domingo, 29 de janeiro de 2017

Resident Evil 6: O Capítulo Final

Ao longo de seus quinze anos de existência (já faz tudo isso? Uau!), a franquia Resident Evil nunca foi mais do que um entretenimento medíocre, trazendo filmes que começavam a ser esquecidos antes mesmo de seus créditos finais chegarem ao fim. E os próprios realizadores parecem ter noção disso, caso contrário eles não sentiriam tanta necessidade de incluir recapitulações no início de todas as continuações (algo até descartável considerando que não há exatamente uma continuidade entre os longas, com a trama em si mudando de um exemplar para outro). Pois bem, finalmente chegamos a este Resident Evil 6, supostamente o último capítulo de toda essa história e que faz mais do que se juntar ao esquecimento ao lado dos outros filmes, conseguindo ser também o pior da franquia e fazendo-a se despedir no fundo do poço.

Escrito e dirigido por Paul W.S. Anderson, o “gênio” por trás da série, Resident Evil 6 faz uma espécie de retorno às origens, trazendo a heroína Alice (Milla Jovovich) tendo que voltar até a Colmeia em Raccoon City, já que a Umbrella Corporation guarda por lá um antivírus que deve acabar com todos os organismos infectados pelo T-vírus, algo que pode salvar os poucos milhares de humanos que ainda habitam o planeta. No caminho, Alice enfrenta não só os zumbis, mas também o retorno do Dr. Isaacs (Iain Glenn), tendo a ajuda de apenas alguns sobreviventes em sua batalha, entre eles sua velha aliada Claire Redfield (Ali Larter).

Basicamente, trata-se da mesma ladainha de sempre, com um fiapo de história desenvolvido sem qualquer cuidado. Nem a ideia de um mistério envolvendo um informante da Umbrella no grupo de Alice tem o efeito que Anderson deseja, já que qualquer chance de surpresa acaba à medida que o diretor elimina personagens, em mortes que não tem impacto algum, tamanho nosso envolvimento com aquelas figuras. Aliás, a incompetência de Anderson como roteirista é tão grande que ele exibe um talento particular para conceber diálogos pavorosos, como “Você está morrendo. Então morre logo” ou “Nós jogamos um longo jogo” (só imagino a alegria dele ao escrever uma coisa tão óbvia envolvendo o material original do filme), ao passo que informações importantes são jogadas na tela sempre de um jeito bastante conveniente. Isso sem falar na temática religiosa que o cineasta insere aqui de maneira boba e desajeitada, o que apenas causa risos involuntários.

No entanto, se falei da incompetência de Paul W.S. Anderson como roteirista, devo apontar que esta só é superada por sua total falta de noção como diretor. Se nos longas anteriores ele abusava da câmera lenta, que tornava as sequências de ação estilizadas e um tanto aborrecidas, dessa vez ele decide seguir o caminho totalmente oposto, provando-se um perfeito discípulo de Michael Bay ao apostar em uma montagem absurdamente picotada, na qual os planos não duram um segundo na tela, e rápidos movimentos de câmera, recursos que tornam a ação incompreensível, de modo que é difícil ver até o formato das criaturas que atacam Alice. E por mais convincente que Milla Jovovich seja como heroína de ação, é uma pena que em determinados momentos nem consigamos entender como que ela abate seus inimigos, de tão caótica que a direção de Anderson se revela.

Duvido muito que este se trate do último exemplar da franquia Resident Evil. É possível que daqui uns anos alguém decida traze-la de volta em um reboot (ou até mesmo em uma continuação focada em outros personagens). De um jeito ou de outro, acho que é seguro dizer que o tempo que a série ficar fora do radar não será preenchido com saudades. Especialmente depois deste filme.

Nota:

Passageiros

Ao sair da sessão de Passageiros, me peguei rindo sozinho enquanto gradualmente retornava para a vida normal fora da sala de cinema. Teria sido ótimo se este efeito tivesse sido causado de maneira proposital pelo filme, mas infelizmente não foi o caso. Na verdade, esta mistura de romance com ficção científica se revela tão moralmente absurda que, enquanto processava as duas horas que havia dedicado a ela, preferi seguir o caminho do “rir para não chorar”.

Escrito por Jon Spaihts (de Prometheus e Doutor Estranho), Passageiros tem início em meio a viagem da espaçonave Avalon, que está levando mais de cinco mil pessoas a um novo planeta chamado de Homestead II, em uma viagem que deve durar 120 anos. Mas após a nave passar por uma onda de asteroides, a cápsula de Jim Preston (Chris Pratt) acaba falhando e fazendo-o acordar 90 anos antes de a jornada ser completada, o que o deixa desesperado por não haver uma opção que o permita voltar para a hibernação. É quando ele se encanta por Aurora (Jennifer Lawrence), escritora que ainda está dormindo sem problema algum, mas que ele decide acordar para não ficar sozinho, o que rende uma história de amor enquanto ambos lidam com a perda de suas vidas normais.

