quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Tudo Pelo Poder

(A 100ª crítica. Sinceramente, quando comecei a escrever sobre os filmes, não pensei que fosse chegar nesse número)
Desde que começou na cadeira de diretor, com o excelente Confissões de Uma Mente Perigosa, George Clooney vem mostrando ser muito eficiente na função, construindo uma carreira interessante, que varia entre filmes com histórias mais leves e outros com temática política. Depois de escorregar um pouco com o mediano O Amor Não Tem Regras, Clooney volta para trás das câmeras e mostra todo seu talento neste thriller político Tudo Pelo Poder, até agora seu melhor filme como diretor.
Escrito pelo próprio George Clooney em parceria com Grant Heslov e Beau Willimon, baseado em sua peça, Tudo Pelo Poder se passa em um momento em que o Partido Democrata está prestes a decidir quem será seu candidato à presidência dos Estados Unidos. A disputa está entre o Senador Pullman e o Governador Mike Morris (Clooney), que tem a campanha comandada por Paul Zara (Phillip Seymour Hoffman). O filme segue Stephen Meyers (Ryan Gosling), assessor de imprensa da campanha. Stephen acredita que seu candidato é o único que pode fazer a diferença na vida das pessoas, e quando se encontra com Tom Duffy (Paul Giamatti), que comanda a campanha do candidato rival, não se importa quando este diz que ele pode estar trabalhando para a pessoa errada. Ao se envolver com Molly (Evan Rachel Wood), Stephen descobre algo que pode acabar com a campanha de Morris.
Apresentado como um homem que coloca a campanha de seu candidato acima de tudo (“Sou casado com a campanha”), até mesmo de sua família (quando atende o telefone achando que seu pai está do outro lado da linha ele fala “Espero que alguém tenha morrido”), Stephen mostra ser alguém que deixa seus ideais o cegarem, a ponto de não reconhecer que alguém próximo a ele pode estar armando alguma coisa para tirá-lo do caminho. Ele só defende uma causa (no caso, Morris) porque acredita nela, o que faz ele se livrar de problemas com grande determinação, não ligando sobre o que eles se tratam. E Ryan Gosling (um dos melhores atores que surgiram nos últimos anos) tem uma grande atuação, mudando o tom do personagem aos poucos. Inicialmente, Stephen aparece em cena como se fosse um jovem realizando seu sonho, mas ao longo do filme, sua percepção quanto à política vai mudando e o que se vê é alguém decepcionado e com raiva das coisas que precisa fazer para chegar aonde quer.
É interessante ver no filme que campanhas políticas formam uma espécie de círculo vicioso para eleger um dos candidatos. Quando um deles encontra algo que pode enfraquecer o outro, a equipe deste já começa a procurar alguma coisa que coloque a disputa em equilíbrio novamente, não importando se isso será verdade ou mentira. O próprio ato de colocar uma interrogação na testa de um candidato já é o bastante para enfraquecê-lo.
A fotografia de Phedon Papamichael é outro ponto alto de Tudo Pelo Poder. Em vários momentos, vemos a escuridão cobrir parte do rosto dos personagens, indicando que para sobreviver no mundo da política é preciso não só manter sua personalidade, mas também ter um pouco de coragem para sujar as mãos quando necessário. A direção de arte faz um ótimo trabalho no escritório onde a campanha de Mike Morris é organizada, colocando pilhas de papel em cima das mesas e vários recortes de jornal nos murais, mostrando o trabalho cansativo que as pessoas vistas ali estão fazendo.
Candidatos a cargos políticos precisam convencer as pessoas a votarem neles. Nisso, os diálogos do roteiro são interessantíssimos. Quando Morris é perguntado sobre a pena de morte, por exemplo, a discussão que é muito boa, incluindo uma fala genial na qual o governador diz “[se matassem sua esposa] Eu iria atrás do cara e o mataria. Seria um crime, mas valeria a pena ir para a cadeia”. Aliás, cena do filme mostra um grande momento da direção de Clooney. Enquanto que seu personagem está fazendo sucesso com os jovens do auditório, nos bastidores há uma tensa discussão entre Stephen e Paul, o que mostra imediatamente que as coisas não estão tão bem como parecem para o lado do governador.
E já que cheguei na direção de Clooney, vale dizer que ele conduz a história cheia de reviravoltas de maneira brilhante. Além disso, há vários momentos em que ele consegue se destacar, como nos discursos de Morris, que contagiam aqueles que estão assistindo, ou em um momento em que dois personagens se encontram em um carro e ele mantém a câmera do lado de fora, a uma certa distância, deixando o público curioso e imaginando o que estaria acontecendo ali.
Mas Clooney não mostra toda sua eficiência apenas na direção do filme. Como ator, ele tem mais uma ótima atuação na carreira, transformando Mike Morris em um personagem interessante. Ele mostra ser carinhoso com a esposa e carismático com o público, ao mesmo tempo em que pode ser traiçoeiro com aqueles que se metem em seu caminho, não hesitando em ignorar seus ideais para que nada o atrapalhe em seu desejo de se tornar presidente.
Na verdade, o elenco inteiro dá um show de atuações. Desde Marisa Tomei interpretando Ida, repórter que só se interessa pelos furos da campanha, até Evan Rachael Wood, como a trágica Molly Stearns, passando pelos sempre ótimos Phillip Seymour Hoffman, Paul Giamatti e Jeffrey Wright, como o Senador Thompson, o time de Tudo Pelo Poder é absolutamente primoroso e nos mantém conectados com a história o tempo todo.
Alguém pergunta para um personagem no final do filme “Pode explicar como tudo aconteceu?”. Ele não responde a pergunta. Afinal, se uma pessoa que sabe da história toda se sente envergonhada por tudo aquilo, como seria para um país inteiro?
Às vezes, é preciso esconder algumas coisas para que problemas maiores não surjam.
Cotação:

Um comentário:

Jose Ramon Santana Vazquez disse...

...traigo
sangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...


desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ


COMPARTIENDO ILUSION
THOMAS

CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...




ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE FLOR DE PASCUA ENEMIGOS PUBLICOS HÁLITO DESAYUNO CON DIAMANTES TIFÓN PULP FICTION, ESTALLIDO MAMMA MIA, TOQUE DE CANELA ,STAR WARS,

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