sábado, 31 de julho de 2010

O Segredo dos Seus Olhos

O Segredo dos Seus Olhos (El Secreto de sus Ojos) foi o grande vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2010. Baseado no livro La Pregunta de sus Ojos, de Eduardo Sacheri, este filme é mais uma obra-prima do cinema argentino.
Benjamín Esposito é um advogado aposentado que está tentando escrever um livro sobre um dos casos no qual trabalhou: o de uma mulher que foi estuprada e assassinada. O caso foi arquivado e agora, vinte anos depois, ele quer dar um fim aos mistérios que ficaram no ar. Para isso, ele relembra os acontecimentos da época do crime.
Conhecido pelos seus trabalhos em filmes, como O Filho da Noiva e Clube da Lua, e séries de TV, como House e Law & Order: Special Victims Unit, o argentino Juan José Campanella dirige o filme de modo impecável e tem grandes momentos. Um deles é a cena de perseguição em um estádio de futebol, uma das melhores que já vi.
O roteiro, escrito pelo próprio Campanella, também é um espetáculo à parte, cheio de diálogos profundos, que ficam gravados na mente do espectador por um bom tempo. O final é muito bem elaborado, e por isso acaba sendo surpreendente.
O elenco do filme também dá um show, tendo o ótimo ator Ricardo Darín como maior destaque. Ele é o grande parceiro de Campanella, tendo trabalhado com o diretor em O Mesmo Amor, A Mesma Chuva, O Filho da Noiva e Clube da Lua. Soledad Villamil também está ótima interpretando Irene, e Guillermo Francella protagoniza cenas engraçadas interpretando o alcoólatra Pablo Sandoval, colega e melhor amigo de Esposito.
Tudo isso prova que o Oscar para O Segredo de Seus Olhos foi mais do que merecido. Cotação:

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Vem aí: Os Vingadores

Como eu sou um grande fã da Marvel Comics, é impossível não falar do filme dos Vingadores. Sábado, na Comic-Con – convenção que acontece em San Diego e que reúne fãs de diversos elementos da cultura pop, como quadrinhos, cinema, games e televisão – acabaram-se os mistérios. Foram anunciados o elenco e o diretor do filme.
Não teve nenhuma grande surpresa, já que os rumores sobre quem iria interpretar Bruce Banner/Hulk e Clint Barton/Gavião Arqueiro foram confirmados no anúncio. E foram chamados nomes de peso para encarnar os heróis: o indicado ao Oscar Jeremy Renner (de Guerra ao Terror) e Mark Ruffalo (de Ilha do Medo). Renner ficou com o papel do Gavião Arqueiro e Ruffalo vai dar vida ao Incrível Hulk. Robert Downey Jr. (Tony Stark/Homem de Ferro), Chris Evans (Steve Rogers/Capitão América), Chris Hemsworth (Thor), Samuel L. Jackson (Nick Fury), Scarlett Johansson (Natasha Romanoff/Viúva Negra) e Clark Gregg (Agente Coulson) já estavam confirmados.
Vale lembrar que Mark Ruffalo é o terceiro ator a interpretar Bruce Banner nos cinemas. Em 2003, Eric Bana interpretou o personagem em Hulk, de Ang Lee. Em 2008, foi a vez de Edward Norton pegar o papel em O Incrível Hulk, dirigido por Louis Leterrier. Norton só não voltará a interpretar o personagem em Os Vingadores por causa de alguns desentendimentos entre ele e a Marvel.
Quanto ao diretor, outro rumor se confirmou. Será Joss Whedon, criador das séries de TV Buffy – A Caça Vampiros, Angel e Firefly. Firefly deu origem ao bom filme de ficção científica Serenity – A Luta Pelo Amanhã, dirigido pelo próprio Whedon. O diretor também já foi indicado ao Oscar por ter sido um dos roteiristas do primeiro Toy Story.
Enquanto isso, Thor já está em fase de pós-produção. O filme é dirigido por Kenneth Branagh e tem no elenco Natalie Portman, Tom Hiddleston e Anthony Hopkins, além de Chris Hemsworth no papel principal. A data de estreia nos cinemas está marcada para 6 de maio de 2011. Outro filme que chegará aos cinemas ano que vem é Captain America: The First Avenger, que começou a ser filmado há duas semanas. Além de Chris Evans, o elenco conta com Hugo Weaving, Hayley Atwell e Sebastian Stan. A direção ficou por conta de Joe Johnston. A data para estrear é 22 de julho. Ambos os filmes serão em 3D.
Os Vingadores chega às telas em 4 de maio de 2012, provavelmente em 3D também.

sábado, 24 de julho de 2010

Estamos ficando famosos

Há alguns meses, o crítico Pablo Villaça, do site Cinema em Cena, respondeu um e-mail que enviei. Ele elogiou o modo como escrevo e me desejou boa sorte na carreira.
Se eu ainda tinha alguma dúvida de que o meu blog estava bom, essa dúvida acabou na quinta-feira (22/07).
Neste dia fui ao cinema assistir Encontro Explosivo (a crítica já está postada). No caminho, comprei a nova edição da Revista Preview, algo que faço todo mês. Entro na sala do cinema e começo a folhear a revista despretensiosamente. Começo a ler a sessão de cartas e...
Bem, as imagens abaixo dizem tudo:
Acho que os caras da revista não ajudariam na divulgação de uma porcaria. No momento que vi meu nome, a vontade que eu tinha era de imitar Leonardo DiCaprio em Titanic e gritar no cinema: “I’m the king of the world”. Mas sou um cara muito tímido, então me contive.
Não podia ter saído em edição melhor, já que a revista deste mês tem uma ótima reportagem do filme que mais quero assistir: A Origem, do meu diretor favorito, Christopher Nolan. O filme estreia no dia 6 de agosto.
Como eu já escrevi em uma postagem do mês de abril, a Revista Preview virou o meu novo referencial sobre cinema. É uma ótima revista, com reportagens muito boas.
Quero agradecer a toda a equipe da Revista Preview por me ajudar na divulgação do blog. Muito obrigado mesmo!
Agora é esperar e ver se mais pessoas vão acompanhar o Brazilian Movie Guy. Para eu saber disso, por favor, comentem os filmes e digam se estou fazendo um bom trabalho. Preciso saber disso porque estou decidido a seguir carreira nessa área, pelo menos por um tempo. Portanto, continuem acompanhando e sejam os meus críticos.
Obrigado a todos!

Predadores

Predadores (Predators) é mais um filme do monstro que ficou famoso depois de caçar Arnold Schwarzenegger há 23 anos atrás. O personagem teve uma sequência medíocre que o colocava caçando pessoas em Los Angeles e dois filmes horrorosos com o Alien. Com tantos pontos negativos no currículo, estava na hora de colocar o personagem em uma produção boa. Mas não é o caso deste Predadores.
Desta vez, o Predador está caçando no seu próprio planeta. Os caçados são um grupo de pessoas de diferentes nacionalidades que simplesmente caíram lá. No meio da floresta do “Planeta Predador” (vou chamá-lo assim porque seu nome nunca é mencionado no filme), essas pessoas têm que escapar de armadilhas mortais e também do próprio Predador, que volta a aparecer em bando como visto em Alien vs. Predador.
Assim como no primeiro filme, o Predador caça os humanos e vai matando um por um, só que dessa vez o grupo literalmente cai de paraquedas no planeta e nem sabe o porquê de eles estarem lá. E o fraco roteiro, escrito pelos novatos Alex Litvak e Michael Finch, nem se preocupa em explicar isso. Aliás, o filme se concentra muito mais no mistério dos nomes dos protagonistas, interpretados pelo oscarizado Adrien Brody e pela brasileira Alice Braga, do que descobrir o motivo pelo qual eles estão naquele planeta.
São várias as perguntas que ou são respondidas através de teorias dos personagens ou nem são respondidas. Por que eles foram os escolhidos? Quem mandou eles para aquele planeta?
Um dos furos que percebi no roteiro é que os personagens estão em um planeta que aparentemente não faz os movimentos de rotação e translação, porque o Sol não se move. Mas de uma hora para outra anoitece. E, se o Sol não se move, eles não saberiam distinguir entre manhã e tarde. Mas em certo momento, o personagem de Adrien Brody (cujo nome não revelarei, porque é um dos mistérios do filme!) diz que dois outros caras do grupo estavam brigando pela manhã. Como ele sabia?
À exceção de Adrien Brody e Alice Braga, o resto do elenco deixa muito a desejar. Topher Grace, que poderia muito bem ter sido usado como um alívio cômico, acaba por ser apenas o cara mais atrapalhado do grupo. E Lawrence Fishburn surge muito bem como Noland, um homem que está a tantos anos no “Planeta Predador” que até enlouqueceu por causa disso. Porém, o seu tempo em tela é muito pequeno.
Predadores é o tipo de filme que seria muito bom se tivesse mais dez minutos que explicassem todos os furos. Mas acaba por ser mais um desperdício de um monstro bacana.
Cotação:

