quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Missão Impossível: Protocolo Fantasma

A franquia Missão Impossível ficou conhecida por suas cenas de ação de tirar o fôlego e também por sua constante troca de diretores. Mesmo com essas mudanças, a série nunca perdeu sua força, sempre trazendo filmes de boa qualidade. Agora, Tom Cruise (produtor de todos os filmes da franquia) chama Brad Bird para controlar as missões de Ethan Hunt nesta quarta missão. É uma aposta curiosa considerando que Bird vem do campo das animações (é ele o responsável pelos excelentes O Gigante de Ferro, Os Incríveis e Ratatouille, sendo que os dois últimos renderam Oscars). Mas o diretor consegue fazer de Missão Impossível: Protocolo Fantasma um filme que além de trazer ação quase ininterrupta, ainda diverte bastante.
Escrito por Josh Appelbaum e André Nemec, Missão Impossível 4 começa com Ethan preso em Moscow. Depois de ser resgatado, ele parte para uma missão com o objetivo de achar arquivos que os levem a Cobalt, homem que a IMF está perseguindo. Ethan e sua equipe, formada pelos agentes Jane Carter (Paula Patton) e Benjamim Dunn (Simon Pegg, que já havia interpretado o personagem no filme anterior), se infiltram no Kremlin, mas algo dá errado e os russos são alertados da presença deles. Uma bomba destrói o local e os russos acusam Hunt de ter liderado o ataque, o que faz o presidente americano acionar o Protocolo Fantasma, ou seja, desativar toda a IMF. Com a ajuda de William Brandt (Jeremy Renner), Ethan e os outros vão atrás de Cobalt para limpar seus nomes e impedir uma guerra nuclear.
A “missão impossível” deste quarto filme parece mesmo ser impossível de ser realizada. Isso por que muitas coisas dão errado no meio do caminho. Luvas para escalar falham, a máquina que faz as famosas máscaras estraga, uma corda acaba sendo mais curta do que parecia, uma tempestade de areia aparece sem ter sido prevista. São elementos que ajudam a nos deixar mais envolvidos com a história, por que ficamos curiosos para ver se Ethan e sua equipe vão ser bem sucedidos em seu objetivo.
O roteiro consegue misturar a ação com belos toques de humor, envolvendo diálogos engraçados (“Na próxima vez, eu vou seduzir o ricaço!”) em cenas de pura adrenalina ou incluindo boas gags (a falha na autodestruição de um telefone, por exemplo) ao longo da projeção. Appelbaum e Nemec fazem isso com grande habilidade, tanto que em nenhum momento o filme perde o ritmo ágil e corre o risco de se tornar uma verdadeira comédia. Uma pena que o mesmo roteiro decepcione com relação ao vilão do filme. Interpretado por Michael Nyqvist (de Os Homens que Não Amavam as Mulheres), Kurt Hendricks não surge muito ameaçador, seja por que o ator não aproveita suas cenas ou por que o próprio roteiro não o desenvolve direito. Dessa maneira, Hendricks fica bem longe da qualidade dos vilões interpretados por Jon Voight, Dougray Scott e Phillip Seymour Hoffman (este o último o melhor até agora).
Brad Bird dirige as cenas de ação com grande competência, como se já tivesse feito outros filmes do gênero. Ele consegue trazer um grande nível de tensão para certos momentos, como quando Ethan e Benji estão no Kremlin. Além disso, o diretor vai até o limite nas cenas em que um personagem aparece caindo, dando a impressão de que o indivíduo vai mesmo se espatifar no chão, o que deixa o público na ponta das poltronas. Mas o momento de maior destaque é toda a sequência que se passa em Dubai, que inclui Ethan escalando o prédio mais alto do mundo, além de uma longa e bela perseguição no meio da tempestade de areia.
Com relação aos outros filmes da franquia, Missão Impossível 4 é diferente quanto ao fato de a história não ficar focado apenas em Ethan, dando espaço para os outros membros da equipe, algo que pouco acontecia antes. Dessa maneira, nós não nos importamos apenas com o protagonista, e os atores que interpretam os coadjuvantes tem mais tempo em tela para transformar seus personagens em figuras interessantes. Paula Patton mostra que Carter é uma mulher forte e decidida, enquanto que Simon Pegg surpreende ao fazer de Benji não só um personagem divertidíssimo, mas também um agente muito competente e seguro naquilo que faz. Já Jeremy Renner (ator que vem merecidamente se destacando bastante desde Guerra ao Terror) traz um grande peso para William Brandt, um personagem misterioso, que passa boa parte do filme mostrando ser apenas o analista-chefe da IMF, mas depois revela ser alguém diferente. O roteiro faz algumas coisas para encobrir a verdadeira natureza do personagem, mas é algo sem muita necessidade. Como Brandt é apresentado como um analista-chefe, já fica estabelecido que ele parece uma pessoa comum.
Mesmo dividindo o espaço com outros atores talentosos, Tom Cruise consegue brilhar mais uma vez com seu Ethan Hunt. O ator mostra uma forma invejável para as cenas de ação além de trazer um ar de experiência para o personagem, o que é bem-vindo considerando que ele mostra estar na ativa há bastante tempo (no filme anterior, Hunt até já havia se aposentado da parte de campo das missões, preferindo treinar novos agentes). Curioso ver que Ethan comete alguns erros neste filme, o que não é muito de seu feitio. Em certo momento ele pula e acerta a parte de cima de uma janela, indicando que talvez ele esteja velho demais para algumas coisas.
Missão Impossível 4 mostra que ainda há fôlego para que Ethan Hunt possa enfrentar mais missões. Considerando que tudo termina apontando para a vinda de um quinto filme, já podemos esperar Tom Cruise e companhia voltar daqui uns anos.
Cotação:

3 comentários:

Pedro Vinícius disse...

Thomás,
Não faço um comentário aqui há muito tempo. Isso ocorreu devido a um semestre enlouquecedor.
Porém, apesar de não comentar, sempre que possível dava uma olhada no seu blog.
O que posso dizer é que percebi um amadurecimento muito maior nas suas críticas... parabéns!

Quanto à 'Missão: Impossível', gostei bastante desse quarto longa e, de fato, fiquei na ponta da poltrona na cena da queda. kkk
Contudo, ainda considero o terceiro melhor. Talvez eu seja suspeito, por ser um grande fã de Abrams, mas seu filme me pareceu bem mas instigante. E claro, tem o fator do vilão, não tão impactante dessa vez.

Enfim, novamente obrigado pelos comentários no 'Dimensão Cinema'.
Abraço e feliz natal!

Thomás R. Boeira disse...

Muito obrigado pelo comentário e pelos elogios, Pedro Vinícius. :)

Vi pelo twitter que você estava bastante ocupado com a faculdade. Entendo sua situação. ;)

Apesar de considerar este quarto filme o melhor da franquia Missão Impossível, acho o terceiro muito bacana mesmo.

Abraço e Feliz Natal pra você também!

Marcos Rosa disse...

Também concordo com o Pedro, achei o terceiro melhor que este, muito mais pelo suspense que se manteve até o fim, porém este não deve em matéria de ação e entretenimento.
Que coisa, terminamos o post com a mesma conclusão!

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