quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Brinquedo Assassino (2019)


Muitas vezes, remakes e reboots não servem apenas para recomeçar ou reaproveitar uma ideia que encontrou algum sucesso, podendo também atualizá-la para os novos tempos. Este novo Brinquedo Assassino se encaixa nisso. Chegando aos cinemas três décadas depois do original comandando por Tom Holland, o filme tira de cena o serial killer Charles Lee Ray (interpretado e dublado por Brad Dourif) ao preferir lidar com um boneco cuja inteligência artificial é programada para não ter quaisquer tipos de limites. Chamado de Chucky (e dessa vez dublado pelo grande Mark Hamill), o brinquedo chega às mãos do jovem Andy (Gabriel Bateman) e de sua mãe Karen (Aubrey Plaza), dando início a um rastro de sangue ao redor deles.

Sendo assim, este Brinquedo Assassino, de certa forma, não deixa de lembrar um pouco Pequenos Guerreiros, a pequena pérola que Joe Dante dirigiu na década de 1990, com a diferença óbvia de que aqui a proposta não é nada aventureira. E apesar de não ser exatamente original e de tirar tanto a natureza humana do vilão quanto boa parte de seu bizarro senso de humor, o conceito de inteligência artificial por trás do novo Chucky é relativamente bem aproveitado, com o diretor Lars Klevberg mostrando o alcance da ameaça representada pelo personagem, algo que até vira motivo de piada (“É assim que todo filme de apocalipse robótico começa”, alguém diz em determinado momento). Mas se isso representa uma mudança dentro da franquia, o gosto do vilão pela violência se mantém o mesmo, com suas ações dessa vez encontrando um pouco de inspiração até em O Massacre da Serra Elétrica.

Mas ainda que chame a atenção nesses detalhes, Brinquedo Assassino essencialmente aposta em uma narrativa que não se esforça para sair do lugar-comum, trazendo clichês de terror que cansam de tão batidos e uma trama que não escapa da previsibilidade. O que temos, no fim, acaba sendo um longa que até diverte moderadamente, mas que nada faz para deixar marcas maiores no espectador.