecido com aquilo que Quem Quer Ser um Milionário? fez em 2009. Por mais que digam que o Oscar não está definido, eu acho que está mais do que definido.
David Fincher é um diretor que já deveria ter sido reconhecido há anos, então chegou a hora dele. O roteirista, Aaron Sorkin (que, na minha opinião, é um dos melhores em atividade), é outro cara que merecia prêmios há tempos. E o filme é excelente, não há como negar isso.
A minha torcida por A Origem não acabou, mas está se confirmando inútil. A vitória de A Rede Social é, agora, óbvia. Mas se é para A Origem perder, que seja para um filme tão bom quanto.
Vamos falar dos outros prêmios. Em Filme – Comédia/Musical o grande vencedor foi Minhas Mães e Meu Pai. O filme também levou Melhor Atriz – Comédia/Musical, para Annette Bening.
Melhor Ator – Drama o vencedor foi Colin Firth, por O Discurso do Rei. O ator também demonstra ser o cara a ser batido no Oscar. Assim como Natalie Portman, que venceu Atriz – Drama, por Cisne Negro, e confirma seu favoritismo.
Ator e Atriz Coadjuvantes vieram do mesmo filme. Christian Bale e Melissa Leo levaram os prêmios por O Vencedor. Bale confirmou seu favoritismo, mas a categoria de Leo ainda está bem disputada.
Agora, vou falar da categoria mais óbvia de todas: Animação. Quem não sabia que Toy Story 3 iria ganhar? Eu já disse isso várias vezes, mas vou dizer de novo: merece estar entre os dez indicados ao Oscar de Melhor Filme.
Para fechar a parte de cinema, vale lembrar que tivemos a homenagem ao GRANDE Robert De Niro. O ator recebeu o prêmio Cecil B. DeMille pelo conjunto de sua riquíssima carreira, cheia de personagens memoráveis, como Travis Bickle de Taxi Driver, ou o jovem Vito Corleone em O Poderoso Chefão 2. É um dos melhores atores de todos os tempos.
Na parte de televisão, quero fazer um pequeno comentário. Fiquei feliz demais ao ver Jim Parsons ganhar Melhor Ator em Série – Comédia/Musical. The Big Bang Theory é uma das séries mais engraçadas que já assisti, e Sheldon Cooper é um dos personagens mais hilários que já vi.
Abaixo, a lista com os vencedores da parte de cinema:
Melhor Filme (Drama):
A Rede Social
Melhor Filme (Musical/Comédia):
Minhas Mães e Meu Pai
Melhor Direção:
David Fincher, A Rede Social
Melhor Ator (Drama):
Colin Firth, O Discurso do Rei
Melhor Atriz (Drama):
Natalie Portman, Cisne Negro
Melhor Ator (Musical/Comédia):
Paul Giamatti, Minha Versão Para o Amor
Melhor Atriz (Musical/Comédia):
Annette Bening, Minhas Mães e Meu Pai
Melhor Ator Coadjuvante:
Christian Bale, O Vencedor
Melhor Atriz Coadjuvante:
Melissa Leo, O Vencedor
Melhor Roteiro:
Aaron Sorkin, A Rede Social
Melhor Animação:
Toy Story 3
Melhor Filme Estrangeiro:
In a Better World (Dinamarca)
Melhor Trilha Original:
Trent Reznor e Atticus Ross, A Rede Social
Melhor Canção Original:
“You Haven’t Seen The Last of Me” (Burlesque)
Como diriam os Looney Tunes: “Isso é tudo, pessoal!”. Até o Oscar!!!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Entrando Numa Fria Maior Ainda Com a Família

