Divertido e com uma ótima dupla
de protagonistas em Jonah Hill e Channing Tatum, Anjos da Lei foi uma adaptação bem interessante da famosa série de
TV estrelada por Johnny Depp na década de 1980. Com o sucesso surpreendente que
o filme fez nas bilheterias, é lógico que uma continuação já está aqui para mostrar
outra uma aventura dos personagens. No entanto, vale dizer que boa parte das
sequências tem uma ambição muito mais comercial do que propriamente criativa, chegando
a contar praticamente a mesma história vista anteriormente. De certa forma, Anjos da Lei 2 entra nesse caso, mas
com a diferença de que tem plena noção disso, aproveitando sua proposta com
toques metalinguísticos para brincar com essa mania até comum no cinema. O que
é apenas uma de suas sacadas inspiradas.
Escrito por Michael Bacall, Oren
Uziel e Rodney Rothman, a partir do argumento concebido por Bacall e Jonah
Hill, Anjos da Lei 2 traz Schmidt
(Hill) e Jenko (Tatum) recebendo novas ordens do Capitão Dickson (Ice Cube),
que manda eles se infiltrarem em uma faculdade, caminho natural considerando
que antes eles havia voltado ao colégio. Ali, eles ficam a cargo de descobrir
quem é o fornecedor da droga conhecida como “WHYPHY”, responsável pela morte de
uma das alunas. Mas enquanto fazem sua tarefa, a dupla também passa a viver um
pouco a experiência de faculdade que não puderam aproveitar mais cedo em suas
vidas, sendo que o sucesso de um não agrada muito o outro.
Apesar de se manter coerente com
as personalidades dos dois protagonistas, esse descontentamento entre eles leva
a conflitos que são desenvolvidos de um jeito meio previsível, além de similar
ao que havíamos visto no filme anterior. Mas se por um lado isso faz com que a
história não surpreenda tanto, por outro acaba rendendo bons momentos graças a
já citada metalinguagem, como quando o chefe Hardy (vivido por Nick Offerman) ressalta
o sucesso da outra missão dos personagens (“Façam a mesma coisa da última vez e
todos ficarão felizes”, ele diz). E os talentosos diretores Phil Lord e Chris
Miller conduzem tudo com grande energia, explorando com eficiência as cenas
mais engraçadas, mostrando um ótimo timing tanto para as piadas quanto para as
brincadeiras com clichês, como quando um personagem questiona o fato de ninguém
ser ferido em meio a um tiroteio.
Enquanto isso, Jonah Hill e
Chaning Tatum voltam a mostrar a excelente química que desenvolveram no
primeiro filme, mostrando que Schmidt e Jenko realmente se completam e gostam
um do outro apesar de suas diferenças, tendo ainda um carisma natural que faz
com que nos importemos com eles ao longo da história. E eles claramente se
divertem encarnando os personagens, como na cena em que Jenko percebe o motivo
de uma birra entre Schmidt e o Capitão Dickson, em um dos melhores momentos do
filme. Dickson que, aliás, ganha mais espaço dessa vez, dando a Ice Cube a
oportunidade de divertir um pouco mais com seu jeito durão e desbocado.
É verdade que de vez em quando Anjos da Lei 2 parece jogar uma piada
na tela torcendo para que o espectador ria, sem muito sucesso. Por sorte isso não
acontece muito e o filme consegue ser uma continuação bem eficiente. No
entanto, considerando a hilária sequência no início dos créditos finais, que
brinca com franquias cinematográficas e como elas são exploradas, será uma pena
se a qualidade da série cair em um terceiro exemplar, já que é bacana ver os
realizadores fazendo essas piadas, mas apenas enquanto eles mesmos não se
tornam os próprios alvos.
Obs.: Há uma cena após os
créditos finais.
Nota:
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