sexta-feira, 21 de outubro de 2016

O Contador

Concentrando-se na história de um contador autista que, além de ter suas grandes habilidades com números, também é um sujeito letal quando necessário, O Contador não deixa de partir de uma premissa curiosa, que pode ter sido uma tentativa do roteiro de apostar em algo que tenha algum frescor. Como resultado, o novo trabalho de Gavin O’Connor (de obras como Guerreiro e Força Policial) e protagonizado por Ben Affleck é um longa que pode ser considerado como um choque entre Rain Man e a franquia Bourne, mesmo ficando bem abaixo desses filmes em termos de qualidade.

Escrito por Bill Dubuque (um dos responsáveis pelo roteiro do fraco O Juiz, com Robert Downey Jr.), o filme traz Affleck no papel de Christian Wolff, contador que tem figuras perigosas entre seus clientes e que se relaciona com certa dificuldade com outras pessoas, sendo portador da Síndrome de Asperger. Quando recebe a tarefa de identificar um erro nas contas de uma empresa de robótica que perdeu milhões de dólares recentemente, algo percebido pela jovem Dana Cummings (Anna Kendrick), Chris é encurralado à medida que se aproxima de descobrir o que aconteceu, precisando pôr em prática suas habilidades mortais para sobreviver. Enquanto isso, ele é investigado por Ray King (J.K. Simmons), diretor de crimes financeiros do Departamento do Tesouro, e pela analista Marybeth Medina (Cynthia Addai-Robinson), que buscam identifica-lo e prendê-lo por suas atividades ilícitas.

Por mais que a premissa de O Contador chame atenção em sua proposta, um dos pontos que acabam prejudicando o filme é o desejo por parte do roteiro em querer tornar a história um pouco maior e mais complexa do que o necessário. Sendo assim, o longa se estrutura de forma que acompanhamos não só Christian, mas também as subtramas envolvendo outros núcleos narrativos, como a investigação de Ray e Marybeth e os trabalhos de um assassino profissional (vivido por Jon Bernthal), além de pontualmente inserir flashbacks da vida do protagonista. É uma pena, porém, que Gavin O’Connor não consiga dar importância a todos esses elementos e não salte naturalmente de um ponto da história para outro, o que causa sérios problemas de ritmo na narrativa. É um aspecto tão problemático que, em determinado momento, O’Connor chega a parar a trama principal por vários minutos a fim de que algo seja explicado ao público.

No entanto, quando se concentra em seu protagonista, o filme consegue ser envolvente, o que se deve em parte a boa atuação de Ben Affleck, que encarna Christian Wolff de maneira bastante contida e trazendo frieza ao jeito de ser do personagem, que não tem muita noção de convivência, algo feito sem sacrificar sua humanidade. Aliás, a maneira convincente com que Affleck interpreta os modos de Chris até contribui com o senso de humor do filme, como na cena em que faz um breve aceno para um casal logo depois de cometer um ato violento. Quanto às habilidades físicas do personagem, vale dizer que Gavin O’Connor consegue utilizá-las eficientemente para criar sequências de ação ágeis e que injetam um pouco de energia na narrativa (por sinal, é curioso notar como Chris deixa de usar óculos ao ter que agir com socos e pontapés, como se tirasse uma espécie de máscara).

Se Affleck se sai bem, o elenco de coadjuvantes faz o que pode com personagens que não chegam a ser particularmente interessantes. J.K. Simmons usa sua grande presença em cena para estabelecer a autoridade de Ray King, enquanto Anna Kendrick compõe Dana Cummings com o mesmo jeito meio excêntrico que marca boa parte de seus papeis, sendo uma pena que a personagem seja usada de maneira rasteira e óbvia pelo roteiro para evocar o lado emocional do protagonista. Já Jon Bernthal traz sua persona um tanto insana (e que ele carrega por todos os projetos em que se envolve) para o assassino que interpreta, criando um indivíduo que mantém certa irreverência em meio ao trabalho violento, mas chega a ser triste que ele protagonize uma reviravolta que, de tão previsível, nos faz questionar a inteligência dos realizadores.

Apesar de não fazer muitas coisas interessantes e sentir a necessidade de explicar elementos da trama mesmo quando isso não é importante (a revelação nos últimos segundos é exemplo disso), O Contador é um thriller de ação que funciona razoavelmente. E considerando seus problemas, isso não deixa de ser um pouco de sorte tanto da equipe por trás do filme quanto nossa que o assistimos.

Nota:

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Inferno

Servindo como expoentes na carreira de Dan Brown, um escritor do qual não posso dizer que sou fã, as aventuras centradas no professor Robert Langdon não deixam de partir de uma ideia curiosa ao colocar o personagem como uma espécie de Indiana Jones moderno, que usa seus conhecimentos históricos para resolver grandes quebra-cabeças. Tendo isso em vista, não é à toa que as obras de Brown que têm ganhado as telonas são exatamente as protagonizadas por Langdon, que retorna agora neste Inferno, sua terceira aventura cinematográfica (por algum motivo, os produtores decidiram pular O Símbolo Perdido). Mas se tanto O Código Da Vinci quanto Anjos & Demônios já não haviam resultado em filmes memoráveis, este novo exemplar se supera ao se estabelecer disparadamente como o pior da trilogia.

Com roteiro escrito por David Koepp, Inferno traz Robert Langdon (novamente interpretado por Tom Hanks) acordando em um hospital na Itália sem lembrar de eventos recentes, além de ter visões envolvendo o Inferno concebido por Dante Alighieri em A Divina Comédia. É então que várias pessoas passam a persegui-lo, e ele tem o auxílio da médica Sienna Brooks (Felicity Jones) para ajuda-lo a seguir pistas e entender o que está acontecendo, algo que pode estar ligado às ideias de Bertrand Zobrist (Ben Foster), que vê a superpopulação do mundo como nossa possível extinção.

Assumindo rapidamente a estrutura que regeu os longas anteriores, especialmente O Código Da Vinci, Inferno joga os personagens no meio de uma grande correria enquanto tentam decifrar os mistérios que aparecem em seu caminho, o que obviamente envolve mensagens subliminares em objetos atípicos e obras de arte. Mas é triste acompanhar uma trama que se revela desinteressante e é desenvolvida de forma estúpida, o que vai desde as motivações por trás do que está acontecendo até as visões que Langdon tem ao longo da trama, que se revelam absurdas e até mesmo desnecessárias, já que o protagonista não demora para encontrar um objeto que mostre exatamente a obra de Alighieri e as pistas ali plantadas. Como se não bastasse, o roteiro de David Koepp mastiga a trama constantemente com diálogos expositivos, além de aparentemente subestimar a inteligência do público, seja ao executar reviravoltas ora ilógicas, ora previsíveis, ou ao trazer os personagens falando sua localização segundos depois de esta informação ter sido apresentada por alguns letreiros na tela.

Enquanto isso, Ron Howard (que já havia dirigido os dois longas anteriores) parece conduzir a narrativa no piloto automático, algo decepcionante tendo em vista que ele vinha fazendo trabalhos admiráveis (Rush e No Coração do Mar, para ser mais específico). Além de não impor nenhuma energia ao fraco material que tem em mãos, Howard concebe sequências de ação burocráticas e visualmente confusas (isso quando não são ridículas, como aquela envolvendo um drone), o que dilui qualquer tipo de tensão que a narrativa deveria ter e que a montagem frenética da dupla Tom Elkins e Daniel P. Hanley, somada à trilha pouco inspirada de Hans Zimmer, tanto busca ressaltar sem sucesso.