A família de Entrando Numa Fria foi aumentando a cada filme. Se no primeiro vimos o enfermeiro Greg Focker (ou como a triste tradução colocou: Fornika) conhecendo os pais de sua futura esposa, no segundo foi a vez de ele apresentar seus pais. Agora, neste terceiro filme, somos apresentados às pessoas que estavam faltando: os filhos do casal Focker.
Em Entrando Numa Fria Maior Ainda Com a Família (tenho cada vez mais certeza de que os tradutores brasileiros têm qualquer coisa na cabeça, exceto inteligência), vemos como anda a vida de Greg e sua família. Depois das várias confusões que passou nos dois filmes anteriores, o enfermeiro agora é cotado por Jack para ser o próximo chefe da família (ou Godfocker, como o sogrão o chama), depois que este sofre um infarto. Com isso, Greg tenta mostrar de todas as formas que é capaz de liderar a família Byrnes-Focker. Mas, é claro, que isso trará mais confusões, incluindo uma incerteza quanto a fidelidade de Greg.
Pelo que já escrevi, pode-se perceber uma coisa: Samantha e Henry, os Little Fockers do título original, ficam em segundo plano. Achei isso muito ruim, já que eles têm algumas das cenas mais engraçadas do filme. Aliás, eles em si já são engraçados, porque Sam herdou o gene da mãe e Henry o do pai. Sendo assim, a menina é uma versão mirim de Jack, enquanto o menino é uma criança comum.
A primeira metade de Entrando Numa Fria 3 consegue tirar algumas risadas, fazendo referências ao já citado O Poderoso Chefão e também ao ator Andy Garcia (a personagem de Jessica Alba se chama Andi Garcia, e a piada envolvendo o Google foi uma bela sacada). As situações constrangedoras nas quais os personagens se encontram também são engraçadas.
Mas no momento em que Jack começa a desconfiar da fidelidade de seu genro, o filme perde muito o seu potencial. As situações constrangedoras não têm mais graça, fazendo com que o filme fique chato. Para completar, a personagem de Jessica Alba ganha um pouco mais de espaço, e apesar de estar linda como sempre, ela tem uma péssima atuação neste filme.
Ben Stiller, um dos comediantes que mais gosto, se esforça demais para ser engraçado. Isso é uma conseqüência do fato de Greg estar menos bobalhão do que nos outros filmes. E Robert De Niro simplesmente não parece estar se divertindo interpretando seu personagem. Sendo assim, são poucas as cenas em que ele faz rir. As pequenas participações de Dustin Hoffman, Barbra Streisand e Harvey Keitel são desperdiçadas.
Finalizado com um vídeozinho sem graça, Entrando Numa Fria 3 é uma continuação cheia de falhas e poucos acertos. Assim, acho um alívio não precisarmos esperar por um quarto filme, porque não há mais ninguém para ser apresentado. Cotação:

Personagens Marcantes - Ferris Bueller

Há meses estou tentando criar este espaço onde eu falaria sobre os personagens mais marcantes do cinema. Para esta primeira postagem, resolvi falar sobre um ídolo dos adolescentes dos anos 80.
Em 2009, quando morreu, John Hughes deixou órfãos vários personagens interessantes: a garota que tem seu aniversário esquecido em Gatinhas e Gatões, os adolescentes de Clube dos Cinco, o jovem que resolve matar aula e aproveitar o dia. Este último é o personagem desta postagem.
Na filmografia riquíssima de Hughes, Ferris Bueller foi o personagem que mais se destacou. Em Curtindo a Vida Adoidado, ele fez tudo o que nós jovens gostaríamos de fazer: enganou os pais e o diretor da escola, faltou aula e não foi pego. Por que ele faz isso? Não seria muita irresponsabilidade? A resposta é uma das melhores falas que já ouvi: “A vida passa muito rápido. Se você não olhar em volta de vez em quando, você pode perdê-la”.
Ferris é um dos caras mais sortudos que já vi. Ele passa o dia de folga do lado de sua bela namorada e de seu melhor amigo, consegue escapar de ser visto pelo próprio pai em um restaurante e, quando parece que vai ser pego em flagrante, sua irmã resolve ajudá-lo. Em resumo, tudo dá certo para ele.
Além de sortudo, Ferris é corajoso. O cara não tem vergonha nenhuma e simplesmente invade um desfile e canta “Twist & Shout”, na cena mais memorável do filme. Acho que a grande maioria das pessoas que assistiram ao filme (eu entre elas) canto e pulou junto com Ferris nesta cena.
Até hoje seu intérprete Matthew Broderick sofre com a “maldição” de Ferris Bueller. Como ele mesmo disse no Oscar de 2010, as pessoas ainda perguntam para ele: “Ei Ferris, este é o seu dia de folga?”.
Por seu jeito de pensar e agir, típicos de um adolescente rebelde, Ferris é um dos personagens mais marcantes do cinema.
(Se alguém tiver sugestões para os próximos personagens marcantes, coloque nos comentários. Será de grande ajuda).

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Incontrolável

Tony Scott e Denzel Washington são como Johnny Depp e Tim Burton ou Russel Crowe e Ridley Scott: estão sempre juntos fazendo filmes. Depois de Maré Vermelha, Chamas da Vingança, Dejà Vu e O Sequestro do Metrô 123, eles lançam sua quinta parceria: Incontrolável, que assim como o filme anterior deles, tem um trem como plano de fundo.
Baseado em fatos reais, Incontrolável mostra um trem que fica desgovernado depois de uma falha de um funcionário. O grande problema é que não é um trem qualquer, já que materiais inflamáveis estão a bordo. Cabe a Frank Barnes e Will Colson parar este “míssil do tamanho de um prédio” antes que ele faça um belo estrago.
Já no início do filme vemos o grande vilão ser colocado nos trilhos. O mais interessante é que todas as vezes que o trem aparece, a trilha sonora composta por Harry Gregson-Williams o trata como se fosse uma espécie de Jason Vorhees ou Michael Myers. Isso foi algo que gostei bastante, porque o trem é realmente um monstro sobre trilhos. Além disso, ela agrava a situação de perigo em que a cidade e os personagens se encontram.
Tony Scott coloca em Incontrolável um ritmo frenético, usando cortes rápidos e zooms nos rostos dos atores. Este último item eu achei desnecessário em alguns momentos. Mas desta forma, Scott deixa os espectadores com os olhos grudados na tela, esperando o que vai acontecer ao longo do filme. E mesmo com este ritmo, o diretor consegue desenvolver o roteiro de forma bastante calma, e isso me surpreendeu.
Aliás, o roteiro escrito por Mark Bomback é cautelosamente montado para que os protagonistas dêem de cara com o “monstro”. Infelizmente, o roteirista se entrega a alguns clichês, como por exemplo o chefe que pensa que tudo o que faz é o melhor ou o inspetor que é especialista em segurança e dá dicas para os protagonistas. Mas ele tem um êxito maior do que qualquer falha. Em meio a um ritmo acelerado, ele conseguiu encontrar espaço para desenvolver os protagonistas. Assim, ficamos sabendo dos problemas pessoais de cada um e o que eles têm a perder se seu ato heróico não der certo.
Denzel Washington e Chris Pine (uma das grandes revelações dos últimos anos) fazem um ótimo trabalho. Enquanto o primeiro se destaca por mostrar desde o início a experiência de Frank Barnes, o segundo capricha em suas cenas mais dramáticas. E os dois atores merecem aplausos por conseguirem transmitir para o público a coragem de seus personagens.
Incontrolável é um filme muito bem feito. Eletrizante do início ao fim, é mais uma prova de que a parceria entre Tony Scott e Denzel Washington é muito boa. Tomara que continue assim.
Cotação:

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Clássicos assistidos em 2010

