Muitas vezes, remakes e reboots não servem apenas para recomeçar ou reaproveitar uma ideia que
encontrou algum sucesso, podendo também atualizá-la para os novos tempos. Este
novo Brinquedo Assassino se encaixa
nisso. Chegando aos cinemas três décadas depois do original comandando por Tom
Holland, o filme tira de cena o serial
killer Charles Lee Ray (interpretado e dublado por Brad Dourif) ao preferir
lidar com um boneco cuja inteligência artificial é programada para não ter quaisquer
tipos de limites. Chamado de Chucky (e dessa vez dublado pelo grande Mark Hamill),
o brinquedo chega às mãos do jovem Andy (Gabriel Bateman) e de sua mãe Karen
(Aubrey Plaza), dando início a um rastro de sangue ao redor deles.
Sendo assim, este Brinquedo Assassino, de certa forma, não
deixa de lembrar um pouco Pequenos
Guerreiros, a pequena pérola que Joe Dante dirigiu na década de 1990, com a
diferença óbvia de que aqui a proposta não é nada aventureira. E apesar de não
ser exatamente original e de tirar tanto a natureza humana do vilão quanto boa
parte de seu bizarro senso de humor, o conceito de inteligência artificial por
trás do novo Chucky é relativamente bem aproveitado, com o diretor Lars
Klevberg mostrando o alcance da ameaça representada pelo personagem, algo que até
vira motivo de piada (“É assim que todo filme de apocalipse robótico começa”, alguém
diz em determinado momento). Mas se isso representa uma mudança dentro da
franquia, o gosto do vilão pela violência se mantém o mesmo, com suas ações dessa
vez encontrando um pouco de inspiração até em O Massacre da Serra Elétrica.
Mas ainda que chame a atenção
nesses detalhes, Brinquedo Assassino
essencialmente aposta em uma narrativa que não se esforça para sair do
lugar-comum, trazendo clichês de terror que cansam de tão batidos e uma trama
que não escapa da previsibilidade. O que temos, no fim, acaba sendo um longa
que até diverte moderadamente, mas que nada faz para deixar marcas maiores no
espectador.
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