terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Alerta Máximo

Durante a sessão de Alerta Máximo, novo trabalho protagonizado por Gerard Butler, é difícil não ter a sensação de que já vimos esse filme em algum lugar. Roteirizado por Charles Cumming e J.P. David, o longa traz Butler no papel do piloto Brodie Torrance, que está escalado para realizar um voo para Tóquio no Ano Novo, levando um grupo pequeno de passageiros e não vendo a hora de encerrar a jornada para poder passar o fim de ano com sua filha. Entre os passageiros está Louis Gaspare (Mike Coulter), um preso que está sendo extraditado depois de anos vivendo como fugitivo. Durante o voo, porém, a aeronave sofre danos por conta de uma forte tempestade, obrigando Torrance a pousar no primeiro pedaço de terra firme que surge em seu caminho. Para o azar do piloto, o local encontrado é uma ilha comandada por milicianos ao sul das Filipinas, e ele se vê tendo que se unir a Gaspare para salvar a si próprio e aos passageiros enquanto eles todos não são encontrados e resgatados.

A sensação de familiaridade do longa vem de muitos elementos. A começar por sua busca por ser um filme de ação com toques de luta pela sobrevivência, algo que basicamente o faz ser uma espécie de mistura cujos ingredientes foram obras como Força Aérea Um, Turbulência e O Voo da Fênix, com o roteiro não conseguindo desenvolver algum frescor no meio disso. Isso serve também para os personagens, que quando desenvolvidos trazem dramas ou histórias pessoais bastante batidas. E quando falo desse desenvolvimento de personagens, isso se refere exclusivamente a Torrance e Gaspare, já que o resto dos passageiros e os vilões são figuras por vezes irritantemente unidimensionais e estereotipadas. Em determinado momento, os vilões só faltam dizer que são maus apenas porque são (e gostam de ser) maus, enquanto os passageiros se revelam do tipo que não fariam falta caso tivessem morrido durante a tensão no avião.


Mas Alerta Máximo provavelmente nem foi produzido com o intuito de fazer coisas diferentes com suas referências, querendo ser apenas um filme de ação que entretenha. Nesse sentido, o diretor Jean-François Richet (que lembro do bom remake de Assalto ao 13º DP e do mediano Herança de Sangue, com Mel Gibson) faz um trabalho eficaz na condução da narrativa, de forma que mesmo com o roteiro irregular o longa nunca chega a ser uma experiência chata de se acompanhar, prendendo a atenção em suas sequências de ação. Há uma cena em particular que se destaca ao trazer uma luta filmada em um longo plano sem cortes aparentes, mostrando de maneira bem crua os esforços dos personagens para acabar um com o outro. Além disso, Gerard Butler e Mike Coulter exibem carisma interpretando Torrance e Gaspare, conseguindo ainda criar entre os personagens uma dinâmica que torna possível torcer para que eles tenham algum sucesso em seus objetivos.

Tendo em vista que o astro Gerard Butler com alguma frequência protagoniza bombas como Deuses do Egito e Tempestade, talvez possamos dizer que algo relativamente eficiente como Alerta Máximo seja lucro. Trata-se de um clássico filme que chega ao fim deixando uma sensação de que deu para o gasto.


Nota:

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