Interpretando Robert Langdon pela terceira vez, Tom Hanks até exibe seu carisma habitual, mas isso infelizmente mostra não ser o suficiente para tornar o personagem interessante, sendo que os problemas de memória que ele exibe durante a trama até o fazem agir como um pateta, como na cena envolvendo o vídeo de segurança de um museu. Já a langdon girl da vez, Felicity Jones, não consegue dar muita personalidade a Sienna Brooks, uma figura que age de acordo com as necessidades do roteiro, ao passo que Ben Foster mal tem a chance de estabelecer Bertrand Zobrist como um vilão intrigante, e o plano do personagem se revela tão enrolado que é até difícil leva-lo a sério, sem falar que suas ideias sobre superpopulação são tratadas de maneira rasa pelo roteiro. Fechando o elenco, intérpretes como Omar Sy, Irrfan Khan e Sidse Babett Knudsen passam batidos pela tela em papeis puramente unidimensionais.

Foram necessários sete anos para que O Código Da Vinci e Anjos & Demônios ganhassem uma continuação, sendo que aqueles longas nem fizeram com que fosse possível sentir falta das histórias de seu protagonista durante esse período. Pois Inferno também não ajuda a reverter isso, mostrando ser um thriller que fica bem longe de ter a inteligência que acredita possuir.

Nota:


sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Séries: Luke Cage

Introduzido no universo Marvel na ótima primeira temporada de Jessica Jones, Luke Cage rapidamente se estabeleceu como um personagem interessante, tendo sido bom ver que sua participação na série da anti-heroína interpretada por Krysten Ritter teve um destaque maior do que ser apenas uma mera apresentação ao público. Ganhando agora sua própria série, este novo herói tem a chance de ter seu potencial mais explorado, além de ser por si só um ponto para a representatividade, já que não é sempre que minorias aparecem protagonizando grandes produções como esta, que é a primeira empreitada do universo Marvel centrada em um personagem negro. O que se vê aqui é uma série eficiente, ainda que inferior a Demolidor e Jessica Jones no que diz respeito aos trabalhos da parceria Marvel/Netflix.

Desenvolvida por Cheo Hodari Coker (cujos créditos incluem Ray Donovan e a cinebiografia Notorious B.I.G.), essa primeira temporada de Luke Cage traz o indestrutível personagem-título (novamente interpretado por Mike Coulter) vivendo no Harlem, bairro famoso por ser um grande centro da comunidade negra em Nova York. Por ali, Luke tenta não chamar a atenção de ninguém, mantendo suas habilidades em segredo e se dividindo entre seus empregos na barbearia comandada pelo bondoso Pop (Frankie Faison em uma participação pequena, mas marcante) e na boate de Cornell “Boca de Algodão” Stokes (Mahershala Ali). Este último é um dos maiores mafiosos da região e primo da vereadora Mariah Dillard (Alfre Woodard), com quem tem uma parceria corrupta que ajuda a mantê-los em suas respectivas posições de poder, e ambos ganham ainda a ajuda de Shades (Theo Rossi). Mas é claro que não demora até que eles batam de frente com Luke, desencadeando uma série de conflitos pelo Harlem que acabam sendo investigados pela detetive Misty Knight (Simone Missick) e seu parceiro Rafael Scarfe (Frank Whaley).

Claramente inspirada por produções de blaxploitation, movimento de filmes feitos e protagonizados por negros e que tomou as telas na década de 1970, Luke Cage logo mostra seguir um tom diferente de qualquer coisa que a Marvel já produziu. Com uma ótima trilha repleta de toques de soul, jazz e hip-hop composta por Ali Shaheed Muhammad e Adrian Younge, a ambientação no Harlem e as discussões pontuais envolvendo a cultura negra e seus principais expoentes, a série ganha uma personalidade muito particular graças à natureza de seu material, algo que ela abraça sem pestanejar. Além disso, os episódios não deixam de abordar questões sociais importantes, inserindo comentários sobre escravidão, racismo e sexismo, ainda que por vezes isso ocorra de um jeito óbvio e superficial.