Acordar a mulher de seus sonhos em um ambiente onde vocês estão praticamente sozinhos e fazê-la se apaixonar por você sem deixa-la saber que, na verdade, ela só está ali por conta de um ato egoísta de sua parte e que a fez perder toda uma vida que poderia ter. Basicamente, estamos diante de uma daquelas fantasias machistas definitivas, de forma que chega a ser inacreditável que o filme tenha ganhado vida mesmo com um subtexto tão estúpido (e percebam que descrevi apenas a base da ideia, já que a forma como ela é desenvolvida pelo roteiro ao longo da narrativa consegue tornar as coisas piores).

O engraçado é que o próprio filme tem noção de que essa questão está presente na narrativa, mas parece não saber o que fazer com ela. Em vários momentos o roteiro enfatiza que os atos de Jim são sim condenáveis, mas ao mesmo tempo não deixa de tentar justifica-los, possível resultado de sua determinação em fazer com que simpatizemos com o rapaz apesar de tudo. E quando a história dá a impressão de que tomará um rumo mais interessante, encarando o personagem e a relação dele com Aurora como algo digno de desprezo, isso logo é esquecido quando chegamos ao vergonhoso terceiro ato, com todo o altruísmo exibido pela dupla.

No fim das contas, a visão apresentada pelo diretor Morten Tyldum (de longas como Headhunters e o premiado O Jogo da Imitação) é a de que o relacionamento que se desenvolve entre os personagens não tem nada de muito errado, o que não ajuda suas intenções de fazer com que nos importemos com eles, algo que deveria ser importante principalmente a partir da segunda metade da projeção, quando o cineasta se esforça para criar momentos de grande tensão. E nem mesmo atores carismáticos como Jennifer Lawrence e Chris Pratt (outrora a protagonista forte e independente de Jogos Vorazes) conseguem salvar o barco.

Em tempos de obras como Moana e Rogue One, ver um longa com um sexismo tão escancarado como Passageiros chega a ser assustador. E considerando a fama que Lawrence e Pratt conquistaram nos últimos anos (algo do qual o filme certamente tenta se aproveitar), é uma pena que eles tenham se rendido a um projeto como esse.

Nota:

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Beleza Oculta

Filmes como Beleza Oculta tentam constantemente emocionar o espectador, mas acabam irritando com a maneira como buscam alcançar isso. Apelando para um maniqueísmo barato ao longo de quase toda a narrativa, este novo longa de David Frankel (de O Diabo Veste Prada e Marley & Eu) falha em seus propósitos enquanto desenvolve uma história que talvez contasse com um bom potencial dramático quando era uma semente de ideia, mas isso se perde em meio a decisões criativamente tolas que ajudam a montar uma narrativa que nem o elenco cheio de nomes interessantes consegue salvar.

Escrito por Allan Loeb, Beleza Oculta se concentra em Howard Inlet (Will Smith), líder de uma empresa de publicidade e que costumava aproveitar a vida ao máximo, com muito bom humor. Isso até a morte de sua filha pequena, tragédia que o faz se isolar de tudo e todos, algo que acaba preocupando seus amigos Whit (Edward Norton), Claire (Kate Winslet) e Simon (Michael Peña). Para tentar lidar com a dor que sente, Howard escreve cartaz para os três conceitos abstratos que ele vê como essenciais para as pessoas: Amor, Tempo e Morte, ficando surpreso ao receber respostas pessoais deles nas figuras de Amy, Raffi e Brigitte (interpretados por Keira Knightley, Jacob Latimore e Helen Mirren, respectivamente), sem saber que tratam-se de atores contratados por seus amigos.

Tematicamente, o filme até dialoga com o recente (e excepcional) Manchester à Beira-Mar, contando uma história que lida muito com a dor resultante de perder alguém e de como superar o luto está longe de ser uma tarefa fácil. No entanto, é praticamente um abismo o que separa este trabalho de David Frankel da sensibilidade vista na obra de Kenneth Lonergan, já que o que acompanhamos aqui é uma narrativa permeada de um sentimentalismo exagerado para tentar levar o espectador ao choro. A força disso infelizmente é canalizada em canções melosas, diálogos que poderiam sair de um livro de autoajuda e subtramas que, além de subdesenvolvidas, ainda por cima se resolvem da maneira mais óbvia possível. Para completar, o roteiro não só aposta em um humor bobo para tentar aliviar o drama (como a cena em que Whit fala sobre ter recebido um conselho de um motorista de Uber), como também traz clichês batidos e que só surpreendem por ainda serem utilizados (a tosse como equivalente de doença, por exemplo).

