domingo, 8 de maio de 2011
Velozes e Furiosos 5: Operação Rio
Esqueçam os carros tunados e as corridas eletrizantes. Os elementos que deixaram a franquia Velozes e Furiosos famosa ficaram em segundo plano neste Velozes e Furiosos 5: Operação Rio. Isso pode parecer um bom sinal de que o filme se concentrará muito mais nos seus personagens, mas o que se vê é uma trama pouco criativa e que quase não parece ser um filme de Velozes e Furiosos.
Refugiados no Rio de Janeiro, Dominic Toretto (Vin Diesel) e sua turma se envolvem em um plano para tirar todo o dinheiro de Reyes (Joaquim de Almeida), um chefão do tráfico de drogas na cidade. Dom, com o auxílio de sua irmã Mia (Jordana Brewster) e do agora ex-policial Brian O’Conner (Paul Walker), reúne um grupo para ajudar no serviço. Enquanto isso, o agente Hobbs (Dwayne Johnson) vem para o Brasil para caçar e prender Toretto e seus cúmplices.
Velozes e Furiosos 5 começa exatamente onde a quarta parte da franquia terminou: Brian e Mia estavam prestes a ajudar Dominic a fugir da prisão. É claro que o plano dá certo, mas é impressionante o fato de Dom ter sido o único preso a fugir e nenhuma pessoa naquele ônibus morreu na “operação”, já que o acidente causado é bem grave.
O grupo reunido por Dom e Brian resgata personagens que apareceram no início da franquia, como Tej e Roman Pierce (Ludacris e Tyrese Gibson, respectivamente) de +Velozes +Furiosos, além de contar com figuras dos filmes recentes, como Han (Sung Kang) e Gisele (Gal Gadot). Isso acaba sendo legal porque todos são personagens interessantes. Além deles, Velozes e Furiosos 5 conta com o retorno de Vince (Matt Schulze), o amigo de Dom no primeiro filme. Mas o personagem é mergulhado no velho clichê do “amigo traíra” logo no início da história.
O roteiro de Chris Morgan não é muito inventivo, pois a trama é a mistura de dois ótimos filmes: Onze Homens e Um Segredo e Uma Saída de Mestre. Essa mistura impede que o filme seja uma chatice. Ver os personagens orquestrando todo o serviço é algo interessante de se ver. Mas o roteiro se concentra demais nessa parte, e por isso temos poucas cenas de ação. O humor tem alguns bons momentos, sendo a maioria deles protagonizada por Tej. O roteirista também consegue administrar bem o grande número de personagens, dando um bom espaço para cada um deles.
Velozes e Furiosos 5 peca em detalhes mais simples. Chega a ser engraçado ver os capangas de Reyes em ação. Não que eles sejam atrapalhados ou cômicos (na verdade, eles ameaçam muito mais do que o vilão principal), mas porque são claramente dublados por brasileiros. Em certo momento, um deles diz “Desgraçado”, mas a boca está dizendo algo completamente diferente: “Hijo de la p....”. Sim, pode-se perceber que o cara na verdade fala espanhol, tornando incrível o fato de o diretor Justin Lin falhar em detalhes como esse. Lin, assim como os outros dois diretores que passaram pela franquia (Rob Cohen e John Singleton), ainda tem a mania de fazer cortes durante as cenas de corrida para que os personagens possam falar alguma abobrinha do tipo: “Ah não, você não vai me passar hoje!”.
Vin Diesel tem uma atuação mediana interpretando o principal personagem de sua carreira. Na maioria das vezes que está em cena, Diesel aparece com os olhos meio fechados e uma fala mansa, dando a impressão de que Dom está sempre cansado. Seus melhores momentos são nas cenas de ação, quando ele parece acordar. Enquanto isso, Paul Walker e Jordana Brewster se mostram mais confortáveis em seus papéis. Já o acréscimo de Dwayne Johnson funciona apenas quando Hobbs bate de frente com Dom, já que o personagem não faz nada além de perseguir e lutar com o protagonista. E o português Joaquim de Almeida não tem muito o que fazer com um vilão desinteressante e que nunca demonstra ser uma ameaça.
Velozes e Furiosos 5 é mais uma prova de que uma história não consegue ser mais inventiva depois de um certo número de capítulos. E infelizmente, este texto vai contar com uma observação logo abaixo.
Obs.: Há uma cena durante os créditos finais. Será que os produtores não sabem o momento de parar?
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