sexta-feira, 14 de março de 2014

Need For Speed

Need For Speed é uma das franquias de maior sucesso entre os games de corrida, e era apenas uma questão de tempo até que ganhasse uma adaptação para as telonas. Com vários rachas e carros em alta velocidade, é difícil não se lembrar de Velozes e Furiosos enquanto se assiste ao filme, que se revela uma produção eficiente dentro do que se propõe a fazer. Serve até como uma maneira de os fãs da série estrelada por Vin Diesel saciarem um pouco sua fome por uma produção do tipo enquanto um novo exemplar da franquia não é lançado.

Escrito por George Gatins a partir do argumento concebido por ele em parceria com seu irmão John Gatins, Need For Speed mostra que no universo das corridas de rua, Tobey Marshall (Aaron Paul) é um dos grandes destaques. No entanto, após uma armação feita pelo milionário e também corredor Dino Brewster (Dominic Cooper), Tobey é preso por um crime que não cometeu. Dois anos depois, ele sai da prisão em liberdade condicional com o objetivo de se vingar, pretendendo fazer isso na corrida de De Leon organizada por Monarch (Michael Keaton). Para tanto, terá ajuda da equipe formada por Benny (Scott Mescudi), Finn (Rami Malek) e Joe (Ramon Rodriguez), além da bela Julia (Imogen Poots).
O roteiro de Need For Speed tem uma série de elementos tratados de maneira bastante esquemática, desde o destino trágico de um personagem logo no início, passando pela relação de Tobey com Julia até a corrida no terceiro ato, o que torna o filme previsível. Além disso, vários obstáculos são colocados no caminho do protagonista quando este está indo em direção a De Leon, sendo que alguns são interessantes por dar motivos para a maior parte das perseguições que ocorrem na história (a polícia, parte essencial do jogo original, é um exemplo disso), mas outros acabam servindo quase que exclusivamente para tornar o filme longo demais. Um bom exemplo é quando Dino oferece uma recompensa para quem impedir Tobey de chegar na corrida, rendendo uma grande, mas totalmente descartável, sequência de ação.
Aliás, falando em ação, vale ressaltar que essa parte do filme é bem conduzida pelo diretor Scott Waugh, ainda que em alguns momentos ele abuse da câmera subjetiva, numa tentativa clara de colocar o espetador atrás do volante, outro detalhe que remete ao jogo. Mas Waugh consegue trazer energia para as sequências das corridas e das perseguições, ao mesmo tempo em que deixa clara a geografia das cenas, conseguindo prender a atenção do público.
Enquanto isso, o talentoso Aaron Paul (o Jesse Pinkman da fantástica série Breaking Bad) traz um carisma imprescindível para Tobey, fazendo com que o espectador se importe com ele ao longo da projeção. O ator também tem uma boa dinâmica com seus colegas de corridas, ainda que estes, em determinados momentos, se esforcem muito para causar o riso do espectador. E se Imogen Poots faz de Julia uma figura simpática, Dominic Cooper tem em mãos um vilão desinteressante e até meio burro, algo que pode ser visto em uma pequena reviravolta no início do terceiro ato. Fechando o elenco, Michael Keaton surge divertidíssimo como Monarch, mas é uma pena que o personagem seja usado pelo roteiro para explicar para o público o que está acontecendo na tela, como se não pudéssemos acompanhar tudo tranquilamente.
Need For Speed não chega a ser um grande filme, mas apresenta elementos suficientes para garantir o ingresso. Ainda mais se considerarmos que a maioria dos games que são adaptados para o cinema apresenta resultados constrangedores – lembremos Mortal Kombat, a série Resident Evil ou Super Mario Bros. Sob esse ponto de vista, é até lucro este aqui ter rendido uma produção que funciona razoavelmente bem.
Nota:

Nenhum comentário: