Em sua grande maioria, as
comédias estreladas por Adam Sandler conseguem irritar mais do que divertir. Mesmo
assim, até algum tempo atrás elas faziam um grande sucesso, mas ultimamente Sandler
tem conseguido se superar nos projetos que escolhe (Cada Um Tem a Gêmea Que
Merece e Este é o Meu Garoto, por exemplo, são filmes que passam dos limites do
constrangedor). Sendo assim, é compreensível que ele agora tente retomar sua parceria
com a carismática Drew Barrymore, com quem fez Afinado no Amor e o adorável Como
Se Fosse a Primeira Vez. Mas a verdade é que ver Sandler novamente ao lado de Barrymore
neste Juntos e Misturados não salva o filme de ser algo triste de se assistir.
Escrito por Ivan Menchell e Clare
Sara e dirigido por Frank Coraci (que trabalhou com os protagonistas em Afinado
no Amor), Juntos e Misturados traz Adam Sandler e Drew Barrymore interpretando, respectivamente, o
viúvo Jim Friedman e a divorciada Lauren Reynolds, que se conhecem em um
encontro às cegas que não dá nada certo. Mas quando eles pensam que nunca mais irão
se ver, o destino (que nesse caso também é conhecido como roteiro preguiçoso e
esquemático) faz com que se encontrem em uma viagem de férias à África na
companhia de seus filhos. A estadia os obriga a ficar juntos todos os dias, e
é então que eles passam a gost... Bem, vocês devem saber o resto.
O roteiro de Juntos e Misturados
é tão clichê e óbvio que é praticamente impossível não ficar entediado ao longo
da projeção. Isso porque não demora muito para descobrirmos tudo que acontecerá
ao longo da história, de modo que assistir ao filme acaba sendo um verdadeiro
exercício de paciência, já que é apenas uma questão de tempo até pensarmos “Sabia
que isso ia acontecer!”. Quando a filha mais velha de Jim, Hilary (Bella
Thorne), aparece sendo tratada como um garoto por todos fica muito claro o que
acontecerá com ela mais tarde, e o mesmo vale para o filho mais novo de Lauren,
Tyler (Kyle Red Silverstein), que precisa superar um problema pessoal. Sem
falar que ainda somos obrigados a acompanhar pela enésima vez a história do “casal
que se odeia, mas se ama”, que aqui chega a evoluir para as “famílias que se
odeiam, mas se amam”, considerando que os filhos dos protagonistas também
entram na equação.
Talvez essas coisas pudessem ser perdoadas
caso Juntos e Misturados conseguisse divertir. No entanto, tirando a ideia de usar
canções para mostrar as reações de alguns personagens com relação ao que veem
em determinadas cenas, o filme investe em piadas que nem um público com Q.I.
menor do que o de Forrest Gump acharia graça, seja aquela em que Lauren cospe
uma sopa de cebola ou a outra que tenta fazer graça com um casal de
rinocerontes transando (sim, é isso mesmo). O pior é que os envolvidos pensam
estar fazendo um ótimo trabalho nesse sentido, chegando ao ponto de repetir certas
piadas ao longo do filme (se na primeira vez não funcionou, na segunda funcionará,
não é? Não? Ah, ok). E se os protagonistas em alguns momentos voltam
a exibir a simpatia que haviam mostrado em suas outras parcerias, isso acaba
sendo prejudicado quando eles precisam parar o que estão fazendo para que uma gag tola e inconveniente aconteça, o que
ocorre com frequência.
É possível entrar em Juntos e
Misturados com esperança (ainda que mínima) de que ele terá algum valor interessante por conta do que Adam Sandler e Drew Barrymore fizeram antes. Na verdade essa é uma comédia até um pouco mais suportável que as últimas que Sandler estrelou. Mas o fato de o filme ainda assim ser um desastre apenas mostra a que nível os trabalhos dele chegaram.
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