Lançado em 1995, Jumanji é uma aventura escapista
deliciosa, que parte de uma premissa bem imaginativa, desenvolvendo-a de
maneira divertida e com um elenco carismático liderado pelo saudoso Robin
Williams (e tendo eu sido uma criança que cresceu na década de 1990, o filme
foi uma das obras que marcou esse período para mim). É exatamente por este
caminho que essa continuação, Jumanji:
Bem-Vindo à Selva, busca seguir, mesmo que sua trama seja diferente daquela
que havíamos acompanhado há pouco mais de 20 anos. E o novo longa até que se
sai bem dentro dessa proposta.
Voltando ao universo do livro escrito
por Chris Van Allsburg no início da década de 1980, Jumanji 2 nos apresenta aos jovens Spencer (Alex Wolff), Fridge
(Ser’Darius Blain), Bethany (Madison Iseman) e Martha (Morgan Turner), que
ficam em detenção na escola após se meterem em confusões. É quando eles se
deparam com uma versão em videogame de Jumanji, que acaba sugando-os direto
para dentro de seu universo, onde cada um deles assume um avatar diferente. Com
isso, o quarteto se vê encarnando, respectivamente, o Dr. Smolder Bravestone
(Dwayne Johnson), seu ajudante Franklin “Mouse” Finbar (Kevin Hart), o
Professor Shelly Oberon (Jack Black) e a comando Ruby Roundhouse (Karen
Gillan), passando a enfrentar uma série de desafios para poderem voltar para
casa.
Ao trocar o tabuleiro pelo
videogame, o filme já mostra seu desejo de atualizar a premissa que vimos em
seu original. Não deixa de ser uma decisão desnecessária, mas o roteiro
consegue fazer com que isso abra espaço para que ele aposte em ideias que o
afastem de ser apenas uma repetição da fórmula. Assim, por mais que a estrutura
narrativa seja um tanto episódica, com os desafios encarados pelos personagens
surgindo como fases do jogo, isso possibilita que o diretor Jake Kasdan (filho
do diretor e roteirista Lawrence Kasdan) conceba cenas de ação um pouco mais
elaboradas e absurdas comparadas com aquelas do primeiro filme, algo natural
tendo em vista que o astro da produção dessa vez é Dwayne Johnson. Nisso, o longa
diverte na maior parte do tempo, ainda que em momento algum o diretor consiga
dar peso a narrativa ou trazer ameaças realmente convincentes, sendo que nesse
último quesito o vilão Van Pelt (agora interpretado por Bobby Cannavale,
assumindo o papel que antes fora de Jonathan Hyde) é simplesmente ridículo.
Porém, o que acaba realmente sustentando
Jumanji 2 é a dinâmica de seu elenco
principal, que se mostra simpática pela confiança que eles vão criando entre si
gradualmente, se importando uns com os outros e conquistando no processo a
torcida do público. Além disso, o fato de os personagens serem adolescentes em
corpos de adultos se revela um prato cheio para que os atores se divirtam em
suas composições, merecendo destaque especial Dwayne Johnson com o jeito nerd e
um tanto desajeitado de Spencer (aliás, o talento cômico do ator brilha em seu “olhar
intenso”) e Jack Black e os toques afeminados com os quais ele vive Bethany.
Jumanji 2 fica longe de ser uma aventura memorável, sendo até
bastante previsível no desenvolvimento de sua trama e dos dramas de seus
personagens. Mesmo assim, o que temos aqui é um entretenimento válido, que
funciona bem até a hora de as luzes da sala de cinema serem acesas.
Nota:
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