Enquanto isso, Will Smith interpreta Howard em seus momentos felizes com o carisma que poderíamos esperar, sendo sabotado pelo roteiro quando o personagem se isola em sua depressão, já que aqui ele se fecha tanto que fica difícil se aproximar dele. Já Edward Norton, Kate Winslet e Michael Peña fazem o possível para que nos importemos com Whit, Claire e Simon, algo difícil considerando a insensibilidade de seus atos envolvendo Howard e o fato de seus dramas pessoais não terem tanto peso dramático, sendo que a relação que eles formam com os personagens de Keira Knightley, Jacob Latimore e Helen Mirren ainda é bastante esquemática. Fechando o elenco, Naomie Harris é até bem sucedida no calor humano que traz a Madeleine, líder de um grupo de apoio que tenta ajudar o protagonista.

Contando também com um terceiro ato cujas reviravoltas podemos ver a quilômetros de distância, sem falar no fato de o roteiro explicar certos elementos da história sem muita necessidade (como a mulher que Madeleine encontra em determinado momento) e se negar a resolver conflitos centrais, Beleza Oculta é um melodrama que não poderia ser mais artificial, de forma que a experiência de assisti-lo se torna aborrecida graças a sua fragilidade narrativa.

Nota:

sábado, 21 de janeiro de 2017

Assassin's Creed

A cada nova adaptação de um jogo de videogame para o cinema, há a esperança de que ela não caia no marasmo que marcou esse tipo de filme no decorrer dos anos, com obras que são recebidas com paus e pedras ao invés de beijos e abraços. Talvez esta esperança nunca tenha sido tão grande quanto no momento em que os longas de Warcraft e Assassin’s Creed entraram em produção. Mas se o primeiro rendeu um filme bem eficiente (sim, estou no pequeno grupo que o defende), o segundo fica longe de alcançar o mesmo resultado, contribuindo com a má fama das adaptações de jogos.

Em Assassin’s Creed, uma guerra entre a Irmandade dos Assassinos e os Templários ocorre há séculos, sendo que durante a Inquisição Espanhola, em 1492, a disputa entre os dois lados envolveu a Maçã de Éden, objeto que pode dar a quem o possuir o controle sobre o livre arbítrio. Pulando para os dias atuais, Michael Fassbender interpreta Callum Lynch, homem condenado à morte, mas cuja execução é forjada pela Fundação Abstergo, que o recolhe para sua base em Madri para que ele seja usado em um experimento da cientista Sophia Rikkin (Marion Cotillard), filha do líder da organização, Alan (Jeremy Irons). Callum descobre ser descendente do Assassino Aguilar de Nerha (novamente Fassbender), sendo conectado às memórias deste através de uma máquina chamada Animus e recebendo de Sophia a tarefa de descobrir onde a Maçã foi escondida em 1492.

Dirigido por Justin Kurzel (do ótimo Macbeth estrelado por Fassbender e Cotillard) a partir do roteiro escrito por Michael Lesslie e pela dupla Adam Cooper e Bill Collage, Assassin’s Creed se estrutura de um jeito que busca seguir a ideia de um jogo, contando sua história nos tempos atuais e partindo para a ação do passado pontualmente como se estas passagens fossem fases a serem vencidas, com tais momentos se encerrando em cliffhangers na maioria das vezes, numa tentativa de nos deixar curiosos quanto aos acontecimentos de 1492. O problema é que é difícil ficar curioso quando o filme não só falha em criar uma narrativa envolvente como também se estica mais do que o necessário, preferindo nos mostrar toda a jornada de Aguilar na disputa pela Maçã (o MacGuffin do roteiro) ainda que a única coisa que interesse nessa parte da trama seja a localização do objeto, o que apenas evidencia o fiapo de história que o longa tem em mãos.

Isso acaba servindo mais para abrir espaço para cenas de ação que mostrem a luta enfrentada pelo antepassado do protagonista, com Justin Kurzel intercalando as linhas temporais a fim de mostrar Callum recriando cada passo de Aguilar, como se o personagem estivesse jogando uma versão avançada do Nintendo Wii (com a diferença de que ele não controla a ação, e sim a acompanha). Mas mesmo nesse quesito o filme encontra problemas, já que, por mais que Kurzel se esforce em impor um ritmo ágil ao que vemos na tela, ele não consegue criar sequências de batalha minimamente interessantes e que tenham algum peso narrativo.

Para completar, é lamentável ver um elenco incrivelmente talentoso ser desperdiçado. Ainda que Michael Fassbender, Marion Cotillard e Jeremy Irons sejam atores muito competentes, a verdade é que eles não conseguem fazer muita coisa com seus personagens unidimensionais, sem personalidade e pelos quais não nos importamos nenhum pouco ao longo da projeção, certamente um dos principais pontos que fazem o filme cair por terra. No entanto, vale dizer que o trio tem mais sorte que Brendan Gleeson e Charlotte Rampling, que aqui inexplicavelmente surgem como figurantes de luxo.

Assassin’s Creed até exibe um visual que chama a atenção, principalmente nas sequências que se passam durante a Inquisição Espanhola. Mas isso não chega nem perto de compensar o conteúdo pobre e sem vida que o filme apresenta, sendo triste que em determinados momentos ele claramente pareça mais preocupado em criar uma franquia no cinema, nos fazendo temer a possibilidade de retomar a história iniciada aqui ao invés de nos deixar empolgados com isso.


Nota:

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

La La Land: Cantando Estações

Sonhos são capazes de nos dar um norte, de nos ajudar a formar a vida que queremos ter e também os seres humanos que queremos ser. Mas nem sempre seguir o caminho que tanto idealizamos se revela uma tarefa fácil, com frustrações e inseguranças sendo mais do que comuns ao longo da jornada, a ponto de, inclusive, poderem nos afastar do objetivo que tínhamos. La La Land é um filme sobre tudo isso. Mesmo trazendo uma trama que, essencialmente, está longe de ser uma novidade, com uma fórmula que se vê com certa frequência em comédias românticas, este musical dirigido por Damien Chazzele (o mesmo do excelente Whiplash) encanta com a sensibilidade com a qual acompanha seus personagens e os esforços deles para terem sucesso, sabendo usar eficientemente para isso suas canções e números musicais.

O roteiro escrito pelo próprio Damien Chazzele nos apresenta a Mia (Emma Stone) e Sebastian (Ryan Gosling). Ela quer brilhar como atriz, fazendo vários testes e trabalhando em uma cafeteria enquanto não recebe uma chance. Já ele é um pianista que tem o plano de abrir seu próprio clube de jazz, o tipo de música que tanto ama e que vê como algo que está perdendo espaço atualmente. Ao se encontrarem, os dois iniciam uma história de amor na qual um tem no outro o apoio que precisam para não desistirem de seus sonhos.

La La Land abraça sem pestanejar suas inspirações nos musicais da Era de Ouro de Hollywood, como aqueles protagonizados por Gene Kelly e as parcerias de Fred Astaire e Ginger Rogers, de forma que o filme pode até se passar nos dias atuais, mas conta com uma atmosfera que remete muito àquelas produções, formando uma estética que mistura o contemporâneo e o clássico, como se vê nos figurinos e no design de produção. Assim, inevitavelmente o filme traz um ar nostálgico, com Chazzele conseguindo aproveitar isso também para criar a própria energia da narrativa, que surge cheia de vida através das cores quentes que tomam a tela constantemente, numa provável tentativa de emular o clássico Technicolor, algo que o cineasta e o diretor de fotografia Linus Sandgren fazem com sucesso.

Enquanto isso, contar a história vista aqui como um musical é uma decisão mais do que apropriada por parte de Chazzele, considerando que o gênero é uma junção das artes para as quais seus protagonistas tanto se dedicam (cinema e música), sendo natural que o diretor-roteirista traga Mia e Sebastian se comunicando e expressando muito do que sentem através dos números musicais e das canções que os regem. E se em alguns momentos isso se desenvolve de um jeito um tanto óbvio (como a letra de “Someone in the Crowd”) ou pareçam ideias boas no papel, mas desperdiçadas na execução (o número de sapateado com a dupla central), Chazzele ainda consegue conceber cenas cativantes, desde a abertura grandiosa em meio a um engarrafamento (de todos os planos longos que ele e seu diretor de fotografia fazem, o desta cena se sobressai), passando pela sequência situada em um planetário e chegando àquela que mostra uma espécie de realidade alternativa, valendo destacar que o diretor e o montador Tom Cross modulam bem o ritmo da narrativa entre a agilidade de números musicais radiantes e a sensível melancolia presente em outros.

Formando um par romântico pela terceira vez no cinema (as outras foram no ótimo Amor a Toda Prova e no medíocre Caça aos Gângsteres), Emma Stone e Ryan Gosling voltam a exibir uma ótima química que, somada ao habitual carisma deles como intérpretes, contribui para que simpatizemos rapidamente com Mia e Sebastian. São personagens cujos dilemas como sonhadores rendem dramas pessoais com os quais conseguimos nos identificar com relativa facilidade, até por contarem com um apelo universal. Os dois formam a irresistível alma do filme, e é bom ver que o roteiro tem noção de que a importância que eles dão a seus sonhos não diminui o que eles representam um para o outro.

Se em Whiplash Damien Chazzele trazia um conto que beirava o brutal na relação dos personagens com a arte que veneravam, em La La Land ele segue um caminho bem mais leve. Com segurança, o jovem diretor concebe um musical que, mesmo não chegando no nível das obras que o inspirou, sabe entreter o público sem perder de vista o carinho que tem por seus adoráveis protagonistas.

Nota: