quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Personagens Marcantes - James Bond
Com a estreia de 007: Operação Skyfall, nada mais adequado do que dedicar a nova edição de Personagens Marcantes ao mais famoso agente secreto da história do Cinema: Bond, James Bond (o post, infelizmente, está um pouco atrasado, já que a maratona que fiz com todos os filmes tomou um pouco mais de tempo que o esperado). Em outubro, foram comemorados 50 anos desde o lançamento do primeiro filme da franquia, 007 Contra o Satânico Dr. No. Aliás, é bom ver que a série conseguiu comemorar tantos anos de existência com mais um filme de James Bond. E um belíssimo filme, por sinal (confira a crítica de Operação Skyfall clicando aqui).
Criado pelo escritor Ian Fleming, James Bond fez sua primeira aparição no livro "Cassino Royale", lançado em 1953, que fez sucesso e rendeu mais aventuras protagonizadas pelo agente secreto. Com isso, levar Bond para as telonas era uma questão de tempo, o que aconteceu em 1962. 007 Contra o Satânico Dr. No foi muito bem recebido na época de seu lançamento, além de lançar Sean Connery ao estrelato. Até hoje, Connery é considerado o melhor intérprete de James Bond, exibindo grande carisma e um belo timing cômico quando necessário, além de ser um herói de ação mais do que eficiente. Dr. No também apresentou algumas das marcas registradas do universo de Bond, como a vinheta que traz o personagem atirando em direção à câmera, a famosa frase “Bond, James Bond”, e a figura da bondgirl (a bela Ursula Andress foi a primeira namorada do personagem).
Antes de Connery se aposentar temporariamente como James Bond em 1971 com 007: Os Diamantes São Eternos (o ator voltaria a interpretar o personagem doze anos mais tarde em 007: Nunca Mais Outra Vez, filme que não é considerado um título oficial da série), George Lazenby o substituiu em 007: A Serviço Secreto de Sua Majestade, de 1969. Apesar de não ser um James Bond tão bom quanto Connery, parecendo até um pouco atrapalhado de vez em quando, Lazenby estrelou um dos melhores exemplares da franquia. A Serviço Secreto de Sua Majestade é um dos filmes que melhor desenvolve o personagem, tendo ainda um final bastante trágico. Sem falar que as cenas de ação contam com um dinamismo admirável por parte do diretor Peter Hunt, o que ajuda elas a serem mais envolventes. Além do mais, é raro ver um filme com uma cena de perseguição de bobsled.
Depois de Connery e Lazenby, foi a vez de Roger Moore encarnar o personagem, tendo feito isso mais vezes do que qualquer outro ator, participando de sete filmes da série. Mas mesmo assim, a fase de Moore é a que mais incomoda. Exibindo um bom humor até exagerado, que passa a impressão de que o herói nunca está realmente correndo algum perigo, Moore fez parte de filmes que investiam muito em um lado cômico que nem sempre funcionava. Em 007 Contra o Homem da Pistola de Ouro, por exemplo, a grande manobra que Bond faz com seu carro em uma ponte ganha um infeliz efeito sonoro de desenho animado, o que tira qualquer impacto dessa cena que tinha tudo para entrar no hall de belos momentos da franquia. Mas nem todos os filmes estrelados por Roger Moore deixam um gosto amargo na boca, sendo que 007: Somente Para Seus Olhos é o melhor deles.
Com Roger Moore se aposentando do personagem após 007: Na Mira dos Assassinos, de 1985, Timothy Dalton assumiu o papel em uma fase que lamentavelmente durou apenas dois filmes. Isso é uma pena não só pelo fato de os títulos com a participação de Dalton (007: Marcado Para a Morte e 007: Permissão Para Matar) serem muito bons (principalmente o segundo, que é um dos melhores da série), mas também porque o ator foi um ótimo James Bond. Trazendo uma credibilidade que não se via há tempos no personagem, Dalton optou por fazer um James Bond diferente daquele desenvolvido por Roger Moore, sendo mais sério, inquietante e até mais determinado em suas missões. E é interessante que nesses filmes, James Bond não hesita em desobedecer as ordens que recebe de seus superiores, seguindo o próprio instinto sempre que acha ser necessário, como ao pedir demissão para poder investigar o que aconteceu com seu grande amigo Felix Leiter.
Dalton viria a desistir de voltar a interpretar o personagem uma terceira vez, porque um problema na justiça envolvendo os estúdios responsáveis pela franquia levou cinco anos para ser resolvido. Com isso, surgiu a oportunidade para que Pierce Brosnan aceitasse o papel. Estrelando quatro filmes, Brosnan fez um bom trabalho interpretando James Bond, iniciando sua fase com 007 Contra GoldenEye e 007: O Amanhã Nunca Morre, duas produções bastante eficientes. Mas, infelizmente, os dois últimos filmes feitos pelo ator (007: O Mundo Não é o Bastante e 007: Um Novo Dia Para Morrer) se encontram entre os mais fracos da série, o que fez os produtores pensarem em uma espécie de recomeço para a franquia.
Este recomeço veio com 007: Cassino Royale (meu favorito da franquia), filme que foi cercado por várias dúvidas graças a escalação de Daniel Craig no papel principal. Mas Craig queimou a língua de todas as pessoas que não acreditavam que ele poderia ser um bom James Bond, já que ele mostra nos três filmes que fez até agora que é o melhor intérprete do personagem desde Sean Connery. E considerando que o ator vem demonstrando uma segurança cada vez maior no papel, pode ser que o reinado de Connery se encontre ameaçado, ou ele terá pelo menos que dividir a coroa. Craig tem uma bela presença em cena e constrói um James Bond mais frio e viril, ao mesmo tempo em que demonstra ser uma figura mais vulnerável, o que são características curiosas de se ver no personagem.
Um filme de James Bond é sempre muito aguardado, já que vê-lo em ação enfrentando vilões com planos para dominar o mundo (ou pelo menos para causar algum estrago) é algo interessante. Até por isso, a franquia nunca soou como um caça-níqueis por se estender tanto. Na verdade, que bom que o personagem continua por aí com suas missões. Que 007 ainda tenha muitos anos no cinema.
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