terça-feira, 26 de junho de 2012

30 Anos de Blade Runner e O Enigma de Outro Mundo

Em 2012, Ridley Scott voltou ao campo da ficção científica com Prometheus, depois de ficar trinta anos longe do gênero, quando dirigiu o filme que fez aniversário ontem: Blade Runner: O Caçador de Androides. Aliás, não foi só este belo filme que completou trinta anos de existência, mas também um dos melhores filmes de John Carpenter, O Enigma de Outro Mundo, o que tornou a data 25 de junho de 1982 um dia ainda mais especial. Infelizmente, o post está um pouco atrasado, mas a homenagem é justa, e preferi escrever alguma coisa para não deixar o momento passar em branco.
Blade Runner levou alguns anos para ser reconhecido como o grande clássico que todos conhecem. Na época de seu lançamento, o filme não conquistou a crítica e fracassou nas bilheterias. A produção passou por muitos problemas, entre eles estão os produtores, que viram o primeiro corte do filme e, achando que as pessoas não entenderiam nada, mandaram Ridley Scott colocar uma narração de Rick Deckard (Harrison Ford), além de um final feliz (isso tudo é falado nos extras da edição especial tripla do DVD). Dessa forma, Blade Runner continuou sendo um filme muito bom, mas com problemas. A narração, por exemplo, tira muito do impacto que o discurso final feito por Roy Batty (interpretado magistralmente por Rutger Hauer) tem no filme.
Em 1992, depois de várias exibições testes, foi lançada a Versão do Diretor e Blade Runner foi reconhecido como um grande clássico. Ainda assim, a versão foi lançada as pressas e não agradou totalmente Ridley Scott, que queria fazer mais algumas alterações. Só em 2007 o diretor conseguiu lançar aquela que ele considera como sua versão definitiva para o filme.
As várias versões de Blade Runner abriram espaço para diversos debates sobre o que o filme mostra. As discussões vão desde religião até a possibilidade de Deckard ser um replicante. Independentemente da versão, o filme sempre chamou muito a atenção pelo seu visual estonteante da Los Angeles futurista. É um filme que mistura muito bem o estilo de ficção científica com o noir, o que o torna algo muito lindo de se ver esteticamente. Tudo isso em uma história envolvente do início ao fim, grandes atuações (Rutger Hauer, em particular, deveria ter sido indicado a todos os prêmios do mundo na época) e um Ridley Scott em um início de carreira brilhante.
O Enigma de Outro Mundo é um terror absolutamente espetacular. Representando o auge da parceria entre John Carpenter e Kurt Russell, o filme conta com um dos vilões mais assustadores da história do cinema: a “coisa”, como diz o título original.
Nada é mais assustador do que o desconhecido. Steven Spielberg soube usar isso muito bem em Tubarão e John Carpenter foi um mestre em O Enigma de Outro Mundo. Ao longo de todo o filme, nós não vemos a forma real do alienígena que inferniza os cientistas. Esse detalhe cria um nível de tensão muito grande no ambiente em que os personagens se encontram. Afinal, o monstro pode ser qualquer coisa que esteja ali, desde um cachorro até um dos cientistas. E como ele pode se transformar naquilo que quiser, não é difícil compará-lo ao bicho-papão que tanto assombra crianças. Sendo assim, ele pode ser a representação dos nossos próprios medos e isso faz deste vilão uma figura interessantíssima.
Se o vilão já é incrível, as cenas tensas que John Carpenter comanda não são menos do que geniais. Temos a parte em que MacReady (personagem de Kurt Russel) faz o exame de sague com todos os outros cientistas. Mas talvez a mais famosa seja mesmo a cena em que Cooper (Richard Dysart) tenta usar um desfibrilador em Norris (Charles Hallahan), mas o corpo deste se torna uma boca enorme, naquele que é o momento mais assustador do filme.
Dois grandes filmes, e não sei se lamento o fato de estarem rendendo mais produções. O Enigma de Outro Mundo teve uma prequel (que ainda não vi) lançada no ano passado, enquanto que Blade Runner está com uma continuação em desenvolvimento. Mas nada irá mudar o status dessas duas belíssimas obras-primas. Então, parabéns a elas.

2 comentários:

Luigi Vercotti disse...

cadê filmes bons e INOVADORES como Blade Runner, Ridley Scott? quando você vai largar a mão de ser trouxa tentando reviver seu passado ao REPETIR os seus velhos filmes (Prometheus e Blade Runner 2 que está vindo aí)? LET IT GO, MAN. It's over now. Você precisa voltar às origens no quesito INOVAÇÃO, não simplesmente refazer o que você fez de bom.

PS: Que preconceito é esse contra robôs no seu blog? que falta de respeito. Robôs não podem comentar? Não têm voz na sociedade? E que tal Replicantes? Aliens não são bem-vindos também? Vou processar você por segregação, hein. Ouvirás de meu advogado.

Thomás R. Boeira disse...

Luigi!

Quando foi que eu disse que sou contra robôs no meu blog?

Se você está falando do que comentei no Twitter sobre comentários de "Anônimos", então você entendeu errado.

Eu não sou contra as pessoas que comentam dessa forma por aqui. Só acho que é algo que não precisa ser feito dessa forma. Por que elas não podem se identificar?

Só isso. Se elas gostam de comentar assim, tudo bem. Mas não sou contra elas de maneira alguma.

Não sei se essa foi sua primeira visita ao meu blog. Se foi, espero que tenha gostado do conteúdo e continue seguindo.

Abraço