quarta-feira, 23 de maio de 2012

MIB: Homens de Preto 3

Misturando ficção científica com bons toques de comédia, a franquia Homens de Preto sempre se destacou por ter um universo interessantíssimo e fazer graça mostrando que as coisas mais comuns do nosso mundo são na verdade alienígenas (desde celebridades até míseros insetos). Se o primeiro filme divertia ao mesmo tempo em que conseguia apresentar seus principais elementos eficientemente, o segundo já não contava com uma história tão interessante e seus personagens não conseguiam ser tão engraçados, resultando em um filme fraco e decepcionante. Agora, dez anos depois de os agentes J (Will Smith) e K (Tommy Lee Jones) aparecerem na tela grande pela última vez, temos Homens de Preto 3, produção que retoma muito bem o nível do primeiro filme no que diz respeito a diversão e história.
Escrito por Etan Cohen, baseado mais uma vez nos quadrinhos criados por Lowel Cunningham, Homens de Preto 3 traz J e K enfrentando um velho inimigo do veterano agente da MIB: o temível Boris, o Animal (Jemaine Clement). Depois de escapar uma prisão localizada na Lua, onde estava encarcerado por 40 anos, Boris planeja voltar no tempo e matar o jovem K (Josh Brolin) antes que este possa prendê-lo e salvar a Terra. Com o plano devidamente executado, terríveis mudanças acontecem no presente e cabe a J ir até 1969 e resgatar seu parceiro antes que seja tarde demais.
Apresentando primeiro o vilão do filme, o roteiro já consegue impor um grande perigo que nos fará temer pelo que acontecerá com os protagonistas. Boris mostra ser uma figura ameaçadora logo nos primeiros minutos em que aparece, tornando-se um vilão tão interessante quanto aquele interpretado por Vincent D’Onofrio no primeiro Homens de Preto. A própria caracterização do personagem deixa claro que este é um ser que ninguém deveria provocar. E Jemaine Clement surpreende ao não deixar a ótima maquiagem atrapalhar seu trabalho, soando perigoso mesmo quando diz uma fala tão simples como “Você me completa!”.
Um filme que usa como elemento viagem no tempo precisa ter uma história bem amarrada e que não tenha furos facilmente perceptíveis. Nesse sentido, Homens de Preto 3 é bem sucedido. O roteiro consegue deixar claro como tudo funciona, apesar de usar diálogos explicativos criados claramente para explicar a trama. A transição do presente para o passado ainda é muito bem feita pelo diretor Barry Sonnenfeld, que chega a brincar com as diferenças entre a MIB e o “mundo normal”. Se a tecnologia da agência sempre esteve à frente do nosso tempo, o mesmo vale para o que ela era antigamente. Por exemplo, para os agentes da MIB, celulares já existiam (em seu formato gigante) na década de 1960 e a versão portátil dos neuralizadores ainda precisava de bateria, o que é interessante e mantém a lógica do universo de Homens de Preto.
Repetindo algo típico dos filmes da franquia, Homens de Preto 3 não perde a chance de divertir ao colocar várias celebridades como sendo alienígenas monitorados pela MIB (acredito que alguns dos rostos que aparecem nos televisores da agência não serão surpresa pra ninguém). O lado cômico do filme, aliás, brilha muito mais com os personagens do que propriamente com as piadas. Mas vale dizer que o roteiro tem algumas grandes sacadas, destaque para as cenas envolvendo uma criança no colo da mãe e a outra na qual J discute com alguns policiais quanto a um carro roubado.
Voltando a interpretar um dos papeis que o transformou no astro que conhecemos hoje, Will Smith aparece carismático como de costume. É interessante ver que o Agente J está devidamente mais maduro e experiente, não se atrapalhando tanto nas missões ou fazendo grandes discursos na hora de usar o neuralizador. Uma pena, no entanto, que Smith não consiga ser tão engraçado como já mostrou em outras oportunidades, desde a série The Fresh Prince of Bel Air até a própria franquia Homens de Preto (pelo menos o primeiro filme). Já Tommy Lee Jones tem uma boa presença em cena e volta a divertir com a seriedade de seu Agente K.
Mas do trio principal, surpreendentemente, o grande destaque fica a cargo de Josh Brolin. O ator convence muito bem como uma versão mais jovem de Tommy Lee Jones, desde o modo como se move em cena até o jeito texano como fala. Sendo o jovem Agente K muito mais descontraído e alegre do que a versão mais velha, Brolin cria um personagem interessante e que nos faz pensar o que aconteceu na vida do personagem para ele se tornar um cara tão sério e que não gosta muito de mostrar seus sentimentos. Além disso, a ótima química entre ele e Will Smith surge instantaneamente, como se os atores já tivessem trabalhado juntos.
Levando a sério o fato de um detalhe insignificante poder causar um grande estrago, Homens de Preto 3 consegue divertir do início ao fim. É bom ver uma franquia interessante voltar a ter uma produção de qualidade.
Cotação:

2 comentários:

Robertadear disse...

Obrigada dear.Vou ver esse filme na sexta-feira e vejo que nao vou me arrepender!Beijos.

Anônimo disse...

Pelo que você escreveu eu quero ver o filme. Não queria justamente porque o segundo tinha sido bem fraquinho.
=1