Durante a sessão de Alerta
Máximo, novo trabalho protagonizado por Gerard Butler, é difícil não ter a
sensação de que já vimos esse filme em algum lugar. Roteirizado por Charles
Cumming e J.P. David, o longa traz Butler no papel do piloto Brodie Torrance,
que está escalado para realizar um voo para Tóquio no Ano Novo, levando um
grupo pequeno de passageiros e não vendo a hora de encerrar a jornada para
poder passar o fim de ano com sua filha. Entre os passageiros está Louis
Gaspare (Mike Coulter), um preso que está sendo extraditado depois de anos
vivendo como fugitivo. Durante o voo, porém, a aeronave sofre danos por conta
de uma forte tempestade, obrigando Torrance a pousar no primeiro pedaço de
terra firme que surge em seu caminho. Para o azar do piloto, o local encontrado
é uma ilha comandada por milicianos ao sul das Filipinas, e ele se vê tendo que
se unir a Gaspare para salvar a si próprio e aos passageiros enquanto eles
todos não são encontrados e resgatados.
A sensação de familiaridade do longa
vem de muitos elementos. A começar por sua busca por ser um filme de ação com
toques de luta pela sobrevivência, algo que basicamente o faz ser uma espécie
de mistura cujos ingredientes foram obras como Força Aérea Um, Turbulência
e O Voo da Fênix, com o roteiro não conseguindo desenvolver algum
frescor no meio disso. Isso serve também para os personagens, que quando
desenvolvidos trazem dramas ou histórias pessoais bastante batidas. E quando
falo desse desenvolvimento de personagens, isso se refere exclusivamente a
Torrance e Gaspare, já que o resto dos passageiros e os vilões são figuras por
vezes irritantemente unidimensionais e estereotipadas. Em determinado momento,
os vilões só faltam dizer que são maus apenas porque são (e gostam de ser) maus,
enquanto os passageiros se revelam do tipo que não fariam falta caso tivessem
morrido durante a tensão no avião.
Mas Alerta Máximo provavelmente
nem foi produzido com o intuito de fazer coisas diferentes com suas
referências, querendo ser apenas um filme de ação que entretenha. Nesse
sentido, o diretor Jean-François Richet (que lembro do bom remake de Assalto
ao 13º DP e do mediano Herança de Sangue, com Mel Gibson) faz um
trabalho eficaz na condução da narrativa, de forma que mesmo com o roteiro
irregular o longa nunca chega a ser uma experiência chata de se acompanhar,
prendendo a atenção em suas sequências de ação. Há uma cena em particular que
se destaca ao trazer uma luta filmada em um longo plano sem cortes aparentes,
mostrando de maneira bem crua os esforços dos personagens para acabar
um com o outro. Além disso, Gerard Butler e Mike Coulter exibem carisma
interpretando Torrance e Gaspare, conseguindo ainda criar entre os personagens uma dinâmica que torna possível torcer para
que eles tenham algum sucesso em seus objetivos.
Tendo em vista que o astro Gerard
Butler com alguma frequência protagoniza bombas como Deuses do Egito e Tempestade,
talvez possamos dizer que algo relativamente eficiente como Alerta Máximo
seja lucro. Trata-se de um clássico filme que chega ao fim deixando uma
sensação de que deu para o gasto.
Nota:
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