domingo, 9 de outubro de 2011
A Hora do Espanto
Recentemente, assisti a versão original de A Hora do Espanto, que é considerado um clássico da década de 1980. Não gostei do filme, já que a maioria dos personagens era desinteressante (alguns beirando o insuportável) e a história não era tão envolvente. O que salvou o filme foi Peter Vincent, interpretado por Roddy McDowall, um ótimo personagem que divertia bastante com sua “experiência” em matar vampiros. Como anda acontecendo muito ultimamente, os clássicos estão sendo refilmados e é bom constatar que o novo A Hora do Espanto, apesar de ter falhas, corrige os erros do filme original e ainda conta com um bom elenco.
Escrito por Marti Noxon, A Hora do Espanto nos apresenta a Charley Brewster (Anton Yelchin), jovem que tem como vizinho o bacana Jerry (Colin Farrell). Seu amigo Ed (Christopher Mintz-Plasse), alguém que Charley está evitando, o alerta sobre o fato de Jerry ser um vampiro, responsável por vários ataques. Depois do desaparecimento de Ed, Charley descobre que o amigo tinha razão. Desacreditado por sua mãe, Jane (Toni Collette), e por sua namorada, Amy (Imogen Poots), Charley resolve dar um jeito na sua situação vampiresca de alguma maneira.
A Hora do Espanto não tem como propósito assustar o público, sendo muito mais uma comédia com bons toques de suspense, como foi o filme original. Nesse sentido, esta nova versão é bem sucedida. O diretor Craig Gillespie consegue trazer tensão para algumas cenas, a maioria delas envolvendo Charley e Jerry. Gillespie ainda conduz satisfatoriamente, apesar de não empolgar, as cenas de ação, sendo a perseguição de carros uma das melhores (esta cena tem uma ponta de Chris Sarandon, o Jerry original). O diretor falha com relação à trilha sonora, que às vezes é usada apenas para nos assustar desnecessariamente, como na cena em que Charley e Ed invadem atrapalhadamente a casa de Adam, um amigo deles que desapareceu. Além disso, Gillespie não consegue aproveitar o 3D, que se mostra eficaz apenas quando algum objeto é jogado na direção do espectador, algo que acontece muito pouco. Aliás, não entendo o fato de A Hora do Espanto ter sido feito em 3D, já que a tecnologia não acrescenta nada ao filme.
Marti Noxon faz um roteiro que conta com momentos divertidos, como quando Charley visita Peter Vincent e este surpreende tirando sua fantasia, mostrando ser completamente diferente do estilo gótico que mostra na televisão. Alguns diálogos também divertem, como aquele mencionando Crepúsculo (e que é muito bem retrucado). Por outro lado, colocar um personagem pesquisando no Google já está virando um clichê, e o conflito entre os amigos Charley e Ed é mal desenvolvido, não causando o impacto que deveria. Para completar, a explicação para o porquê de um objeto curar as vítimas transformadas em vampiros soa artificial e barata.
As novas versões dos personagens são interessantes. Charley faz parte do grupo dos populares do colégio, apesar de ainda mostrar os traços de sua personalidade nerd. Tal personalidade é muito bem retratada por Anton Yelchin, que nos últimos anos vem mostrando ser um ator muito talentoso, além de carismático. Isso se revela crucial, já que desvia a atenção do fato de o roteiro, em alguns momentos, tratar Charley como um personagem que não é muito esperto. Logo depois de ver um vampiro morrer, Charley pergunta a Peter Vincent como matar uma dessas criaturas, como se não soubesse nada sobre o assunto (aliás, se ele procurou no Google o local onde Vincent se encontra, então ele poderia muito bem pesquisar como matar vampiros).
Outro personagem com uma versão mais bacana é o próprio vilão do filme. Jerry não só é ameaçador, mas também um verdadeiro sádico, como pode ser visto na cena em que Charley tenta resgatar sua vizinha, que se encontra presa na casa do sujeito. Colin Farrell claramente se diverte com seus olhares sedutores e suas falas (“Não precisa de convite se não há casa!”).
David Tennant consegue fazer de seu Peter Vincent um personagem divertido, como era no original. Apesar de não ser melhor que a caracterização de Roddy McDowall, pelo menos não deixa a desejar. Christopher Mintz-Plasse traz segurança para Ed, um nerd que enfrenta os valentões (algo raro de se ver), enquanto que a Amy da bela Imogen Poots mostra não ser uma mocinha em perigo. E a mãe de Charley ganha muito mais espaço no novo filme, tendo em Toni Collette uma intérprete com carisma.
Com créditos finais que lembram muito Sherlock Holmes, a nova versão de A Hora do Espanto pode não ser um grande filme, mas é melhor do que muitas refilmagens que são feitas atualmente.
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2 comentários:
Eu estou bem a fim de assistir a essa refilmagem, porque gosto muito do Colin Farrell, mas é impressionante: em NENHUM cinema daqui está passando a versão convencional. Tô cansando dessa mania chata de 3D...
Abraços
Clênio
www.lennysmind.blogspot.com
www.clenio-umfilmepordia.blogspot.com
Realmente essa negócio de 3d é chato demais, só atrapalha.
O filme é legalzinho, diverte sim. Vale a pena uma olhadinha.
algunsfilmes.blogspot.com
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