Surgindo ocasionalmente nos
filmes de Madagascar (que não chegam
a ser grandes coisas), Capitão, Kowalski, Rico e Recruta,
também conhecidos como Os Pinguins de
Madagascar, conseguiam causar o riso com seu lado espião, sendo um pouco
mais inteligentes que Alex, Marty e as outras figuras que apareciam na franquia. Dito isso, é compreensível a vontade das mentes por trás da série de
realizar uma animação que seja centrada nesses personagens, principalmente se
considerarmos que eles já protagonizam um seriado de sucesso na TV. Mas este spin-off acaba indicando que, ao menos
no cinema, o quarteto funcionava melhor no formato conta-gotas.
Escrito por Michael Colton em
parceria com John Aboud e Brandon Sawyer, Os
Pinguins de Madagascar coloca os personagens-título (dublados por Tom
McGrath, Chris Miller, Conrad Vernon e Christopher Knights) enfrentando o Dr.
Octavius Brine (John Malkovich), que na verdade trata-se do polvo Dave, um
velho conhecido que quer se vingar por eles terem sido o centro das atenções no
zoológico onde ficaram expostos, fazendo com que ele ficasse completamente
ofuscado no local. No entanto, o grupo de espionagem Vento do Norte, liderada
pelo lobo Secreto (Benedict Cumberbatch), também está no encalço do vilão, fazendo
com que eles juntem forças com Capitão e os outros para evitar que Dave use uma
máquina para transformar vários animais em monstros.
Se os protagonistas foram responsáveis
por boas risadas ao longo dos três Madagascar,
isso vinha, em parte, do contraste que se criava entre o jeito anárquico deles
e a ingenuidade dos outros personagens. Mas esse é um elemento que os diretores
Eric Darnell e Simon J. Smith praticamente não resgatam neste novo filme, já que
o protagonismo dos Pinguins faz com que a produção assuma sem pudores o gênero
espionagem e busque desenvolver uma trama em volta dessa fórmula. É claro que isso
rende algumas risadas (como na cena em que o grupo passa despercebido pelos
guardas do Fort Knox), mas infelizmente cansa rapidamente, detalhe que
inclusive prejudica um pouco dois momentos particularmente inspirados: a
perseguição em Veneza e o plano-sequência que segue os personagens por alguns
aviões.
Enquanto isso, o roteiro
desenvolve uma história insossa e com uma série de subtramas tolas,
superficiais e até previsíveis, seja aquela do romance inusitado entre Kowalski
e a coruja Eva (Annet Mahendru), que parece servir só para ocupar espaço
desnecessariamente no filme, ou a outra envolvendo a birra que se cria entre
Capitão e Secreto graças ao senso de liderança dos dois. Dessa forma, Os Pinguins de Madagascar se vê tendo
que se sustentar no carisma do quarteto principal, o que até torna algumas
coisas simpáticas, como o arco dramático clichê percorrido pelo adorável
Recruta. Mas isso não chega a ser o bastante para deixar o filme como um todo mais
eficiente.
Por serem as figuras mais cativantes
que Madagascar apresentou, os
Pinguins mereciam um filme bacana, até por que eles têm um bom potencial para
diversão. Uma pena que isso não tenha acontecido aqui, onde acabamos tendo um
trabalho tão bobo quanto àqueles da franquia que o originou.
Obs.: Há uma cena durante os
créditos finais.
Nota:
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