2010 foi um ano em que me dediquei bastante aos clássicos do cinema. Assisti vários, até porque tenho o livro 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer, que está me ajudando muito. Mas gostaria de destacar os filmes que gostei bastante (fiquei fascinado por alguns deles).
- Clube dos Cinco (1985), de John Hughes: não pensei que esse filme fosse me tocar tanto. Me identifiquei bastante com os personagens, com as situações em que eles se encontram. Achei as atuações magníficas, principalmente Judd Nelson, e acho uma pena Molly Ringwald não ter conseguido manter sua popularidade nas décadas seguintes. Com Clube dos Cinco virei fã confesso de John Hughes, que infelizmente faleceu em 2009.
- Blade Runner: O Caçador de Andróides (1982), de Ridley Scott: adorei tanto este filme que até já comprei a edição tripla do DVD e o livro no qual é baseado: Do Androids Dream of Electric Sheep?, de Philip K. Dick. E minha irmã ainda me deu uma camiseta no Natal. Arrisco dizer que é o melhor filme de ficção científica que já assisti. Harrison Ford tem em Rick Deckard uma das melhores atuações da carreira e Rutger Hauer está espetacular na pele do replicante Roy Batty. É uma história que me surpreende toda vez que assisto.
- Ben-Hur (1959), de William Wyler: assistir a este filme é obrigação de qualquer pessoa. As três horas e meia de duração passaram muito rápido, porque Ben-Hur é absolutamente brilhante. A corrida de bigas é espetacular (na verdade, espetacular é pouco), uma das melhores cenas da história do cinema. Assim como Blade Runner, é o filme que quero a melhor edição em DVD.
- 12 Homens e Uma Sentença (1957), de Sidney Lumet: Sidney Lumet é um cineasta pelo qual tenho grande admiração. Sendo assim, não via a hora de assistir sua estreia em longas metragens. 12 Homens e Uma Sentença é um dos melhores dramas de tribunal que assisti, empatado com Questão de Honra. É um filme perfeito para fazer um belo estudo de personagens.
- Perseguidor Implacável (1971), de Don Siegel: Harry “Dirty Harry” Callahan é o melhor personagem da carreira de Clint Eastwood. Um policial que não desiste facilmente quando o assunto é pegar os bandidos. A grande fala do filme ("You've got to ask yourself one question: Do I feel lucky? Well, do ya, punk?") é uma das melhores que já escutei. A ágil direção de Don Siegel é perfeita para o filme, sendo uma das melhores sequências aquela em que Dirty Harry corre por toda San Francisco seguindo as normas do assassino. Perseguidor Implacável é um dos melhores filmes policiais já feitos.
- The Rocky Horror Picture Show (1975), de Jim Sharman: este é um dos musicais mais loucos e divertidos que já assisti. The Rocky Horror Picture Show é quase um musical trash, e coisas absurdas acontecem. Havia partes nas quais não conseguia parar de rir. As músicas são divertidíssimas. Em resumo, The Rocky Horror Picture Show é uma verdadeira festa.
- O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante (1989), de Peter Greenaway: essa foi uma dica dada pelo meu professor do cursinho de inglês. Não esperava que gostaria tanto do filme, principalmente da direção de arte, que é reflexo daquilo que os personagens representam. Michael Gambon está perfeito no papel do grande vilão do filme.
Espero que 2011 seja ainda mais cheio de clássicos. Afinal, preciso aprimorar o meu conhecimento sobre filmes.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Dicas de Filmes - Janeiro

Primeira postagem de 2011! É uma pena, no entanto, que eu não tenha tido tempo para assistir a uma das dicas que estou dando, mas, devido aos prêmios que ganhou, acho que vale a pena. As outras dicas são legais.
Então, vamos direto ao assunto:
- O Sequestro do Metrô 123 (2009), de Tony Scott - ****: O irmão de Ridley Scott parece ter gostado muito de brincar com trenzinhos quando era criança. Seu trabalho anterior tem como pano de fundo o sequestro de um trem, e é este o filme que darei como dica. O Sequestro do Metro 123 é estrelado por Denzel Washington (grande parceiro do diretor) e John Travolta. É um bom filme de ação e Travolta está muito bem interpretando o vilão. Este mês estreia Incontrolável, filme sobre um trem desgovernado que carrega material nuclear e pode fazer um belo estrago. É estrelado por Denzel Washington (quinto filme que ele faz com Tony Scott) e Chris Pine.
- A Vida dos Outros (2007), de Florian Henckel Von Donnersmarck: devido ao vestibular da UFRGS, não tive tempo de assistir a este filme, mas gostaria de fazer uma “menção honrosa”. A Vida dos Outros venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2007. O diretor Florian Henckel Von Donnersmarck estreia em Hollywood no filme O Turista, estrelado por Johnny Depp e Angelina Jolie.
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- Encontros e Desencontros (2003), de Sofia Coppola - *****: o segundo longa dirigido por Sofia Coppola é um dos melhores filmes da década passada e confirmou o talento da filha de Francis Ford Coppola para dirigir. Encontros e Desencontros mostra um ator e uma recém-casada que se conhecem em Tóquio e formam uma grande amizade em meio às diferenças culturais entre eles e os japoneses. O novo filme de Sofia Coppola, Um Lugar Qualquer, venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza e estreia no Brasil no dia 28.
Estas são as dicas de janeiro. Bons filmes!!!