No dia 20 de junho de 1975, Steven Spielberg lançava Tubarão nos cinemas, fazendo as pessoas criarem filas que davam voltas nos quarteirões, tamanha expectativa criada em cima do filme, que se mostrou inesquecível por vários motivos. No entanto, prefiro usar o aniversário de 40 anos dessa obra-prima não para falar sobre ela em si, mas sim para compartilhar uma pequena história pessoal envolvendo ela. E sim, sei que estou um pouquinho atrasado com relação à data, mas me deem um desconto.
Há alguns anos, quando comecei a acompanhar
cinema com frequência, meu pai falou sobre o dia em que viu Tubarão pela primeira vez, no antigo
Cine São João, aqui em Porto Alegre. Sentado com seu mullett setentista, ele assiste ao filme e a toda tensão
proporcionada pela narrativa. É então que vem a cena em que Martin Brody (personagem de Roy
Scheider) segue as ordens de Quint (Robert Shaw) e joga iscas no mar, tentando atrair
o tubarão, que naturalmente aparece quando menos se espera, fazendo Brody, meu
pai e as outras pessoas na sala darem um pulo assustado. Spielberg finalmente mostrava
que os personagens precisariam de um barco maior.
Quando chegou a minha vez de ver Tubarão, eu nem pensava nessa história.
A única coisa que tinha na cabeça era a expectativa de que finalmente veria um
clássico que sempre quis assistir. Na ocasião, ele seria exibido de madrugada
na TV, o que deveria me fazer ignorá-lo, mas era preciso muito mais do que o
horário para eu perder a chance de conferir uma obra desse calibre. Embaixo dos
cobertores e com as luzes apagadas, assisti ao filme entre o sono e bocejos
mal vindos, mas que não conseguiram me derrubar. E quando Brody joga as iscas
no mar e o tubarão salta na tela, repentinamente arregalo os olhos e dou um
pulo.
Claro que o propósito de
Spielberg com a cena é exatamente pegar o espectador de surpresa, sacudindo-o
com a tensão. Mas da mesma forma como eu não esperava a aparição de Bruce (nome
dado ao animal pela produção do filme), não imaginava ter um susto
parecido com o de meu pai e das outras pessoas presentes no Cine São João. Sendo
assim, resta apenas parabenizar Tubarão
por sua grande eficiência ao longo de seus 40 anos como um marco
cinematográfico.
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