Encontro Explosivo

Encontro Explosivo (Knight & Day) reúne novamente Tom Cruise e Cameron Diaz depois de estrelarem o drama Vanilla Sky, há quase dez anos. O filme é uma mistura de ação e comédia, ou como prefiro dizer, Máquina Mortífera e Sr. & Sra. Smith.
Cameron Diaz é June Havens, uma simples reparadora de carros antigos. Em viagem a Boston, ela encontra Roy Miller (Tom Cruise), que aparenta ser um cara normal, mas quando ele mata todos os tripulantes no avião fica óbvio que as coisas não são bem assim. Roy é um agente secreto que está sendo perseguido pelo FBI por causa de uma poderosa bateria, que vale milhões de dólares. June acaba se envolvendo com Roy, já que ele é a única chance de ela sobreviver.
O diretor James Mangold (mais conhecido por filmes como Garota Interrompida e Johnny & June) coordena muito bem as cenas de ação, cheias de explosões e perseguições de tirar o fôlego, daí a minha comparação a Máquina Mortífera. Já a minha comparação a Sr. & Sra. Smith vem apenas do fato de Encontro Explosivo ter um casal de protagonistas, porque as piadas deste novo filme são bem melhores que aquelas vistas na produção estrelada pelos Pitt.
O roteiro do filme acaba investindo muito na ação e na comédia e esquece dos personagens. E é nisso que Encontro Explosivo perde alguns pontos. Tom Cruise capricha ao interpretar Roy como um cara inteligente e completamente louco, e acaba sendo o grande destaque do filme por nos fazer rir em boa parte de suas cenas. Ele também mostra que aos 48 anos ainda está em plena forma física para encarar as cenas de ação. Mas não se pode dizer a mesma coisa de sua co-protagonista. Cameron Diaz varia muito durante o filme. Às vezes ela parece uma retardada gritando, outras vezes aparece séria e um pouco vazia. E bons atores como Peter Sarsgaard, que interpreta o agente Fitzgerald, e Paul Dano, no papel do criador da tal bateria Simon Feck, acabam desperdiçados porque não têm muitas cenas. Os dois não conseguem desenvolver os seus personagens, sendo que Sarsgaard deveria ser o grande vilão do filme.
Apesar de parecer repetitivo, Encontro Explosivo é um filme assistível, com cenas de pura adrenalina. Mas os personagens poderiam ter sido melhor desenvolvidos.
Cotação:

sábado, 17 de julho de 2010

À Prova de Morte

Finalmente, À Prova de Morte (Death Proof) chega aos cinemas depois de ter sua estreia adiada várias vezes nos últimos 3 anos. É o filme que Quentin Tarantino dirigiu quando ele e Robert Rodriguez (diretor dos filmes da franquia Pequenos Espiões) lançaram o projeto Grindhouse, com o propósito de homenagear as sessões duplas de filmes B dos anos 70. Grindhouse tinha como banner aquela famosa frase de promoções: “Dois filmes pelo preço de um”. Enquanto Tarantino dirigiu À Prova de Morte, Rodriguez fez Planeta Terror (que já está disponível em DVD).
A história de À Prova de Morte é bem simples. Stuntman Mike é um assassino que usa uma arma nada convencional para matar as pessoas: seu carro, que a propósito é à prova de morte. Suas vítimas são garotas que ele encontra por acaso. Para mata-las vale tudo, até destruir o próprio carro.
Vendo assim, podemos pensar que o filme é ridículo, afinal que tipo de pessoa usa um carro para matar as pessoas. Mas estamos falando de um filme de Tarantino, ou seja, tem que ser uma “viagem”.
Desde o início podemos ver que À Prova de Morte é um filme de Quentin Tarantino. Ele mostra a sua tara por pés logo na primeira cena do filme. Os diálogos também são típicos dele, sendo que alguns têm um pouco de humor, algo que também é bem “tarantinesco”. Exemplo disso é quando vemos Stuntman Mike dizer para uma de suas vítimas que o carro é à prova de morte, mas apenas no lado do motorista.
Outro ponto positivo do filme é a atuação de Kurt Russel, que constrói um Stuntman Mike louco, mas um tanto carismático. Isso é fruto da experiência do ator com personagens “do mal”. Afinal, ele é o intérprete de Snake Plissken, dos filmes Fuga de Nova York e Fuga de Los Angeles. Mas é uma pena que o personagem não tenha um destino melhor.
À Prova de Morte é um filme que, se formos ver como uma produção normal, vamos achar uma porcaria. Mas se vermos o filme como uma homenagem aos filmes B, acabamos tendo uma boa sessão de cinema.
Cotação:

sábado, 10 de julho de 2010

Shrek Para Sempre

A franquia do ogro Shrek começou excepcionalmente bem. Dois filmes bárbaros, sendo que o primeiro ganhou o Oscar de Melhor Animação. No entanto, tropeçou em Shrek Terceiro, que sofreu a “Maldição das Terceiras Partes” (algo que irei falar em outra postagem). Foi um filme “mais ou menos” para um personagem tão querido pelo público. Shrek merecia um final digno de sua grandeza.
Eis que chegamos a Shrek Para Sempre (Shrek Forever After), último filme do ogro mais famoso do cinema. Pode não ser o final que todos esperavam, mas cumpre o dever de divertir as pessoas.
No filme, Shrek não é mais o ogro que vimos nos primeiros filmes. Agora ele é pai de família, tem deveres a fazer todos os dias e as pessoas não se assustam mais quando o veem. Entediado com a monotonia de sua vida, ele faz um acordo com Rumpelstiltskin para voltar a ser o ogro de antigamente. Mas o tiro sai pela culatra, e Shrek vai parar em um mundo onde ele nunca existiu, ou seja, ninguém o conhece e Fiona não foi salva do castelo do dragão, mas fugiu e virou uma revolucionária que quer tirar (vejam só!) Rumpelstiltskin do trono de Tão Tão Distante.
Devo admitir que Shrek Para Sempre é menos divertido do que os dois primeiros filmes. Mas isso é fácil de explicar. O primeiro tinha diálogos engraçados, sem falar que nós estávamos a recém conhecendo esses personagens. O segundo deu mais destaque para personagens como Pinóquio, Biscoito e ganhou o grande reforço do Gato-de-Botas. Esta quarta parte destaca um pouco mais o lado dramático de Shrek, mostrando que ele tem tudo o que alguém gostaria de ter: amigos legais e uma família que o ama. Mas o ogro só começa a dar valor a essas coisas depois que as perde.
Como eu disse, alguns personagens ganharam destaque nos outros filmes. Em Shrek Para Sempre tais personagens pouco aparecem, mas quando surgem na tela arrancam muitas risadas, o que é muito bom porque mostra que o roteiro não os esqueceu. Quem nos faz rir bastante, como sempre, é o Gato-de-Botas que neste quarto filme aparece gordo e preguiçoso.
Shrek Para Sempre não tem muito a acrescentar à franquia. Afinal, tudo o que nos diverte no filme já havia sido adicionado nas outras histórias. Serve mais para nós nos despedirmos destes personagens e concluir uma franquia. Podia ser melhor, mas o fato de divertir já é o bastante.
Cotação:

domingo, 4 de julho de 2010

Breves Comentários

Como ainda estou tentando recuperar o tempo que perdi sem colocar nada no blog, vou fazer breves comentários sobre alguns filmes que assisti no cinema nesse período. Também tem comentários sobre Robin Hood e Kick-Ass: Quebrando Tudo, filmes lançados recentemente nos cinemas.
- Invictus, de Clint Eastwood - *****: a ótima direção de Eastwood e o roteiro de Anthony Peckham retratam de forma excelente a conquista da África do Sul na Copa do Mundo de Rugby de 1995. Grandes atuações de Morgan Freeman, no papel de Nelson Mandela, e Matt Damon, que interpreta o capitão da seleção sul-africana François Pienaar.
- O Lobisomem, de Joe Johnston - **: a tentativa de refilmar o clássico de 1941 fracassou. O início do filme é muito bom, assustador e envolvente. Mas logo depois, fica chato e piora ao chegar no final. Vale a pena assistir pela boa atuação de Benicio Del Toro. Espero que o diretor Joe Johnston faça algo bem melhor com a adaptação dos quadrinhos do Capitão América.
- Zumbilândia, de Ruben Fleischer - *****: um filho do divertido Todo Mundo Quase Morto, Zumbilândia é um filme que aparenta ser um besteirol sobre zumbis. Mas é completamente o oposto disso. É um dos filmes mais engraçados que já vi. Vários elementos do filme só de aparecer na tela arrancam risadas do público. E Woody Harrelson está demais no papel de Tallahasse.
- Ilha do Medo, de Martin Scorcese - *****: adaptação do livro Shutter Island, de Dennis Lehane, Ilha do Medo é um filme envolvente do início ao fim e fiel à obra original. Méritos de Martin Scorcese e Leonardo DiCaprio. Um dos poucos filmes em que consegui ler o livro antes de ir ao cinema, é uma das apostas do Oscar 2011.
- Um Sonho Possível, de John Lee Hancock - ***: para mim, foi uma grande decepção. As tentativas de emocionar o público fracassam por não terem o impacto que deveriam. A boa atuação de Sandra Bullock, no papel que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz este ano, é o que salva o filme.
- O Livro de Eli, de Albert e Allen Hughes - ***: o clima pós-apocalíptico é bom, as cenas de ação são ótimas, assim como as atuações de Denzel Washington e Gary Oldman. Os irmãos Albert e Allen Hughes (que não dirigiam desde o ótimo Do Inferno, com Johnny Depp) fazem um filme bom até chegar ao seu final, que é simplesmente inacreditável e ignora qualquer noção de realidade.
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- Robin Hood, de Ridley Scott - ****: quinta parceria do ator Russel crowe com o diretor Ridley Scott, Robin Hood explora as origens do Príncipe dos Ladrões, algo até então nunca retratado no cinema. Tem grandes cenas de batalha e um roteiro com bons diálogos. A atuação de Russel Crowe lembra o seu papel de Maximus, em Gladiador, mas isso não atrapalha em nada o filme. Ridley Scott fez um filme melhor que aquele estrelado por Kevin Costner, sucesso de bilheteria em 1991.
- Kick-Ass: Quebrando Tudo, de Matthew Vaugh - *****: adaptação dos quadrinhos criados por Mark Millar, Kick-Ass é um filme de ação/comédia de super-heróis. É um filme engraçado e bem violento, ou seja, vai contra os filmes de super-heróis que estamos habituados, se aproximando do ótimo Watchmen. Tem boas atuações de todo o elenco principal, que inclui Aaron Johnson, Chloë Grace Moretz e Nicolas Cage, ator do qual fazia algum tempo que não via uma boa atuação (apesar de ainda não ter visto Vício Frenético). E parece que Mark Strong está se especializando em fazer vilões. Frank D’Amico é o terceiro que ele interpreta em menos de um ano (os outros foram em Sherlock Holmes e Robin Hood).

A Saga Crepúsculo: Eclipse

Antes de mais nada, quero dizer que sou leitor dos livros da saga Crepúsculo e não acho que sejam ruins. Portanto, se algum fã quiser me xingar por algo que eu escrever nos próximos parágrafos, xingue, mas não diga que não sei nada sobre a história e seus personagens.
A Saga Crepúsculo chega a sua terceira parte. Depois dos dois primeiros e fracos capítulos, o novo filme da franquia foi parar nas mãos de David Slade, diretor do bom 30 Dias de Noite (outro filme de vampiros).
Em Eclipse, Bella continua sendo disputada pelo vampiro Edward e o lobisomem Jacob. Enquanto isso, alguém está montando um exército de vampiros recém-criados para atacar a garota. Para protegê-la, os Cullen e os lobisomens têm de se unir contra um inimigo em comum.
Crepúsculo é um exemplo de franquia em que vemos como faz diferença a mudança de diretor. No primeiro filme, Catherine Hardwicke pegou o baixo orçamento da produção e fez um filme simples, quase independente. Em Lua Nova, Chris Weitz pegou um orçamento mais “gordo” e fez um filme muito comercial, esbanjando em efeitos especiais desnecessários. Agora em Eclipse, David Slade deu o clima obscuro, e até por isso este pode ser o melhorzinho entre os três filmes.
Mas o tendão de Aquiles de Eclipse (e dos outros dois filmes também) é o roteiro, escrito por Melissa Rosemberg. Digo isso porque, pelo menos com Lua Nova e Eclipse, quando os diretores foram contratados, os roteiros já estavam escritos e aprovados pelo estúdio. Portanto, não culpe os diretores pelas falhas dos roteiros. Rosemberg colocou partes legais e importantes do livro de maneira displicente, como a reunião dos Quileutes na fogueira e as histórias de Jasper e Rosalie. Duas perguntas para aqueles que não leram o livro:
O filme tem bons momentos, como a cena inicial que mostra a transformação de Riley, os treinamentos dos Cullen e a luta contra os recém-criados. O que mais gostei nessa cena foi o fato de David Slade não ter exagerado nos efeitos especiais, algo que Chris Weitz com certeza teria feito.
Nas atuações Eclipse também peca bastante. Não podemos falar muito de Kristen Stewart, pois a Bella que vemos no filme é a mesma que está no livro. Falar da atuação de Stewart é a mesma coisa que fazer uma análise da personagem. O mesmo poderia ser dito de Robert Pattinson. O Edward do livro é inexpressivo, os únicos momentos nos quais esboça qualquer vestígio de emoção é quando franzi as sobrancelhas, e é isso mesmo que Pattinson faz. Infelizmente, o ator fracassa nas suas tentativas de dar mais vivacidade ao personagem. Ele faz caretas estranhas que acabam arruinando sua interpretação. Taylor Lautner está péssimo (de novo), sendo que em alguns momentos sua atuação soa um pouco falsa, diferente de Lua Nova, em que estava muito falsa.
A troca de Rachel Lefevre por Bryce Dallas Howard no papel da vampira Victoria saiu como um tiro pela culatra. Howard deveria ganhar o prêmio de Pior Atriz Coadjuvante no Framboesa de Ouro. Senti falta de Lefevre, que pode não ser uma atriz tão conhecida, mas pelo menos tem cara de vilã. Os destaques são Jackson Rathbone, que aproveita bem o espaço importante dado a Jasper, e Billy Burke, que protagoniza as principais cenas cômicas. Os outros personagens viram meros enfeites.
As qualidades que citei são muito poucas para salvar Eclipse. Agora é esperar e ver o que será feito de Amanhecer, o último livro da saga que será dividido em duas partes.
Cotação: