domingo, 10 de novembro de 2013

Luther

John Luther é um personagem fascinante. Dono de uma inteligência invejável e de um raciocínio rápido, Luther não faz feio quando comparado a Sherlock Holmes. No entanto, sua personalidade e o modo como age são bem diferentes daqueles vistos no personagem criado por Sir Arthur Conan Doyle. Luther tem um temperamento explosivo e não se importa de sujar as próprias mãos caso isso resulte na resolução de um caso, além de muitas vezes deixar seus sentimentos afetarem seu modo de pensar. Dito isso, John Luther é apenas um dos elementos que tornam a série britânica Luther um dos dramas policiais mais interessantes da atualidade.
Criada por Neil Cross, Luther acompanha o personagem-título em investigações desafiadoras, ao mesmo tempo em que ele tenta lidar com sua vida pessoal. Isso dentro de uma atmosfera tensa e com um ritmo eletrizante e envolvente, que são estabelecidos logo no início do primeiro episódio, quando o Luther persegue Henry Madsen (Anton Saunders) um pedófilo que procurava há muito tempo. Aliás, o primeiro episódio já apresenta muito bem a personalidade forte do protagonista e como certos casos o afetam.
Estruturada como um procedure, Luther traz em sua primeira temporada um caso por episódio, mudando isso nas duas temporadas seguintes, quando vemos um caso a cada dois episódios. E algo curioso nisso é o fato de a série revelar quem são os vilões mais ou menos no início de cada capítulo, diferente de produções como Law & Order, em que descobrimos a identidade deles apenas no final. Além disso, Neil Cross mostra talento na criação de vilões, desenvolvendo figuras cada vez mais ameaçadoras no decorrer da série, que causam situações de grande tensão e fazem com que temamos pelo destino de suas vítimas, além de ajudar a fazer com que fiquemos curiosos com relação às investigações realizadas pelo protagonista.
Para completar, os outros personagens de Luther são interessantíssimos. Desde Alice Morgan (Ruth Wilson, vista recentemente nos cinemas em O Cavaleiro Solitário) até o carismático Justin Ripley (Warren Brown), passando pela esposa do protagonista, Zoe (Indira Varma), e pelo detetive Martin Schenk (Dermot Crownley), a série apresenta figuras com quem conseguimos nos importar ao longo dos episódios. É verdade que nenhum deles supera a complexidade do protagonista (interpretado pelo absolutamente fantástico Idris Elba, um dos atores que mais merece atenção atualmente), mas ainda assim é uma galeria de personagens muito bacana.
Recentemente, Neil Cross anunciou que a terceira temporada foi a última da série, o que é uma pena considerando a qualidade da produção. Mas ele também já avisou ter planos para levar sua obra ao Cinema, deixando uma pontinha de esperança nos fãs para que John Luther apareça em novas histórias.

2 comentários:

Hugo disse...

Esta série está na lista para conferir.

Sobre Idris Elba, ele já mostrou talento como vilão na série "The Wire".

Abraço

Thomás R. Boeira disse...

Vale a pena ver essa, Hugo.

E "The Wire" está na minha lista. Não sabia que Idris Elba havia sido um vilão na série. Fiquei mais interessado.

Abraço,
Thomás