terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Grandes Momentos do Cinema em 2017

Quando o assunto é cinema, a reta final do ano pode servir não só para fazer as costumeiras listas de melhores e piores filmes (que lançarei aqui em breve), mas também para uma pequena recapitulação de momentos que marcaram as telonas ao longo dos últimos doze meses. Para não extrapolar e fazer um post grande demais, decidi fazer uma seleção de apenas quinze momentos, o que obviamente me fez deixar muita coisa de fora. Mas convido todos vocês a comentarem suas cenas, sequências e imagens favoritas dos filmes lançados nesse ano.

(Obs.: Há escolhas na lista que revelam spoilers. Mas, caso vocês não tenham assistido aos filmes e prefiram não saber coisas importantes, coloquei um pequeno aviso sinalizando quando irei abordar as cenas em maiores detalhes.)

Os filmes estão em ordem alfabética logo abaixo.


Augusto Mendes lê um roteiro com sua mãe em Bingo: O Rei das Manhãs

Bingo é um filme insano e repleto de energia, mas sem esquecer de ter um coração, algo que encontra ao desenvolver com sensibilidade seu protagonista, Augusto Mendes (Vladimir Brichta), e o relacionamento dele com a família, seja com o filho pequeno ou com a mãe. Essa cena da leitura do roteiro é belíssima nesse sentido.


Chris sendo hipnotizado em Corra!

No terror que certamente chega nessa época como uma das obras que marcaram o ano, o momento em que Chris é hipnotizado se destaca pela tensão e angústia que afundam o personagem, e de quebra deixam o espectador na ponta da cadeira quase sem fôlego.


Toda a sequência no Motel Algiers em Detroit em Rebelião

Kathryn Bigelow fez em Detroit em Rebelião um filme poderoso sobre preconceito e violência policial, de forma que por mais que ela utilize um cenário da década de 1960, as coisas que acompanhamos aqui refletem muito do que acontece nos dias de hoje. Dentro disso, a diretora cria uma narrativa angustiante, e a longa sequência no Motel Algiers, momento que serve de base para a trama, certamente é o ápice da tensão.


A perseguição no início de Em Ritmo de Fuga

Com essa sequência Edgar Wright começa Em Ritmo de Fuga metendo o pé na porta. Um momento eletrizante no qual o diretor exibe uma coordenação admirável, concebendo uma perseguição absurda e que empolga a cada manobra realizada pelo protagonista, um verdadeiro diabo atrás do volante.


O depoimento de Daniel Blake em Eu, Daniel Blake

Com a palavra, o próprio Daniel Blake: “Não sou um cliente, um consumidor, nem um usuário de serviços. Não sou um desistente, um fujão, um mendigo, nem um ladrão. Não sou um número de seguro social ou um ponto na tela. Eu pago minhas dívidas, nunca um centavo a menos, e me orgulho disso. Não baixo a cabeça, e sim olho meu vizinho nos olhos e o ajudo se posso. Não aceito nem procuro caridade. Meu nome é Daniel Blake. Sou um homem, não um cão. Assim, eu exijo meus direitos. Exijo que me tratem com respeito. Eu, Daniel Blake, sou um cidadão. Nada mais, nada menos. Obrigado”.


O final de Guardiões da Galáxia: Vol. 2 (SPOILER)

A franquia do universo cinematográfico da Marvel já dura nove anos, tendo 16 filmes lançados. Em toda essa história, o funeral de Yondu (Michael Rooker) certamente se apresenta como uma das cenas mais belas e comoventes entre as produções concebidas pelo estúdio.


O primeiro ataque de Pennywise em It: A Coisa

Ao escrever a crítica do filme há pouco mais de três meses, comentei que a imagem de uma criança com o braço decepado não iria sair da minha cabeça tão cedo. Pois bem, ainda não saiu.


O X de Logan (SPOILER)

Acredito que não poderia haver uma maneira melhor para encerrar a trajetória de Wolverine depois de ele ser interpretado por quase 20 anos por Hugh Jackman. Ver Laura pegando a cruz que marca o local em que ele foi enterrado e cravando-a na terra como um X dá um nó na garganta, dando um final poético a um personagem icônico e que teve aqui um filme espetacular.


O terceiro ato de mãe!

Poucas coisas foram tão amalucadamente lindas no cinema este ano quanto mãe!. E a piração que o filme exibe aumenta gradualmente ao longo da história, culminando em um terceiro ato fantástico no qual o diretor-roteirista Darren Aronofsky faz os ricos temas que desenvolveu até então se chocarem de maneira poderosa.


A conversa entre Lee e Randi em Manchester à Beira-Mar

Artisticamente falando, é a cena que justifica o Oscar que Casey Affleck recebeu e justificaria também a premiação de Michelle Williams caso ela tivesse vencido também (e se falei “artisticamente” é porque sei que Affleck tem histórias de assédio que poderiam ter feito ele sair derrotado da premiação). Trata-se de um momento onde duas pessoas que se amam encaram a trágica dor que os mantém emocionalmente ligados. Simplesmente arrebatador.


O encontro entre Chiron e Kevin em Moonlight: Sob a Luz do Luar (SPOILER)

Entre tantos momentos poéticos deste excepcional filme, o reencontro de Chiron (Trevante Rhodes) e Kevin (André Holland) se destaca por toda sua delicadeza, característica que rege uma conversa bastante contida antes de os personagens mostrarem o carinho que ainda têm um pelo outro.


Marina vê seu reflexo no espelho em Uma Mulher Fantástica

Certamente um plano que ganha força ao sintetizar maravilhosamente o arco de Marina (Daniela Vega), a protagonista transexual deste lindo longa chileno e que, ao longo da projeção, bate de frente com o preconceito de várias pessoas que não conseguem vê-la como a mulher que ela é. Tendo isso em vista, é perfeito que nesta cena o espelho adequadamente cubra seu sexo, fazendo-a ver apenas seu rosto.


A batalha na Terra de Ninguém em Mulher-Maravilha

Uma sequência na qual Diana Prince (Gal Gadot) prova seu altruísmo aos homens ao seu redor, mostrando que mais importante do que vencer guerras é salvar pessoas inocentes da situação de risco na qual elas se encontram.


O embate no terceiro ato de Star Wars: Os Últimos Jedi (SPOILER)

Foi difícil escolher apenas um momento de Os Últimos Jedi. Mas por ora ficarei com este, que diverte, empolga e arrepia não só por mostrar o alcance dos poderes de Luke Skywalker (Mark Hamill), mas também pelo sacrifício que reascende a Resistência quando esta mais precisa.


A festa de aniversário em Toni Erdmann

Isso é comédia de desconforto da melhor qualidade. Tendo em Ines (Sandra Hüller) uma protagonista que, nesse momento específico, se vê num ponto emocional no qual tocar o “foda-se” é o único caminho a seguir, Toni Erdmann nos apresenta a uma sequência onde o senso de humor peculiar da narrativa chega a níveis inesperados de hilaridade.

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