Há cerca de 20 anos, Kevin Bacon
e o diretor-roteirista David Koepp fizeram Ecos do Além, um terror
sobrenatural que trazia o ator no papel de um homem que, após ser hipnotizado,
passa a ter visões de uma jovem que desapareceu de sua vizinhança meses antes. Mesmo
ficando longe de ser uma obra de destaque no gênero, o filme provocava sua
parcela de arrepios, além de contar com o talento de Bacon para carregar a
narrativa. Pois bem, agora o ator volta a trabalhar com Koepp neste You
Should Have Left, que não consegue nem ser minimamente satisfatório como a
parceria anterior da dupla.
Baseado no livro de Daniel
Kelhmann (que não li), You Should Have Left coloca Kevin Bacon no papel de Theo Conroy, sujeito
de passado obscuro e casado com a jovem atriz Susanna (Amanda Seyfried), com
quem tem a pequena Ella (Avery Essex). Com o objetivo de fugir um pouco de suas
rotinas, eles resolvem passar alguns dias em uma bela e isolada mansão no País
de Gales. Mas o que deveria ser uma experiência relaxante acaba sendo
exatamente o contrário.
No início, quando começa a
apresentar elementos sobrenaturais, o roteiro escrito pelo próprio David Koepp
até consegue deixar o espectador curioso quanto a natureza do que ocorre por
ali. Mas You Should Have Left mostra ser uma bomba cuja explosão fica
maior à medida que avançamos na história, já que esta, eventualmente, recompensa
a curiosidade do público com respostas tolas e previsíveis. E como se não
bastasse, Koepp se agarra em uma série de clichês para construir a tensão da
narrativa, sendo difícil não revirar os olhos a cada vez que ele utiliza a
trilha sonora para nos fazer pular na cadeira.
You Should Have Left até
merece alguns créditos pelo design de produção, que concebe a mansão que situa
a trama como um local intimidante por sua imponência. Mas no fim o longa acaba
servindo mais para desperdiçar o talento de seus atores (especialmente Kevin
Bacon, um dos melhores intérpretes de sua geração) com um material vazio.
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