Ao escrever sobre Batman vs. Superman, comentei sobre como
o filme exibia uma clara pressa dos realizadores para construir um universo
cinematográfico da DC Comics, de forma que a narrativa praticamente entrava em
colapso por ter que lidar com muito mais coisas do que poderia. Liga da Justiça chega como resultado disso,
tratando de reunir logo os principais super-heróis da editora de quadrinhos a
fim de fazer frente com sua rival, a Marvel. E apesar de o projeto por trás
desse universo não ser dos mais organizados, este novo longa consegue driblar
isso e se apresentar como uma produção eficiente e divertida, ainda que fique
longe de ser um exemplar de destaque em seu subgênero.
Com roteiro escrito por Chris
Terrio e Joss Whedon (que também ficou a cargo da direção de algumas filmagens
adicionais) a partir do argumento de Terrio e do diretor Zack Snyder, Liga da Justiça mostra que o mundo está
prestes a encarar a ameaça do poderoso Lobo da Estepe (Ciarán Hinds). Ao lado
de seus capangas Parademônios, ele pretende encontrar três Caixas Maternas,
objetos cujo poder pode ajuda-lo a conquistar o planeta. Com isso em vista e
sem poder contar com Superman (Henry Cavill), Bruce Wayne (Ben Affleck) tem a
ajuda de Diana Prince (Gal Gadot) para formar um grupo de super-heróis que
possa enfrentar tal ameaça, conseguindo recrutar Arthur Curry (Jason Momoa),
Barry Allen (Ezra Miller) e Victor Stone (Ray Fisher), também conhecidos
respectivamente como Aquaman, Flash e Cyborg.
Já é possível notar pela premissa
que Liga da Justiça é um filme simples
em sua história, se preocupando menos com a construção de seu universo e mais com
as peças que tem em mãos, possibilitando que Zack Snyder crie uma narrativa
mais objetiva que a de sua empreitada em Batman vs. Superman. No entanto, vale dizer que ao mesmo tempo
trata-se de uma trama bem básica e que não sai nada do lugar-comum, se rendendo
a uma fórmula relativamente segura para dar rumo a grande reunião que toma a
tela, não tendo maiores ambições além disso. O roteiro até busca usar seus
super-heróis para ressaltar como vale a pena lutar pela humanidade por mais
falha que esta seja, recuperando um pouco do otimismo tão bem abordado em Mulher-Maravilha, mas isso ainda fica muito
em segundo plano em meio ao desenvolvimento da história, que encontra
dificuldades para instigar o espectador por nunca se arriscar, preferindo
apenas seguir caminhos já traçados por outros longas.
Apesar disso, o principal
atrativo de Liga da Justiça funciona
admiravelmente. Ver Batman, Mulher-Maravilha, Flash, Aquaman e Cyborg juntos é certamente
o ponto alto do filme, sendo interessante também notar as personalidades de
cada um, aspecto que inclusive ajuda a equilibrar o tom da narrativa conduzida
por Zack Snyder, que nem fica tão séria como o Batman de Ben Affleck nem muito engraçada
como o Flash de Ezra Miller. Aliás, o elenco merece créditos por encarnar com
segurança e carisma seus respectivos personagens, além de conseguir trazer densidade
a eles sempre que necessário, ajudando a fazer com que o espectador se importe
com eles. E é bom ver que, ainda que Affleck e Gal Gadot ganhem um protagonismo
um pouco maior, cada um tem sua chance de brilhar (o Aquaman de Jason Momoa,
por exemplo, protagoniza um dos momentos mais divertidos do filme ao declarar
algumas coisas para seus colegas).
Enquanto isso, Zack Snyder cria
sequências de ação que não chegam a ser particularmente memoráveis, soando até burocráticas
em determinados momentos, mas que entretém pela dinâmica cativante formada
pelos heróis, que naturalmente se auxiliam e salvam uns aos outros em meio às
batalhas, enquanto piadinhas são inseridas pontual e organicamente, funcionando
na maioria das vezes. Isso compensa um pouco a ameaça incrivelmente pobre enfrentada
por eles. Infelizmente, o Lobo da Estepe (que Ciarán Hinds interpreta através da
tecnologia de captura de movimentos) surge como um vilão unidimensional e nada ameaçador,
por mais que seus planos sejam grandiosos e destrutivos, de forma que ele acaba
soando apenas uma mera desculpa para reunir a Liga.
Liga da Justiça se esforça bastante para ser um bom entretenimento para
o espectador. Mesmo nisso ele não chega a ser um filme impressionante, mas consegue
agradar o suficiente para não ser classificado como uma decepção.
Obs.: Há uma cena durante e outra
depois dos créditos finais.
Nota:
Um comentário:
É um excelente filme! Introduzir o universo deste filme produz uma sensação que vai gerando fascinação, a chave da diversão. Eu amo filmes de super heróis, os filmes de aventura é definitivamente meu gênero favorito. Meu super-herói favorito sempre será o Superman. Mano do ceu eu adorei o Filme Liga da Justiça. Certamente haverá um segundo! Eu não sentiria falta de nada do mundo.
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