domingo, 19 de junho de 2011

3D ou "3D"?

O que seria o 3D?
É uma tecnologia que nos dá a impressão de que as imagens que vemos têm três dimensões. Ver um filme literalmente “saindo da tela” diante dos nossos olhos é algo interessante, sendo uma forma de entretenimento diferente. Mas é uma tecnologia que está sendo usada para entreter o público ou para juntar mais dinheiro no cofre dos estúdios?
Bem, se para eles a resposta é a primeira, para nós o que realmente parece estar acontecendo é a segunda. Afinal, somos nós que pagamos o dobro do preço normal de ingresso para ter uma experiência que, na grande maioria das vezes, é decepcionante.
Avatar, Premonição 4, Toy Story (1, 2 e 3), Alice no País das Maravilhas, Fúria de Titãs, Resident Evil 4: Recomeço, A Lenda dos Guardiões, Jogos Mortais: O Final, Megamente, Tron: O Legado, Rio, Thor, Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas, Kung Fu Panda 2.
Esses foram os 16 filmes que assisti em 3D nos cinemas, até o momento. Quantos realmente impressionaram com a tecnologia? Dois: Avatar e Resident Evil 4. Foram os únicos filmes que assisti que foram feitos com o sistema desenvolvido por James Cameron. Os outros 14 foram convertidos na pós-produção e não impressionaram muito (alguns nem fizeram diferença, como foi o caso de Fúria de Titãs e Piratas do Caribe 4).
O 3D de Resident Evil 4 foi algo surpreendente, sendo até melhor que o de Avatar. Digo isso porque há uma grande diferença entre Paul W.S. Anderson e James Cameron. Se a tecnologia for bem utilizada em Os Três Mosqueteiros, não vou ficar surpreso caso Anderson comece a dividir o título de “o cara do 3D” com Cameron, apesar de ele ser um diretor bem irregular, responsável por bombas como Alien vs. Predador e Corrida Mortal.
Quando Rango e X-Men: Primeira Classe foram lançados, vi as pessoas ficarem surpresas e, até mesmo, felizes quando souberam que eles não vieram com a opção 3D. Isso mostra que a tecnologia não caiu muito nas graças do público, por que o modo como ela é tratada simplesmente está começando a cansar as pessoas. A conversão via computador não é “3D de verdade”. É ilusão de algo que por si só já é uma ilusão.
Mas, afinal, o que nos leva a ir ver um filme em 3D mesmo tendo quase certeza de que a tecnologia será decepcionante? A minha resposta é esta: para ter uma experiência completa no cinema (sempre esperamos ver um grande filme, e se ele “sair da tela” será um bônus muito bem-vindo). A primeira parte da experiência tem boas chances de ser realizada, mas a segunda exige muita competência dos envolvidos na produção do filme. Competência esta muito pouco vista.

Um comentário:

Gustavo Dutra disse...

"Up" teve um efeito legal e "U2 3D" foi bem mais econômico que o previsto. Mas lembrando que "Hugo Cabret" chega no início do ano que vem e é do MARTIN FUCKIN' SCORSESE (que deve assinar como "Uncle Marty").

A audiência das conversões tem caído - pelo visto o público tem notado a diferença -, vide o "Lanterna Verde" que arrecadou muito menos que o esperado. Já o "Piratas 4" só deve ter chegado no Top 10 das bilheterias graças ao 3D (genuíno e ruim), pq fraco do jeito que o filme é...

Abraço!