quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Chuvas no Cinema

Chuvas têm rondado várias partes do Brasil nos últimos dias (em Porto Alegre, onde moro, algumas ruas ficaram mais do que alagadas). Pensando nisso, e na preguiça que deve bater quando se vê toda a água que terá de ser enfrentada ao longo do dia, coloco hoje alguns filmes que contam com alguma cena interessante envolvendo esse tempo que nem todas as pessoas gostam. Devo ter esquecido várias obras que deveriam ser incluídas por aqui, mas isso é a pior coisa quando o assunto é fazer listas. Não tem como lembrar de todos os filmes, então preferi citar apenas os cinco primeiros que vieram à cabeça.
- Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain, 1952), de Gene Kelly e Stanley Donen:
Escrevi um pouco sobre Cantando na Chuva na época em que o filme completou 60 anos, mas não citar esta obra em uma lista como essa seria um crime digno de prisão perpétua. Em meio a uma linda homenagem ao Cinema, o filme conta com uma das cenas mais marcantes de todos os tempos. Ver Gene Kelly chutando poças e balançando seu guarda-chuva para todos os lados feliz da vida é inesquecível, o que faz do número musical de “Singin’ in the Rain” um show à parte em uma obra-prima divertidíssima. Uma curiosidade: não sei se todos sabem, mas a chuva vista na cena não foi feita apenas com água, tendo também um pouco de leite.
- Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany’s, 1961), de Blake Edwards:
Sou apaixonado por Audrey Hepburn, e nas últimas semanas tenho desejado cada vez mais que uma máquina do tempo seja criada para que eu possa ter a oportunidade de conhecê-la, e Bonequinha de Luxo é apenas um dos motivos de a atriz me encantar tanto. Enfim, o filme entrou nessa lista por causa de sua bela cena final. Com Holly Golightly (Hepburn) fugindo para o Brasil e chutando seu gato para fora do taxi, apenas para depois perceber o quanto ela pode ser feliz ao lado de Paul Varjak (George Peppard), a cena é um ótimo final para dois ótimos personagens.
- Blade Runner: O Caçador de Androides (Blade Runner, 1982), de Ridley Scott:
Blade Runner completou 30 anos em 2012, e escrevi um pouco sobre o filme aqui. A obra-prima de Ridley Scott é cheia de grandes momentos, mas o discurso final de Roy Batty (Rutger Hauer) se destaca mais do que outros. Sendo a última chance que ele tem para compartilhar um pouco de suas experiências com alguém (que acaba sendo Rick Deckard, personagem de Harrison Ford), a cena chega a ser triste mesmo se tratando daquele que deveria ser o vilão da história.
- Homem-Aranha (Spider-Man, 2002), de Sam Raimi:
O filme que colocou as adaptações de quadrinhos no topo de prioridades de alguns estúdios tem uma das cenas de beijo mais incomuns da década passada. Tão incomum e única que Mary Jane (Kirsten Dunst) e se refere a este momento como “Nosso beijo” ao falar com Peter Parker (Tobey Maguire) no restaurante, em Homem-Aranha 3. Com o herói aracnídeo se segurando de ponta-cabeça enquanto que sua amada o beija (isso depois de uma bela cena de ação de baixo da chuvarada), a cena é uma das partes mais lembradas daquele filme.
- Magnólia (Magnolia, 1999), de Paul Thomas Anderson:
Para fechar, lembro também de Magnólia, uma das obras-primas de Paul Thomas Anderson, que tem uma cena de chuva considerada absurda por muitas pessoas (e sabendo que haveria alguma estranheza com relação ao que aconteceria, o diretor ainda colocou um aviso de “Isso realmente aconteceu” alguns segundos antes). Funcionando perfeitamente dentro da história, a chuva de sapos talvez seja um dos momentos mais marcantes da década de 1990, em um filme que ajudou Anderson a se firmar um pouco mais como um dos diretores que mais merece atenção.

2 comentários:

Hugo disse...

A chuva de sapos de "Magnolia" não poderia ficar de fora da lista.

Aqui em SP faz quase 60 dias que não chove, durante o dia parece que estamos no Saara...rs

Abraço

Brothers disse...

Ótimo post! Lembrei de Ruas de Fogo de 1984, dirigido por Walter Hill, qnd o protagonista e uma cantora de Rock se reconciliam e se beijam na chuva... INESQUECÍVEL!