Sabendo que os poderes de Luke Cage quase anulam as possibilidades de ele ficar em risco nas cenas de ação (ênfase no “quase”), a série acerta ao se concentrar bastante nos dramas pessoais do herói e nas rixas que ele cria com os vilões, e nesses aspectos estão alguns dos melhores pontos dessa temporada. Inicialmente, Luke vê seus poderes como uma maldição que o impede de ser uma pessoa normal, mas é bacana ver que, depois que ele os abraça como uma possibilidade de fazer o bem, o personagem utiliza-os não só como uma forma de derrubar bandidos e tornar seu mundo um pouco mais limpo, mas também de impedir que pessoas que ele quer proteger sujem as mãos (o quinto episódio mostra isso muito bem). Para completar, melhor do que ver os embates diretos entre o protagonista e seus inimigos é acompanhar as estratégias de ambos os lados para derrubar um ao outro, com a imagem que a população tem deles sendo um dos aspectos mais utilizados para isso.

Voltando confortavelmente ao papel de Luke Cage, o carismático Mike Coulter tem uma presença em cena que mistura imponência, charme e virilidade, características que acabam combinando perfeitamente com o personagem. E é bom ver como o ator ainda mostra saber entreter com o controle que Luke tem quanto os próprios poderes, divertindo com a calma que exibe enquanto alguns capangas desesperados o enfrentam (como não rir em momentos como aquele em que ele coloca alguém para dormir com um peteleco?). Já no elenco de apoio, Rosario Dawson volta a interpretar a enfermeira Claire Temple dando continuidade ao arco da personagem iniciado na primeira temporada de Demolidor, fazendo dela uma figura cada vez mais interessante, ao passo que Simone Missick se destaca ao estabelecer Misty Knight como uma policial que conquista o espectador com sua força e integridade. E se Theo Rossi compensa a unidimensionalidade de Shades ao torna-lo um braço-direto cuja racionalidade é vital para os chefes impulsivos, Mahershala Ali cria em Cornell Stokes um mafioso que segue a linha Wilson Fisk (ou seja, se meter com ele é assinar a própria sentença de morte), enquanto que Alfre Woodard faz de Mariah Dillard uma figura por vezes mais inteligente e ameaçadora que o primo, e ambos os atores formam uma bela dinâmica vilanesca entre seus personagens. É exatamente por a dupla ser tão bacana que é uma pena vê-la perder espaço na segunda metade da temporada para Kid Cascavel, cuja aparição é preparada desde o começo, mas que se revela um vilão um tanto aborrecido quando finalmente surge em cena, por mais que o roteiro e seu intérprete, Erik LaRay Harvey, se esforcem para fazer dele um sujeito intrigante.

Este, porém, não é o único problema que impede essa temporada de Luke Cage de ser um pouco mais consistente. Tendo que cumprir a demanda de treze episódios, a série infelizmente enrola demais a trama, como ao esticar por dois capítulos o momento em que o protagonista invade um esconderijo de Cornell Stokes, se estruturando de um jeito que passa a impressão de que não há material suficiente para a temporada toda. Isso, inclusive, leva os roteiristas a fazer algo parecido com o que ocorreu no recente segundo ano de Demolidor, organizando dois arcos narrativos que se dividem fragilmente a partir da metade da temporada, e por precisar lidar com isso e mais algumas subtramas a série acaba ganhando um ritmo irregular, mesclando grandes momentos com outros não tão interessantes, não conseguindo ser constantemente envolvente.

Mas por mais que haja uma sensação de que a temporada talvez pudesse ser melhor, felizmente os elementos ricos que ela apresenta sustentam bem os episódios. Assim, Luke Cage consegue ficar marcada como um exemplar satisfatório da franquia que a Marvel vem concebendo. E considerando que antes de uma provável segunda temporada o protagonista retornará em Os Defensores, minissérie que reunirá os heróis das produções da Marvel/Netflix, é inevitável ficar interessado em ver como a história dele e dos outros personagens irão se encontrar.

