Dwayne Johnson e Kevin Hart não
poderiam ser atores mais diferentes. É algo que, obviamente, não se vê só no
que diz respeito à estatura de cada um, mas também nas personas que eles têm
criado nas telonas. Enquanto Johnson faz o tipo herói de ação durão, boa-praça e
que parte para a porrada sempre que necessário, Hart na maioria das vezes surge
com uma postura histérica para causar o riso, o que às vezes pode funcionar,
mas também é capaz de irritar profundamente (como no fraco Policial em Apuros). Um
Espião e Meio tenta se aproveitar exatamente do choque entre as características
dos dois atores ao trazê-los no centro de sua cômica trama de ação. Mas, ainda
que a dupla cause algumas risadas, o longa não consegue se sustentar como
gostaria.

A dupla central basicamente é a
boia em que o filme tenta se segurar para não se afogar. Enquanto Kevin Hart surge
um pouco mais contido do que de costume interpretando Calvin como um homem
comum que se vê fazendo coisas inimagináveis, Dwayne Johnson se diverte ao trazer
certa doçura ao jeito de ser de Bob, criando um contraste engraçado com sua
força bruta e habilidades absurdas. Criando personagens que são o oposto um do
outro, ambos os atores exibem carisma (detalhe comum de ver em Johnson, mas surpreendente
em Hart) e têm uma dinâmica que diverte pontualmente (como na cena da terapia),
com Calvin e Bob encontrando um no outro o apoio que precisam para superar
possíveis problemas que estejam enfrentando.
É uma pena, porém, que o restante
da narrativa não se mostre minimamente cativante ou criativo, tendo um roteiro
que fica repetindo suas piadas (como as aparições repentinas de Bob) e que desenvolve
uma trama formuláica, clichê e óbvia, mas aparentemente pensando que está concebendo
algo de grande frescor. Se os arcos dos protagonistas já são elementos que já soam
um tanto batidos e previsíveis, em nada se comparam ao fato de que, ao longo de
quase toda a história, o filme mantém a identidade de seu vilão como um grande mistério,
o que é ineficaz considerando que podemos antecipar de quem se trata antes
mesmo de chegarmos à metade da projeção (e é lamentável ver o talentoso
intérprete do personagem ser desperdiçado em um papel tão fraco). Aliás, é
impressionante ver o roteiro constantemente tentar enganar o espectador a fim
de tornar a trama surpreendente, como ao tentar nos manter em dúvida quanto as reais
intenções de Bob. Além disso, é um pouco irritante que tenhamos algumas referências
a outros filmes (como Os Bons
Companheiros e Matador de Aluguel)
e os roteiristas sintam a necessidade de explica-las para que o público as
entenda, detalhes que não fazem muita diferença no fim das contas.
Enquanto isso, como diretor, Rawson
Marshall Thurber não consegue fazer coisas que compensem os problemas do
roteiro. Sendo assim, ele não chega a envolver o público com o ritmo ágil que impõe
na maior parte da narrativa, além de se esforçar em criar sequências de ação
que buscam causar o riso do público através do absurdo, o que pode até funcionar
no confronto que se passa no escritório de Calvin, mas em outros pontos da
trama o que toma a tela são sequência burocráticas e sem graça.
No fim, o que se tem em Um Espião e Meio é uma comédia de ação tola
e facilmente esquecível. Um filme que se forma a partir de um material excessivamente
frágil, que não ajuda a dupla de protagonistas a render uma boa diversão.
Nota:
Um comentário:
Incrível! O ator Jason Bateman se compromete muito com o personagem. O último que eu vi foi em um de os melhores filmes de comedia chamado A Noite do Jogo na minha opinião, foi um dos melhores filmes. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio, cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção, um filme que se converteu em um do meus preferidos. Sem dúvida a veria novamente! É uma boa opção para uma tarde de lazer.
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