quarta-feira, 5 de junho de 2013
Se Beber, Não Case! Parte 3
Apesar de ter sido iniciada com um filme muito divertido e que foi uma das surpresas no ano de 2009, a franquia Se Beber, Não Case! caiu um pouco de qualidade no segundo filme, quando resolveu apostar basicamente na mesma história e nas mesmas reviravoltas vistas anteriormente (a única mudança foi o cenário, que saiu de Las Vegas e foi para a Tailândia). Mas o resultado foi um filme que ainda conseguia divertir, apesar de não deixar de ser um pouco caça-níqueis. A série agora chega ao seu terceiro capítulo, e dessa vez os envolvidos no projeto realmente tentam bolar uma nova história, que possa servir como desculpa para que o Bando de Lobos possa entrar em situações que façam o público rir. Mas, infelizmente, o riso é algo que Se Beber, Não Case! Parte 3 pouco consegue causar.
Escrito pelo diretor Todd Phillips em parceria com Craig Mazin, Se Beber, Não Case! Parte 3 traz Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms) e Doug (Justin Bartha) tentando levar o crianção Alan (Zach Galifianakis) para uma instituição mental, depois de ele causar uma série de problemas. Mas o plano acaba não dando certo, já que no meio do caminho eles dão de cara com o mafioso Marshall (John Goodman), que está atrás de um velho conhecido do grupo, Sr. Chow (Ken Jeong), que logo no início vemos fugindo de uma prisão de segurança máxima. Nisso, Marshall sequestra Doug e promete mata-lo caso os outros três não encontrem Chow.
Se Beber, Não Case! Parte 3 até tem um início promissor, quando o roteiro apresenta o atual estado dos personagens e consegue ter algumas boas sacadas, como a gag envolvendo uma girafa e a pequena brincadeira feita com uma canção em um funeral. No entanto, o filme desanda a partir do segundo ato, investindo em piadas pouco inspiradas e em uma trama enrolada demais, que Todd Phillips tenta tornar engraçada ao trata-la como um thriller (algo que é ressaltado pela trilha composta por Christopher Beck), mas sem muito sucesso. Além disso, o filme dá espaço demais para Sr. Chow, figura que funcionava melhor quando aparecia pouco ao longo das histórias. E seu intérprete, Ken Jeong, infelizmente termina quase todas as falas com um palavrão, como se isso fosse o bastante para causar risos, mas na verdade isso é apenas chato e de certa forma subestima a inteligência do espectador.
Mas não é só isso. Todd Phillips ainda não consegue impor um tom de maior urgência que faça com que nos importemos com os personagens. E apesar de dirigir as cenas de maior ação com energia (como quando um caminhão passa a atacar os protagonistas no meio da estrada), o diretor não consegue impedir que o filme se torne aborrecido durante a maior parte do tempo, o que só deixa tudo ainda mais desinteressante. Como se não bastasse, o roteiro ainda conta com reviravoltas muito previsíveis, como as duas envolvendo Chow.
Enquanto isso, Bradley Cooper (recém-saído de sua indicação ao Oscar por O Lado Bom da Vida) e Ed Helms retornam aos seus personagens praticamente no piloto automático, não surgindo com um timing cômico tão bom quanto nos filmes anteriores, ao passo que Zach Galifianakis ganha mais espaço e até consegue divertir com Alan, mas muito pouco perto do que busca alcançar (e aquela coisa de ele fingir várias vezes que vai cumprimentar as pessoas cansa depois de algum tempo). Já Justin Bartha mais uma vez não tem muito o que fazer no filme, já que Doug tem sempre que ficar de fora das trapalhadas do grupo (uma repetição um tanto incompreensível na franquia). E John Goodman aparece sempre com uma presença em cena muito interessante interpretando Marshall, ainda que o personagem não seja uma grande novidade na carreira do ator, e é uma pena que ele tenha um final tão decepcionante.
No fim, Se Beber, Não Case! Parte 3 nem chega perto de ser um “final épico” para a trilogia. Na verdade, é um filme que acaba mostrando que a franquia pode estar bastante desgastada, e talvez já seja hora de aposentar o Bando de Lobos.
Obs.: Há uma cena durante os créditos finais. E é a mais divertida do filme, portanto não percam.
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