Escrito e dirigido por Lee
Cronin, A Ascensão inicia quando Beth (Lily Sullivan) vai visitar sua
irmã, Ellie (Alyssa Sutherland), e os três filhos dela, Bridget, Danny e Kassie
(Gabrielle Echols, Morgan Davies e Nell Fisher, respectivamente), que moram em
um prédio que está literalmente caindo aos pedaços. Seria uma oportunidade
perfeita para que todos tentassem lidar juntos com seus problemas pessoais. Mas
tudo vira de cabeça para baixo quando o trio de irmãos encontra um volume do Livro
dos Mortos nos confins do edifício, o que eventualmente acaba por libertar os demônios
que passam a infernizar a vida da família.
Assim como o eficaz reboot dirigido por Fede Alvarez em 2013, A Ascensão não tem conexões com os capítulos anteriores da franquia, apresentando novos personagens e até mesmo uma nova localização, saindo de uma cabana isolada no meio da floresta e indo para um local mais urbano. Isso, porém, não impede Lee Cronin de criar uma atmosfera claustrofóbica, situando quase toda a narrativa dentro dos limites do prédio e agarrando quaisquer oportunidades para mostrar que os personagens não têm para onde fugir, o que contribui com a sensação de angustia gerada pelo desenrolar da trama. Mas muito dessa sensação se deve também porque Cronin sabiamente dedica o primeiro ato do filme para estabelecer Beth, Ellie e as crianças como figuras em uma situação vulnerável em suas vidas particulares e cujo carinho uns pelos outros é muito claro, o que facilita a identificação do público com eles e, consequentemente, dá mais peso para a tensão que passam a viver.
E quando a tensão começa, ela não para mais. Pontualmente, Lee Cronin até pode cair em sustos batidos, mas de modo geral ele exibe segurança na condução do terror que toma conta da história, criando momentos visualmente interessantes como a sequência que vemos através do olho mágico de uma porta. Mas o diretor se sai ainda melhor ao investir no alto grau de violência, uma das marcas registradas da série e que volta a render cenas divertidamente aflitivas ou de puro banho de sangue. O terceiro ato acaba sendo o grande destaque nesse sentido, chegando até a fazer referência a O Iluminado (por sinal, o clássico de Stanley Kubrick certamente serviu de inspiração para o filme). Mas é preciso apontar que A Ascensão causa arrepios mesmo quando a violência parte de coisas banais, e aqui devo admitir que um brevíssimo momento envolvendo um ralador dificilmente sairá da minha cabeça tão cedo.
A Morte do Demônio: A Ascensão
já mereceria créditos por sua eficácia como filme de terror. Mas também acaba
sendo interessante ver o longa conseguir injetar uma boa dose de frescor a uma
franquia tão longeva, algo que por tabela não deixa de ressaltar o rico
potencial do material que Sam Raimi e seus amigos conceberam há quatro décadas.
Nota:
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