Transformers é uma franquia impressionante, mas pelos motivos
errados. Apesar de já estar completando dez anos nos cinemas, a única coisa
memorável que ela tem conseguido mostrar com seus filmes é a estupidez profunda
que os permeia, sendo até ofensivo acompanhar o quanto eles subestimam a
inteligência do público, como se este fosse tão estúpido quanto. E o diretor
Michael Bay e sua equipe pelo visto sentem prazer em abordar o material dessa
forma, trazendo sempre a mesma fórmula. Sendo assim, não é surpresa alguma
constatar que este Transformers: O
Último Cavaleiro, o quinto exemplar da série, simplesmente é mais do mesmo.
Ou seja, uma longa tortura.
Assim como seus antecessores, Transformers 5 já começa jogando no
lixo qualquer coerência envolvendo a linha temporal da série, revelando que os
robôs alienígenas tiveram participação até nas batalhas da Inglaterra nos anos
400, quando formaram uma aliança com o Rei Arthur, Lancelot e Merlin. Já nos
tempos atuais, Cade Yeager (Mark Wahlberg) continua sendo um fiel aliado dos
Autobots e, após um confronto no qual passa a ter a ajuda da jovem Izabella (Isabela
Moner), se vê em posse de um importante talismã referente àqueles velhos tempos
da história, objeto que chama a atenção tanto dos maléficos Decepticons quanto
do historiador Edmund Burton (Anthony Hopkins). Enquanto isso, Optimus Prime
ainda está em busca de seus criadores, se deparando com Quintessa, entidade que
conspira destruir a Terra para restaurar Cybertron, o lar dos Transformers.
O que Transformers 5 apresenta ao longo da projeção é simplesmente
ridículo, e o mais triste é que Michael Bay parece não perceber isso ou só não
se importa, levando a sério o material que tem em mãos e despejando uma série
de idiotices no espectador à medida que avançamos na trama. Isso vai desde as
ligações antigas dos Transformers com os humanos (é risível que alguém tenha achado
que envolver Merlin e Rei Arthur foi uma boa ideia) até a subtrama romântica óbvia
e forçada entre Cade e a professora Viviane Wembly (Laura Haddock), passando
por cenas constrangedoras como aquela em que o protagonista é questionado por
não fazer sexo há algum tempo.
Aliás, o desenvolvimento da trama
(se é que podemos chama-la desse jeito) é uma bagunça tremenda, trazendo diálogos
pavorosamente expositivos. Logo no início, por exemplo, temos uma narração que trata
de estabelecer os principais pontos que acompanharemos, denotando a preguiça
dos roteiristas em apostar num desenrolar mais orgânico (não à toa ela é
descartada após cumprir seu papel), ao passo que em outros momentos vemos os
personagens falando detalhadamente o que irão fazer. E nem sei o que dizer
sobre cenas como aquela em que Merlin está claramente bêbado e diz “Deus! Estou
embriagado!”. Além disso, o filme traz vários personagens e núcleos narrativos,
mas os desenvolve tropegamente, sendo que alguns (como a participação do Agente
Simmons, interpretado por John Turturro) poderiam muito bem ter sido cortados
para encurtar o desastre.
Mas talvez eu esteja exigindo
muito ao querer que Michael Bay conceba algo minimamente consistente nesses
aspectos, já que tudo isso pode ser apenas uma desculpa para que se tenha um
palco para as sequências de ação. No entanto, de nada isso adianta quando o
cineasta basicamente é o rei de criar um verdadeiro caos visual em cena, com rápidos
movimentos de câmera e uma montagem picotada que tornam a ação simplesmente incompreensível e
entediante, de forma que é inacreditável que tenham sido necessários seis
montadores para as coisas ficarem desse jeito. Para completar, o filme não
conta com um único personagem com o qual possamos nos importar, já que todos
não passam de figuras unidimensionais que desperdiçam o talento de atores como Mark
Wahlberg e Anthony Hopkins. Assim, a narrativa não tem peso algum em meio a
suas enormes explosões (marcas registradas de Michael Bay), que no fim são
apenas sinais da bomba que o filme realmente é.
Há um momento genuinamente
engraçado em Transformers 5, quando
Michael Bay usa o Transformer-mordomo de Edmund Burton para fazer uma brincadeira
com a trilha do filme. Mas essa rara sacada divertida dura meros segundos, não fazendo
com que o resto das duas horas e meia de projeção sejam suportáveis ou passem
mais rápido. A verdade é que estamos falando de um longa que só existe por
conta de seu apelo comercial, porque como narrativa ele apenas estende uma
franquia sofrível, que parece determinada a fazer com que cada um de seus
exemplares seja um atentado a arte cinematográfica.
Nota:
Um comentário:
Há também um novo alivio cômico muito bem pensado que irá se identificar bastante com o público, mas esse vou deixar pra vocês verem no filme. Amei ver em Transformers a Isabela Moner, lembro dos seus papeis iniciais, em comparação com os seus filmes atuais, e vejo muita evolução, mostra personagens com maior seguridade e que enchem de emoções ao expectador. Desfrutei muito seu trabalho neste filme para crianças O que Será de Nozes cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção e muito bom elenco.
Postar um comentário