Leia as críticas das outras séries da Marvel/Netflix:

12 Horas Para Sobreviver: O Ano da Eleição

Ao assistir Uma Noite de Crime e sua continuação, Uma Noite de Crime: Anarquia, algo que fica muito claro é que o diretor-roteirista James DeMonaco bolou uma premissa interessante, que abre possibilidades para explorar a natureza autodestrutiva do ser humano e como esse aspecto poderia dar as caras caso não precisássemos seguir leis, resultando em críticas sociais por vezes surpreendentes. Mas mesmo que não sejam produções desastrosas, ao final daqueles filmes fica a impressão de que eles não são tão bons quanto suas ideias. Isso é algo que se mantém neste terceiro exemplar, 12 Horas Para Sobreviver: O Ano da Eleição (suponho que a série não esteja fazendo muito sucesso no Brasil e a distribuidora agora decidiu trocar o título para vender este novo capítulo como uma novidade por aqui).

Como o subtítulo do filme aponta, a trama dessa vez se passa em época de eleições presidenciais nos Estados Unidos. A senadora progressista Charlie Roan (Elizabeth Mitchell) sobe cada vez mais nas pesquisas, tendo como principal meta acabar com a noite anual de Purgação, que permite as pessoas a cometerem qualquer tipo de crime por doze horas sem sofrerem qualquer tipo de consequência. Não gostando nenhum pouco da possibilidade de terem sua liberdade sanguinária cortada e se sentindo ameaçados nas urnas, os adversários políticos de Charlie decidem eliminá-la antes das eleições, aproveitando para isso a noite que ela busca extinguir. Solta em meio à violência da Purgação, a senadora tem apenas seu chefe de segurança Leo Barnes (Frank Grillo, reprisando seu papel do segundo filme) para ajuda-la a sobreviver. Enquanto isso, Joe Dixon (Mykelti Williamson) tenta proteger seu pequeno mercado com a ajuda de seu funcionário Marcos (Joseph Julian Soria), e não demora até a história deles se encontrar com a de Charlie.

A trama basicamente repete boa parte das direções tomadas nos filmes anteriores, colocando pessoas que não querem participar da Purgação sendo pegas no fogo cruzado e fazendo o possível para sobreviver à noite. Até mesmo questões morais levantadas aqui pelo roteiro lembram o que já vimos antes, com personagens pensando sobre os atos de violência que cometem (ou querem cometer) e como estes não os tornam diferentes dos bandidos que os fizeram sofrer. Sendo assim, em termos criativos, é inevitável sentir que a história é mais do mesmo no que diz respeito à fórmula que a série vem construindo para si mesma. De qualquer forma, não deixa de ser curioso ver como o roteiro mostra a facilidade que algumas pessoas têm para usarem a violência e o ódio para se livrarem de colegas de espécie que, para elas, representam um problema para o mundo onde vivem.

Enquanto desenvolve essas questões, James DeMonaco se esforça para criar um thriller minimamente envolvente, e mesmo que em determinados momentos ele aposte em dar sustos baratos no público, com ameaças surgindo repentinamente na frente dos personagens, o realizador consegue criar eficientes momentos de tensão, merecendo destaque cenas como aquela em que o mercado de Joe corre risco de ser invadido e a outra que se passa em uma igreja. Aliás, se cenas como essas funcionam, isso se deve principalmente porque o roteiro e o elenco conseguem fazer com que nos importemos com os personagens. Elizabeth Mitchell, em especial, chama atenção ao fazer de Charlie Roan a bússola moral do projeto, sendo a única que não comete atos de violência ao longo da história (e não é à toa que ela aparece vestida de branco na maior parte do tempo, o que deixa clara sua natureza pacifista).

Pontualmente inserindo frases de efeitos bobas (“Pequeña Muerte está de volta, vadias”) e exagerando muito nas caricaturas que desenvolve (os religiosos do terceiro ato mais causam risos do que assustam), 12 Horas Para Sobreviver é um filme que tem alguns bons pontos que validam os esforços de James DeMonaco, ainda que no fim o resultado não chegue a ser particularmente marcante.

Nota: