domingo, 20 de junho de 2010

Toy Story 3

Em 1995, Toy Story revolucionou o mundo das animações ao ser o primeiro filme feito inteiramente no computador a ser lançado nos cinemas. Woody, Buzz e toda a sua turma cativaram o mundo com as suas divertidíssimas aventuras, e também alegraram a infância de muitas crianças, inclusive a minha. Devo ter assistido Toy Story cerca de 30 vezes. O sucesso do filme foi estrondoso, colocou a Pixar Studios no mapa dos grandes estúdios e, como todo fenômeno hollywoodiano, rendeu a ótima sequência Toy Story 2, em 1999, que também devo ter assistido umas 30 vezes. Esses filmes só não ganharam o Oscar de Melhor Animação porque a categoria ainda não existia quando eles foram lançados.
Enquanto Toy Story 3 não chegava, nos divertíamos com monstros carismáticos (Monstros S.A.), peixinhos aventureiros (Procurando Nemo), super-heróis engraçados (Os Incríveis), carros turbinados (Carros), um ratinho cozinheiro (Ratatouille), um robozinho carente (WALL-E) e um velhinho com sua casa voadora (Up – Altas Aventuras).
Para matar a saudade, Toy Story e Toy Story 2 foram relançados em 3D no início deste ano. Isso fez com que as crianças, que não eram nem nascidas quando os filmes foram lançados, pudessem se familiarizar com as histórias e saber porque que nós, agora adolescentes e adultos, amamos estes personagens. Na verdade, este é um dos públicos-alvo de Toy Story 3, porque as pessoas que estão hoje na faixa dos 20 anos eram apenas crianças quando assistiram a Toy Story pela primeira vez.
Agora, onze anos depois, a espera finalmente acabou, e tenho o grande prazer de dizer que Toy Story 3 é tão mágico quanto os outros dois filmes. É incrível como que os caras da Pixar NUNCA perdem o tato.
Toy Story 3 conta a única história ainda existente para a franquia. Andy vai para a faculdade e os brinquedos não sabem mais o que fazer para o garoto brincar com eles. Enquanto faz as malas e esvazia o quarto, Andy precisa decidir o que vai para o lixo e o que vai ser guardado no sótão. Como sempre, enganos acontecem e os nossos heróis vão parar na creche Sunnyside, aparentemente o melhor lugar do mundo para brinquedos abandonados, doados ou perdidos. Porém, o lugar acaba se revelando um verdadeiro inferno, dominado por um grupo de brinquedos liderados pelo urso de pelúcia Lotso.
Toy Story 3 mostra logo de cara que alguns personagens estão muito diferentes desde a última vez que os vimos. Andy já é um rapaz de 17 anos, sua irmã, Molly, já é uma menina crescida e Buster, o cachorrinho deles, agora está velho, mal conseguindo andar. Meu personagem favorito dentre os brinquedos, o cão-mola Slinky, também sofreu com o passar do tempo, percebemos isso ao ouvir a sua voz rouca.
Muitas vezes, a inclusão de muitos personagens em uma produção acaba não sendo uma grande ideia. Mas estamos falando de um filme da Pixar, ou seja, essa inclusão deixa o filme ainda mais divertido e cativante. Personagens como Mr. Princklepants, um porco-espinho de pelúcia metido a ator e Ken, o namorado extremamente vaidoso da Barbie, nos fazem rir só por aparecerem na tela.
Mas não podemos esquecer dos velhos brinquedos. Eles continuam praticamente os mesmos, mas achei que algumas coisas mereciam destaque. Buzz tem alguns de seus melhores momentos na franquia, incluindo até uma versão em espanhol muito engraçada. Descobrimos que os membros do Sr. Cabeça-de-Batata podem se mexer mesmo desligados de seu “corpo”, e a boneca Barbie, que já havia aparecido em Toy Story 2 como a guia da loja de brinquedos, tem um papel bem mais legal, em parte por causa de seu relacionamento com Ken.
Toy Story 3 é um filme que nos faz rir e também chorar. Como não sou um cara com coração de pedra, vou logo admitir: chorei assistindo ao filme, afinal, são personagens que amo desde que me conheço por gente. O final, perfeito e inesperado, é muito emocionante. Toy Story 3 fecha com chave de ouro uma franquia que proporcionou momentos de alegria para várias pessoas. Acho que um tempo de espera nunca foi tão bem recompensado.
Cotação:

domingo, 13 de junho de 2010

Sala Redenção - UFRGS

Senhoras e senhores, agora vou falar sobre algo muito legal: a sala de cinema da UFRGS. A maioria das pessoas que conheço não sabem que essa sala existe. Até o mês passado, nem eu sabia.
A Sala Redenção é um lugar muito interessante. É uma sala de cinema como qualquer outra, só que a sua programação não é composta de lançamentos, mas de filmes cultuados. Para se ter uma idéia, no mês de maio rolou um especial sobre o mestre do suspense Alfred Hitchcock, em que foram exibidos vários de seus filmes. Infelizmente, só consegui assistir a 39 Degraus, de 1935, mas já valeu a pena.
Agora em junho, mês dos namorados, estão sendo exibidos filmes que falam sobre o amor. Semana passada fui assistir ao divertido Alta Fidelidade, filme de 2000 estrelado por John Cusack e dirigido por Stephen Frears. Vão ser exibidos ainda este mês clássicos como A Um Passo da Eternidade (1953), de Fred Zinnemann, e Jules e Jim – Uma Mulher Para Dois (1962), de François Truffaut.
Outra coisa interessante é que todo mês ocorre uma enquete no site do Departamento de Difusão Cultural (que cuida da sala), em que nós podemos escolher que filme queremos assistir. Este mês podemos escolher entre três filmes do mestre Tim Burton.
A pessoa que vai assistir a um filme na Sala Redenção sai ganhando em dobro, pois tem a garantia de que irá ver um bom filme e não pagará nada por isso, porque a entrada é franca. É uma das várias salas de cinema em Porto Alegre que são pouco visitadas, mas que nos proporcionam uma experiência única.
Para mais informações sobre a sala e sua programação, visite o site: http://www.difusaocultural.ufrgs.br/

Esquadrão Classe A

Várias séries de TV já foram adaptadas para os cinemas. Missão Impossível, As Panteras, Miami Vice e A Família Adams são exemplos dessa longa lista. E agora chegou a vez de Esquadrão Classe A (The A-Team), cultuada série dos anos 1980, virar filme.
Antes de escrever sobre o filme, preferi fazer algumas pesquisas sobre o seriado e assistir ao primeiro episódio. Tudo para ficar um pouco familiarizado com os personagens e a história. Só de ter feito isso, me tornei um fã de John “Hannibal” Smith, Templeton “Cara-de-Pau”, Murdock “Louco de Pedra” e Bosco “B.A.” Baracus.
O filme mostra os eventos que ocorreram antes do seriado. Ou seja, aqui é mostrado como que os heróis se conheceram, o porquê de B.A. ter medo de voar e como que eles viraram fugitivos. Essas são questões que ficaram meio que subentendidas no primeiro episódio da série.
Como filme, Esquadrão Classe A se aproxima muito de filmes como Máquina Mortífera e A Hora do Rush, que têm cenas de ação muito legais e uma boa dose de humor. Como adaptação também funciona, já que os planos do líder John “Hannibal” Smith poderiam muito bem aparecer na série de TV.
Liam Neeson (Hannibal), Bradley Cooper (Cara-de-Pau), Sharlto Copley (Murdock) e Quinton "Rampage" Jackson (B.A.) têm boas atuações, mas entre eles quem se destaca é Copley (revelado ano passado no ótimo Distrito 9). Ele rouba todas as cenas e nos faz rir o tempo inteiro, principalmente quando começa a imitar Mel Gibson em Coração Valente.
Para os fãs da série, é bom ouvir de novo a famosa frase de Hannibal Smith: “Adoro quando um plano dá certo”. Para os iniciantes no assunto, como eu, é sempre bom ver quando uma adaptação dá certo, e esta alcançou tal objetivo.
Cotação:

sábado, 5 de junho de 2010

Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo

Muitos games já tiveram adaptações para o cinema e, geralmente, são tão ruins que simplesmente não sei por que Hollywood continua investindo nisso. Houve fracassos totais, como Super Mario Bros., Double Dragon, e Alone in the Dark: O Despertar do Mal, e produções regulares como Street Fighter: A Última Batalha, Final Fantasy, e Lara Croft: Tomb Raider. As exceções ficam por conta de Resident Evil: O Hóspede Maldito, Hitman: Assassino 47 e Mortal Kombat.
Esse tipo de filme deixa muito a desejar porque as histórias criadas em volta dos personagens dos games não são muito boas, desagradando principalmente aos fãs. Mas eis que chega Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo (Prince of Persia: The Sands of Time), que, apesar de não ser um filme perfeito, é o melhor filme baseado em um game.
O filme conta a história do príncipe Dastan, filho adotivo do rei Sharaman. Ele ajuda seus irmãos Tus e Garsiv a invandir outros impérios, entre eles o império sagrado da princesa Tamina, onde Dastan encontra uma adaga. Porém, ele é acusado de matar o rei, e acaba fugindo com a ajuda da princesa. Ela mostra que a adaga tem o poder de voltar o tempo. A partir disso, Dastan tenta provar sua inocência, mas descobre que pessoas importantes estão por trás da morte de seu pai, inclusive seu tio, Nizam.
Produzido por Jerry Bruckheimer (produtor de grandes filmes como os da franquia Piratas do Caribe), Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo é um bom filme porque usa alguns (e não um, como visto em outros filmes) elementos dos jogos, como as estratégias de Dastan, alguns desafios (que seriam os “chefões” nos jogos) e as acrobacias do personagem. Aliás, essas acrobacias acabam ajudando na criação de cenas de ação e perseguição, que acabam sendo ótimos atrativos do filme. E os efeitos especiais são excelentes, um brilho nos olhos de quem está assistindo ao filme.
As atuações também são boas. Gemma Arterton, que apareceu recentemente em Fúria de Titãs, nos apresenta uma princesa Tamina que não é nenhuma donzela em perigo. Alfred Molina, que vive o xeique Amar, acaba por protagonizar a maioria das cenas cômicas, que por sinal são muito divertidas. Ben Kingsley faz bem o papel do vilão da trama, Nizam, mas o ator já teve atuações melhores. Quem impressiona mesmo é o protagonista Jake Gyllenhaal, que consegue trazer a essência do personagem dos games. O curioso é que ele é um dos atores que ninguém achou que seria um bom príncipe Dastan.
Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo é um bom entretenimento, e tem potencial para iniciar uma nova franquia. Tudo depende do sucesso de bilheteria que o filme fizer, tarefa um pouco difícil já que estreou concorrendo com Shrek Para Sempre e Sex & the City 2.
Cotação: