Assim como muitas pessoas, já
gastei uma boa parte do meu tempo diante da diversão proporcionada pelos
desafios dos jogos da série Angry Birds,
não medindo esforços para conseguir as três estrelas das fases, sendo que cada
derrota seria motivo para irritação. Não deixa de ser surpreendente que um jogo
tão simples, centrado em usar um estilingue para disparar passarinhos contra
porcos sacanas, consiga ser tão envolvente. O que não é surpresa é ver que isso
agora é levado ao cinema, algo natural considerando seu sucesso. O filme que
acabamos vendo não chega a render a mesma diversão do material original, mas
ainda é uma obra aceitável.
Escrito por Jon Vitti, Angry Birds: O Filme nos leva até uma
ilha habitada por uma majoritariamente feliz comunidade de pássaros que não
sabem voar. Uma das exceções quanto à animação vista ali é o rabugento Red, que
após um problema em seu trabalho como animador de festas infantis acaba sendo
obrigado a fazer um curso para controlar sua raiva, conhecendo nas aulas o
ligeiro Chuck e o sensivelmente explosivo Bomba. Quando a ilha recebe a visita
de porcos que dizem querer formar uma boa relação com os habitantes locais, Red
é o único a achar tudo muito suspeito, tendo a ajuda de seus novos parceiros
para descobrir o que está acontecendo.
Angry Birds apresenta problemas que certamente poderiam fazer sua
proposta fracassar amargamente, principalmente no que diz respeito à primeira
metade da projeção. Em sua tentativa de desenvolver uma motivação por trás do
conceito do jogo, o filme mostra preferência por apostar em uma trama batida e
que o roteiro pincela com gags que se
revelam bobas na maioria das vezes. Além disso, Red é um protagonista que se
esforça tanto para ser antipático que se torna um personagem pouco interessante
até para o espectador, o que é uma pena principalmente quando vemos que Chuck e
Bomba roubam a cena sempre que aparecem, de forma que a narrativa talvez
tivesse muito a ganhar caso pudesse focar apenas neles (graças à dupla, a cena
do lago é um dos momentos mais divertidos do filme).
A sorte do filme é que ele
melhora à medida que avançamos na história, com os diretores estreantes Clay
Kaytis e Fergal Reilly gradualmente conseguindo ditar um timing cômico eficiente e um ritmo mais
vívido, detalhe que combina com o próprio visual multicolorido e cheio de
energia do universo que é apresentado. E se o início não é dos melhores, os
realizadores são hábeis para compensar um pouco isso com o bom terceiro ato,
quando o longa finalmente chega no ponto em que queria, assumindo a estrutura
simples do jogo que está adaptando e criando uma boa sequência de batalha. É
algo feito de maneira convincente, rendendo o ápice da diversão do filme, com o
roteiro sabendo aproveitar o conceito do material original e utilizando bem as
diferentes habilidades de seus personagens (como ao roubar – ou seria
referenciar? – a famosa sequência protagonizada por Mercúrio em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido).
Mesmo gostando dos jogos, não sei
até onde Angry Birds tinha potencial
para render uma obra de qualidade no cinema. Mas o que se vê nesta animação é
um trabalho razoável e inofensivo. Se não é um grande filme, vale de dizer que
ainda fica longe de ser um embaraço como várias outras adaptações de jogos.
Obs.: Há uma cena durante os
créditos finais.
Nota:
Um comentário:
É excelente, sinto que história é boa, mas o que realmente faz a diferença é a participação do ator Peter Dinklage neste filme. O vi recentemente em um dos últimos filmes drama chamado Meu Jantar Com Hervé, e recomendo! É um filme muito divertido, é uma boa opção para uma tarde de filmes. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio, a historia está bem estruturada, o final é o melhor.
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