sábado, 30 de abril de 2011

Cine Esquema Novo 2011

Nesta última semana estive presente no Cine Esquema Novo, festival que ocorre em Porto Alegre desde 2003 e reúne produções de todo o Brasil e dos mais variados tipos. Consegui assistir a três filmes da mostra competitiva de longas e compareci no segundo dia da Oficina de Crítica. Vários filmes em competição no festival são experimentais, ou seja, diferentes do cinema comercial com o qual estamos acostumados.
A Oficina de Crítica foi uma boa oportunidade para aprender um pouco mais sobre crítica cinematográfica e também discutir sobre cinema. Uma das discussões, por exemplo, foi sobre o cinema de Quentin Tarantino, um dos meus ídolos. Foi interessante ver as diferentes visões que as pessoas têm dos filmes deste grande cineasta. Mas a Oficina envolveu também um belo debate sobre a situação do mercado cinematográfico.
Abaixo os filmes que assisti no festival (todas as sessões foram seguidas por debates interessantíssimos com os diretores):
1 - Álbum de Família, de Wallace Nogueira:
Documentário tocante que segue o diretor em uma viagem que com seu pai em busca de um álbum de fotos da família. É um projeto corajoso de Wallace Nogueira, já que ele e seu pai têm alguns problemas pendentes. E são poucas as pessoas que revisitam o passado para tentar resolver estes problemas. Álbum de Família acaba por ser uma bela oportunidade de redenção para o pai do diretor.
2 – Batista Virou Máquina, de Carlos Dowling:
Originalmente, Batista Virou Máquina era apenas uma trilha visual para um álbum da banda Burro Morto. Mas seu diretor viu um potencial narrativo no projeto e o transformou em uma obra de ficção. A primeira metade é interessantíssima e a leitura que fiz do filme nesse momento, apesar de diferente da que Dowling propôs, era a de que o filme faz uma crítica à sociedade que cada vez mais se deixar dominar pela tecnologia. Se não fosse pelo fraco curta-metragem que Dowling coloca a partir da segunda metade do filme (que não tem nada a ver com o que foi mostrado até então e ainda conta com um plano sequência entediante), Baptista Virou Máquina poderia ser um filme genial.
Mas não é um projeto finalizado. Para se ter uma ideia, a versão que assisti do filme foi diferente daquela que foi mostrada no dia anterior do Cine Esquema Novo. Ou seja, Baptista Virou Máquina ainda tem chances de explorar todo o seu potencial.
3 – Desassossego (Filme das Maravilhas), de Felipe Bragança e Marina Meliande:
Desassossego é um projeto muito interessante. Os diretores enviaram uma carta para várias partes do Brasil. Ela foi respondida por 14 cineastas através de fragmentos que eles filmaram. Alguns fragmentos se destacam um pouco mais e chamam muito a atenção pela criatividade em termos de montagem e cenários.
Marina Meliande disse no debate que ainda está recebendo respostas para a carta. Isso pode fazer com que Desassossego se torne um filme muito maior e muito mais sensível do que já é.
O Cine Esquema Novo foi uma experiência muito interessante e que nunca vou esquecer por se tratar do primeiro festival que visito. Mal posso esperar pelo próximo.

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