Não sou apreciador da série Transformers, tendo passado raiva a
cada novo exemplar que se provava uma tortura (o último, inclusive, figurou no topo da minha lista de piores de 2017). Mas mesmo que essas experiências não tenham sido agradáveis, eu procurei
entrar nesses filmes com a mente aberta, na esperança de ver algo interessante
(como busco fazer com qualquer obra). Comento isso porque chegamos agora a Bumblebee, o sexto longa que a franquia
lança em pouco mais de uma década, e essa esperança finalmente foi recompensada.
Situado em 1987, Bumblebee basicamente foca na chegada
do personagem-título a Terra, quando ele tenta estabelecer um refúgio para os
Autobots em meio a dura guerra intergaláctica entre eles e os Decepticons,
tornando-se no processo o novo fusca amarelo da jovem Charlie (Hailee
Steinfeld), com quem forma um forte laço de amizade enquanto ambos se ajudam a
lidar com seus problemas. Partindo dessa premissa, o filme não deixa de exibir
algumas coisas que parecem inerentes a franquia, de forma que ao longo da
projeção vemos a família da protagonista soar irritante durante boa parte do
tempo, além do fato de o roteiro provar de uma vez por todas que qualquer setor
governamental que surge nesses filmes é conduzido por pessoas estúpidas.
Por outro lado, apesar de as
cenas de ação serem repletas de efeitos visuais e explosões, dessa vez é
possível se importar com o que ocorre na tela, ao contrário do que acontecia anteriormente.
Isso se deve, principalmente, por conta de o diretor Travis Knight (o mesmo do
ótimo Kubo e as Cordas Mágicas) ter uma
coisa que Michael Bay não teve nos longas anteriores: noção. Sendo assim,
Knight consegue criar sequências grandiosas e bombásticas, mas sem esquecer de envolver
o público. Nisso é preciso destacar a sensibilidade com a qual ele trata a
relação entre Charlie e Bumblebee, aspecto claramente inspirado por produções
como E.T.: O Extraterrestre e O Gigante de Ferro e que contribui para
que torçamos pelos carismáticos personagens.
O que se vê em Bumblebee é algo inédito na franquia Transformers no cinema: um filme que
tem coração. E é uma pena que os cinco exemplares anteriores tenham
desperdiçado o potencial que vemos aqui.
Obs.: Há uma cena durante os créditos
finais.
Nota:
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