domingo, 15 de maio de 2011

Padre

Nos últimos anos, com o sucesso da “saga” Crepúsculo, Hollywood voltou a investir pesado nos vampiros. Infelizmente não tem conseguido muito êxito, com a maioria dos filmes sendo de baixa qualidade. E Padre é mais um tropeço para a coleção.
Baseado na graphic novel de Min-Woo Hyung, Padre mostra um mundo pós-apocalíptico no qual os humanos estão em constante guerra com os vampiros. As pessoas se refugiam em uma cidade isolada, bem protegida e controlada pela Igreja. Os Padres eram guerreiros que lutaram contra os vampiros, mas agora vivem escondidos. Nisso, um Padre (Paul Bettany) desobedece as ordens da Igreja para ir atrás de sua sobrinha (Lily Collins) que foi sequestrada pelas criaturas da noite.
O diretor Scott Charles Stewart (o mesmo do filme Legião, que não assisti) começa o filme dando a impressão de que vai fazer um bom trabalho. Logo no início, ele coloca uma bela animação explicando a guerra entre humanos e vampiros. Mas dali para frente o diretor demonstra estar muito mais preocupado em mostrar que os Padres são “os caras”. Em todas as cenas de ação, ele inclui momentos em slow motion à lá Zack Snyder. Mas diferente de Snyder, que usa o recurso para dar um tom mais bacana e impactante para as cenas (com exceção de Sucker Punch), Stewart simplesmente joga os efeitos na tela sem qualquer cuidado.
O roteiro escrito pelo estreante Cory Goodman é fraco, tendo até mesmo alguns momentos ridículos, como uma conversa entre a Sacerdotisa (Maggie Q) e o xerife Hicks (Cam Gigandet) sobre sexo. As revelações e reviravoltas que ocorrem não têm impacto algum na trama. Para completar, o roteirista ainda tenta forçar um romance bobo entre o Padre e a Sacerdotisa, algo completamente desnecessário.
Nos aspectos técnicos, Padre não tem muita originalidade. O design de produção do filme, em se tratando da cidade que abriga as pessoas, faz lembrar muito a Los Angeles futurística de Blade Runner. Aliás, em certo momento há um plano geral da cidade que é quase idêntico ao que inicia o filme de Ridley Scott. Os seguidores dos vampiros, pessoas que desejam se tornar sanguessugas, são muito parecidos com as criaturas vistas em Eu Sou a Lenda. A fotografia de Don Burguess é um ponto positivo, já que investe muito nas sombras quando os cenários são mais escuros, fazendo um belo contraste com as cenas que se passam de dia.
O filme ganha mais alguns pontos na atuação de seu protagonista. Paul Bethany aparece sempre sério em cena, conseguindo nos passar a indignação do Padre com a Igreja. É interessante ver que ele quebra seus votos com a instituição mas nunca perde sua fé. Karl Urban também não decepciona, conseguindo fazer com que seu Black Hat seja um bom vilão. Maggie Q nunca consegue convencer como a Sacerdotisa, enquanto Cam Gigandet não tem muito o que fazer com Hicks. É curioso ver ele e Stephen Moyer interpretando humanos, já que os dois atores são conhecidos por interpretar vampiros.
Cada vez mais me surpreendo com a queda de qualidade dos filmes de vampiros. Gostaria de ter um a máquina do tempo para poder ver os lançamentos de filmes como Drácula, Entrevista Com o Vampiro, Os Garotos Perdidos. Esses parecem ter sido tempos muito bons.
Cotação:

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