segunda-feira, 3 de junho de 2013
Velozes & Furiosos 6
Não posso dizer que sou um apreciador da franquia Velozes e Furiosos, apesar de achar eficientes alguns de seus filmes. Na verdade, acho até uma surpresa que a série esteja durando tanto tempo, a ponto de agora estar rendendo um sexto capítulo (e o sétimo já está sendo desenvolvido). Mas não deixa de ser curioso notar que a partir do quinto filme, a franquia ganhou uma interessante roupagem de heist movie (quando um grupo se reúne para pôr em prática um plano de roubo), deixando um pouco de lado os grandes rachas que moviam as histórias. No entanto, apostar nessa fórmula novamente acaba não sendo o suficiente para fazer deste Velozes e Furiosos 6 um sucesso (pelo menos em termos de qualidade, porque comercialmente isso não é uma preocupação).
Dirigido por Justin Lin e escrito por Chris Morgan (que marcam presença na franquia desde o terceiro filme), Velozes e Furiosos 6 coloca Dominic Toretto (Vin Diesel), Brian O’Conner (Paul Walker) e companhia tentando viver uma vida tranquila depois do grande roubo que realizaram no Rio de Janeiro. Enquanto isso, o agente Hobbs (Dwayne Johnson) e sua parceira, Riley (Gina Carano), perseguem a gangue liderada por Owen Shaw (Luke Evans), mas percebem que não conseguirão capturá-los usando apenas a força policial. Sendo assim, Hobbs pede ajuda para Dom, sabendo que este não resistirá à oportunidade de ir atrás de Letty (Michelle Rodriguez), sua antiga namorada que era dada como morta, mas que na verdade está trabalhando com Shaw. Caso a missão seja cumprida, Hobbs promete anistia a Dom e sua equipe, permitindo que voltem para casa.
Sendo a equipe de Dominic Toretto competente naquilo que faz, os primeiros minutos do filme tentam deixar bem claro que dessa vez eles enfrentarão vilões que serão difíceis de derrubar. No entanto, o roteiro prefere martelar essa informação na cabeça do espectador como se este não fosse capaz de acompanhar a história normalmente. Nisso, é incluída uma cena em que os personagens falam várias vezes que a gangue de Owen Shaw é “a melhor do mundo” e que representa “um outro nível” (como se isso não tivesse ficado estabelecido quando falaram na primeira vez).
No entanto, não adianta tentar fazer os vilões serem imbatíveis se você transforma alguns dos mocinhos em figuras super-humanas, que em vários momentos mandam as leis da física para o espaço, o que chega a causar risos involuntários. Há uma cena, por exemplo, em que Dom salta (ou melhor, voa) para o outro lado de uma ponte para salvar outro personagem e ambos caem em cima de um carro, saindo absolutamente ilesos (e é engraçado ver na cena seguinte o tal personagem fazendo a seguinte pergunta para Dom: “Como sabia que teria um carro para amortecer nossa queda?”, uma fala que acaba refletindo a qualidade do filme). Consequentemente, é um pouco difícil temer pelo destino de certos personagens.
Como se não bastasse, o filme ainda conta com reviravoltas previsíveis (como aquela envolvendo um aliado de Shaw) e cai em clichês muito batidos (como o suspense antes de um personagem revelar se está vivo ou não). E apesar de a história ter a já citada fórmula de heist movie, o roteiro não deixa de incluir alguns rachas, que soam meio deslocados dentro da narrativa e dão a impressão de que só foram realizados por estarmos falando de um exemplar da franquia Velozes e Furiosos (e a introdução de um deles, com carros e modelos desfilando pela tela, é constrangedora). Além disso, nem todas as tentativas de humor dão certo, já que a maioria das piadas é jogada nas mãos de Roman Pearce, interpretado por um Tyrese Gibson sem o menor timing cômico, o que o torna irritante em algumas cenas.
Já no quesito ação, o filme até tem momentos interessantes, ainda que de vez em quando Justin Lin não consiga deixar a geografia das cenas muito clara. Vale destacar as lutas entre Letty e Riley, além de uma cena de perseguição nas ruas de Londres que ocorre no início do segundo ato. E a grande sequência de ação do filme, que coloca os protagonistas tentando impedir um avião de levantar voo, apesar de ser bem realizada, acaba chamando atenção mais pelo fato de se passar em uma pista de pouso que aparentemente não tem fim, o que novamente acaba causando risos.
Quanto ao elenco, Vin Diesel, Paul Walker e Michelle Rodriguez voltam seguros aos seus respectivos personagens, ao passo que Dwayne Johnson (um intérprete carismático, mas que precisa de um agente melhor) parece estar no filme apenas para ter seus músculos explorados ao máximo, como em sua primeira cena, onde ele aparece arrebentando um suspeito em uma sala de interrogatório. O mesmo também pode ser dito sobre a lutadora Gina Carano (que no ano passado surgiu maravilhosamente bem em A Toda Prova), que não tem muito espaço fora das cenas de ação. Enquanto isso, Luke Evans nunca chega a soar ameaçador como Owen Shaw, além de o próprio vilão não ser grande coisa e ter um plano bobo demais.
Mas apesar de ser um filme muito irregular, Velozes e Furiosos 6 tem um final eficiente e que poderia encerrar satisfatoriamente a história de seus personagens e da franquia. E até por isso chego a lamentar o fato de ter que escrever uma pequena observação ao final dessa crítica.
Obs.: Há uma rápida cena pouco depois do início dos créditos finais.
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Um comentário:
Eu já não estava muito animado para assistir a este filme, agora eu perdi a vontade hehe para meu gosto a serie Velozes e Furiosos não é para ser assistida no cinema, mas em casa.
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