2011 foi um ano bastante produtivo. Aprendi muito sobre cinema, fiz meu primeiro curta-metragem com o pessoal da faculdade e tive tempo para quebrar meu recorde pessoal de assistir filmes. O recorde era os 306 de 2010, mas em 2011 assisti 357, o que me deixou muito feliz (quem tiver curiosidade e quiser ver a lista, é só me mandar um e-mail: thomasboeira@yahoo.com.br).
Mas agora chegou a hora de colocar as minhas listas de melhores e piores filmes do ano. Assim como no ano passado, foram considerados os filmes lançados nos cinemas brasileiros em 2011, o que incluí alguns filmes originais de 2010. A briga pelo primeiro lugar de melhor filme do ano foi acirrada. Foi difícil decidir qual dos dois filmes que mais gostei deveria ocupar o lugar. Mas então me ocorreu o pensamento: “Os dois merecem”.
Eis as listas:
Melhores filmes de 2011:


1)
A Árvore da Vida (The Tree of Life), de Terrence Malick, e
Melancolia (Melancholia), de Lars von Trier: os dois filmes que realmente demorei para sair psicologicamente depois que terminaram. Absolutamente brilhantes.
2)
Cisne Negro (Black Swan), de Darren Aronofsky: um dos melhores filmes de Aronofsky, ainda trás Natalie Portman em uma atuação sensacional.
3)
Rango, de Gore Verbinski: animação genial, que consegue divertir muito com sua homenagem aos westerns.
4)
Tudo Pelo Poder (The Ides of March), de George Clooney: o melhor filme de Clooney como diretor até agora. Um thriller político muito eficiente.
5)
Bravura Indômita (True Grit), de Joel Coen e Ethan Coen: ainda não consegui conferir o original, estrelado por John Wayne, mas não deve ser melhor do que esse belo trabalho dos irmãos Coen.
6)
O Palhaço, de Selton Mello: Mello nos entrega um filme absolutamente maravilhoso e mostra ser um cineasta que merece atenção.
7)
X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class), de Matthew Vaughn: não deixa nada a desejar com relação aos primeiros filmes da franquia. Ainda traz um elenco inspiradíssimo, principalmente seus protagonistas James McAvoy e Michael Fassbender.
8)
Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris), de Woody Allen: com um roteiro inteligente, um elenco carismático e uma cidade belíssima como plano de fundo, Woody Allen consegue fazer seu melhor filme desde Match Point: Ponto Final.
9)
Inverno da Alma (Winter’s Bone), de Debra Granik: uma história forte com grandes atuações de Jennifer Lawrence (uma das grandes revelações do ano) e John Hawkes.
10)
127 Horas (127 Hours), de Danny Boyle: as 127 horas que Aron Ralston passou preso são colocadas na telona de maneira angustiante.
Menções honrosas (em ordem alfabética):
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Contra o Tempo (Source Code), de Duncan Jones: o filho de David Bowie demonstra grande segurança em seu segundo filme. Se continuar assim, ele será uma promessa muito bem cumprida.
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Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2), de David Yates: um ótimo desfecho para uma franquia que entrou para a história do cinema.
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O Mágico (L'illusionniste), de Sylvain Chomet: um filme que mal precisa de diálogos para envolver o espectador em sua história.
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Missão Impossível: Protocolo Fantasma (Mission Impossible: Ghost Protocol), de Brad Bird: o melhor da franquia até agora. Mostra que Ethan Hunt e companhia ainda têm fôlego para mais.
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Os Muppets (The Muppets), de James Bobin: filme divertidíssimo, que trouxe os adoráveis personagens de Jim Henson com força total de volta às telonas.
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Planeta dos Macacos: A Origem (Rise of the Planet of the Apes), de Rupert Wyatt: uma das grandes surpresas do ano, consegue ser coerente com a franquia da qual faz parte e ainda traz Andy Serkis em uma grande atuação, mostrando que a tecnologia não atrapalha em nada seu trabalho como ator.
Obs.:
Scott Pilgrim Contra o Mundo estreou em Porto Alegre este ano e certamente teria um lugar entre os dez melhores. Mas originalmente, o filme estreou no circuito nacional no ano passado e por isso não considerei.
Piores filmes de 2011:

1)
Conan: O Bárbaro (Conan: The Barbarian), de Marcus Nispel: um filme insuportável, com uma história chata, um protagonista com nenhum pingo de carisma e uma direção igualmente terrível de Marcus Nispel. Completo desastre.
2)
Transformers: O Lado Oculto da Lua (Transformers: Dark of the Moon), de Michael Bay: mais uma bomba de Michael Bay. Uma franquia que até começou divertida, mas que caiu drasticamente nos capítulos seguintes. E ainda querem fazer mais um.
