quinta-feira, 25 de julho de 2013

Wolverine: Imortal

Wolverine é um dos melhores personagens do vasto universo de X-Men, e encontrou em Hugh Jackman um grande intérprete no cinema. Sendo assim, foi realmente uma pena que depois dos primeiros três (e belos) filmes da franquia, ele tenha ganhado um filme solo tão decepcionante como X-Men Origens: Wolverine, em 2009. Mas Logan (como também é conhecido) ainda tem histórias muito boas nos quadrinhos, e não é à toa que ele está de volta em mais um filme solo, que dessa vez adapta para as telonas o período que ele passou no Japão.
Escrito por Mark Bomback e Scott Frank em parceria com Christopher McQuarrie, Wolverine: Imortal ignora X-Men Origens: Wolverine e situa a história depois dos eventos de X-Men: O Confronto Final. Tendo que lidar com o fato de ter matado sua amada Jean Grey (Famke Janssen), Logan passa a viver praticamente como um andarilho, sem um destino específico. Até que a jovem Yukio (Rila Fukushima) o encontra e o leva para Tóquio a pedido de Yashida (Hal Yamanouchi), homem que ele salvou da bomba atômica em Nagazaki, nos tempos da Segunda Guerra Mundial, e que deseja ter seu poder de cura para escapar da morte. Chegando lá, Logan não só tem seu poder anulado, mas também se vê obrigado a proteger Mariko (Tao Okamoto), neta de Yashida e que vira alvo da Yakusa, a máfia japonesa.
Wolverine: Imortal procura mostrar um lado de Logan que é interessante (e que está mais do que escancarado no título que o filme ganhou aqui no Brasil). Ele não envelhece e não pode morrer de um jeito normal, e isso não deixa de ser uma espécie de maldição quando consideramos que ele vê as pessoas com as quais se importa morrerem. Quando reencontramos o personagem, vemos que ele frequentemente tem pesadelos envolvendo Jean, deixando claro o desejo que ele tem de se juntar a mulher que ama.Mas em meio a tudo isso entra também uma questão um pouco complexa, porque desistir desse poder seria o mesmo que desistir daquilo que ele é, o que apenas faz sua situação chamar ainda mais atenção.
No entanto, por mais que esse elemento seja bem estabelecido, o filme encontra problemas ao longo do caminho. As aparições de Jean, por exemplo, acabam ficando meio chatas depois de um tempo, e ainda quebram o ritmo da história. Além disso, o diretor James Mangold não chega a impor um tom de urgência ao filme, preferindo mostrar um Logan que fica vulnerável sem seu poder de cura, mas que mesmo assim parece ser invencível, já que quando sofre um ferimento ele fica apenas temporariamente abalado. Aliás, é até um furo no roteiro o fato de o personagem não curar alguns tiros que leva dos capangas da Yakusa, mas aparentar não ter problema nenhum quando suas garras de adamantium saem de suas mãos.
Mas vale dizer que Mangold conduz bem as cenas de ação, sendo que a sequência que se passa em um enterro e a outra envolvendo o famoso trem-bala estão entre os melhores momentos do filme. De vez em quando o diretor chacoalha demais a câmera, o que torna a ação um tanto incompreensível, mas felizmente isso acontece pouco ao longo da projeção. Por sinal, Mangold explora com eficiência as habilidades dos personagens, e nesse sentido o filme inclusive parece beber levemente da fonte de Os Vingadores, sendo Yukio uma ruiva acrobata como a Viúva Negra e o guarda-costas de Mariko, Harada (Will Yun Lee), um mestre do arco e flecha como o Gavião Arqueiro, o que é curioso. De qualquer forma, é uma pena que a luta final não consiga empolgar como as outras, contando ainda com uma reviravolta previsível no roteiro.
Enquanto isso, Hugh Jackman volta ao papel de Logan com sua habitual determinação, além de conseguir mostrar que a cultura japonesa parece não combinar muito bem com a personalidade do personagem, o que rende um momento particularmente divertido quando Logan é enviado para um banho. Já a bela Tao Okamoto consegue fazer de Mariko uma figura interessante o bastante para que o público passe a se importar com ela, ao passo que Rila Fukushima traz carisma para Yukio. E se Will Yun Lee surge apagado interpretando Harada, um personagem que não é muito essencial para a narrativa, a russa Svetlana Khodchenkova tem em Viper uma vilã que não poderia ser mais desinteressante, sendo mal desenvolvida pelo roteiro.
Apesar de seus problemas, Wolverine: Imortal ao menos tem um resultado final melhor do que aquele visto X-Men Origens: Wolverine, revelando ser uma obra satisfatória envolvendo um personagem muito querido pelo público.
Obs. 1: Há uma cena importantíssima durante os créditos finais. Não deixe de conferi-la.
Obs. 2: Não recomendo que o filme seja assistido na versão em 3D. Não só por ele não ter sido filmado nesse formato, mas também porque a conversão não traz absolutamente nada que justifique o ingresso mais caro.
Cotação:

Um comentário:

BRENNO BEZERRA disse...

Uma ousadia interessante que deu uma reviravolta na história que conhecíamos do Wolverine, e que acabou sendo positiva.