3)
A Garota da Capa Vermelha (Red Riding Hood), de Catherine Harwicke: acho Amanda Seyfried linda pra caramba, mas no momento em que o Lobo começa a falar com sua personagem, Valerie, e esta responde “Você pode falar!” a vontade que tive era de socá-la. Um filme que falha em tudo que se propõe e tem uma reviravolta fraquíssima no final.
4)
Assalto ao Banco Central, de Marcos Paulo: mais irritante que este filme é saber que seus realizadores (ou pelo menos Antonia Fontenelle, que fez o argumento) acham que fizeram uma obra-prima. Mas
Assalto ao Banco Central merece respeito. Afinal, ganhou o Prêmio Quem de Melhor Direção para Marcos Paulo, e esta é uma grande premiação do cinema nacional. Não concordam?
5)
As Mães de Chico Xavier, de Glauber Filho e Halder Gomes: não acreditei ao ver que os diretores usaram um foguete como metáfora a uma pessoa que morreu (sendo que a pessoa não havia morrido ainda).
As Mães de Chico Xavier investe tanto em fazer o público chorar que dá até sono.
6)
A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1 (The Twilight Saga: Breaking Dawn – Part 1), de Bill Condon: mais um ano e essa coisa já terá terminado. É preciso apenas um pouco de paciência.
7)
Burlesque, de Steve Antin: uma grande bagunça. Não sabe se é um musical ou um romance. Tem um roteiro previsível e números musicais fracos, que são jogados displicentemente na tela.
8)
Os Três Mosqueteiros (The Three Musketeers), de Paul W. S. Anderson: Alexandre Dumas père deve estar se revirando em seu túmulo.
9)
Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles (Battle Los Angeles), de Jonathan Liebesman: os alienígenas são tão sem graça que nem parece que a Terra está em perigo. E alguém precisa avisar Jonathan Liebesman que tremer a câmera não é o único jeito de trazer tensão para um filme.
10)
Entrando Numa Fria Maior Ainda Com a Família (Little Fockers), de Paul Weitz: até tem um 1º ato divertidinho, mas desmorona logo depois, resultando em um filme ruim como seu título no Brasil.
Outros filmes ruins (em ordem alfabética):
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Carros 2 (Cars 2), de John Lasseter: talvez a maior decepção do ano. Afinal, este foi o primeiro filme realmente fraco da Pixar.
-
O Besouro Verde (The Green Hornet), de Michel Gondry: Gondry é um ótimo diretor e sua visão para os filmes é interessante. Isso fica claro quando vemos os clipes que ele dirigiu e produções como
Sonhando Acordado e
Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. Mas
O Besouro Verde mostra pouco dessa qualidade do diretor, e não tem em Seth Rogen um herói muito interessante, já que ele se esforça demais para ser engraçado.
-
Esposa de Mentirinha (Just Go With It), de Dennis Dugan: em certos momentos, achei que estava assistindo a um show de
stand-up comedy, mas sem muita graça.
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A Casa dos Sonhos (Dream House), de Jim Sheridan: Jim Sheridan já fez filmes muito melhores do que este, que tem uma história bem clichê.
-
Noite de Ano Novo (New Year’s Eve), de Garry Marshall: segue o modelo do excelente
Simplesmente Amor, mas
Noite de Ano Novo vai para o mesmo caminho do fraco
Idas e Vindas do Amor. Muitas histórias, mas poucas são realmente interessantes.
-
Padre (Priest), de Scott Charles Stewart: mais um filme fraco de vampiros.
-
Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas, de Rob Marshall: o capitão Jack Sparrow precisa descansar depois deste decepcionante quarto filme.
Sendo o último dia do ano, quero aproveitar e desejar um Feliz Ano Novo a todos. 2012 está chegando e espero que tenha muitas coisas boas.
Um abraço,
Thomás Rodrigues Boeira
Um comentário:
Sinceramente nem me prestei a ler todo, logo que vi que A Árvore da Vida estava no topo na lista dos MELHORES filmes de 2011. Lamentável. Estava na sala de cinema com a família, estávamos sentados separados, mas nós 5 queríamos sair o filme inteiro. Quando acabou o filme senti que a tensão que se espalhava pela sala no cinema não pairava mais no ar. Só tinha sobrado a alívio de todos... Sinceramente não consigo ver a magia que vocês viram. Claro que a fotografia é maravilhosa, as imagens são magníficas. Mas a história, se bem me lembro, é muito sem sentido, sem continuação, sei que não é em ordem cronológica, mas tem acontecimentos sem término, jogados, cenas soltas... sem o menos sentido.
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