
Incrível. Absolutamente incrível. Tudo em
Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1 é perfeito. Não há o que reclamar neste filme, que não fez quase nenhum corte e foi fiel a obra original.
Era com muita expectativa que eu esperava ver este filme, porque As Relíquias da Morte é o meu livro favorito. Aqui ocorrem eventos memoráveis da saga de Harry Potter e devo dizer que houve momentos em que chorei enquanto o lia (e não foi diferente enquanto eu assistia ao filme).

Em
Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1, Harry e seus inseparáveis amigos Rony e Hermione não voltam para Hogwarts (que tem Severo Snape como atual diretor) e vão em busca das Horcruxes, objetos nos quais Lord Voldemort depositou pedaços de sua alma com o objetivo de ser imortal. Uma tarefa dificílima, já que o falecido Alvo Dumbledore parece não ter dado muitas pistas sobre onde encontrá-las e como destruí-las.


Em primeiro lugar, quero destacar o trabalho do roteirista Steve Kloves (que escreveu todos os roteiros da franquia com exceção de
A Ordem da Fênix). Ele conseguiu driblar os vários cortes que foram feitos ao longo da saga de forma simples e muito eficiente. Dois exemplos disso são quando Harry reencontra Dobby (o elfo doméstico que o ajudou em
A Câmara Secreta) e quando ele conhece Gui Weasley (um dos irmãos mais velhos de Rony). Harry deveria ter reencontrado Dobby em
O Cálice de Fogo. Depois disso, o elfo doméstico apareceria nos livros seguintes. Em
As Relíquias da Morte - Parte 1, quando os dois se reencontram, Dobby diz apenas: “Harry Potter, há quanto tempo!”. Quanto a Gui Weasley, ele deveria ter conhecido Harry, se não me engano, em
A Ordem da Fênix. Em
O Enigma do Príncipe ele é ferido por Lobo Greyback. Nesta sétima parte, ele diz um “Muito prazer, Harry” e menciona que a cicatriz no rosto veio com os cumprimentos do Comensal da Morte.

Outro cara que merece aplausos é David Yates, o diretor que passou de vilão a herói. Depois de não ter feito um trabalho muito bom em
A Ordem da Fênix, ele se recuperou em
O Enigma do Príncipe e chega à perfeição em
As Relíquias da Morte – Parte 1. Ele conduz cada cena com muita calma, algo que vi apenas meu ídolo Christopher Nolan fazer em seus filmes. Até as transições de cena não foram feitas de forma apressada. Yates conta a história da forma que deveria ser contada. Sua calma para conduzir o filme foi essencial na cena em que é explicado o que são as Relíquias da Morte.

Esta primeira parte do último capítulo da saga não tem como principal foco a ação, que fica em segundo plano. Os perigos que aparecem ao longo da história são apenas aqueles que deveriam ser mostrados. Não há nenhum exagero nessas cenas que são feitas exatamente como estão no livro.

Outro destaque no filme é o humor, característica dos filmes de Harry Potter. A cena em que vemos os sete Potters é muito divertida por nos apresentar uma situação inusitada. Mas os grandes momentos engraçados de
As Relíquias da Morte – Parte 1 são protagonizados, é claro, por Rony, que é um dos personagens mais divertidos dos livros/filmes. Há também uma pequena brincadeira com
Crepúsculo, que é bem engraçada (mas você precisa assistir ao filme legendado e saber que
Crepúsculo em inglês é Twilight).

Mas a melhor cena de
As Relíquias da Morte – Parte 1 nem está no livro. Em certo momento, Harry puxa Hermione para dançar ao som de O’Children, de Nick Cave. É, definitivamente, a mais bela cena de todos os filmes de Harry Potter. Ao mesmo tempo em que Harry dança com sua grande amiga, ele está dizendo a ela algo do tipo “Não se preocupe, no final tudo vai dar certo”. Aqui vemos, mais uma vez, o quanto Harry se preocupa com seus amigos e faz de tudo para que estes se sintam bem, mesmo que o momento não seja dos mais tranquilos. Só esta cena já vale o ingresso.

O trio principal dá um verdadeiro show de interpretações. Como eu havia dito na postagem anterior, Daniel Radcliff, Emma Watson e Rupert Grint são demais. Aqui eles estão melhores do que nunca. Eles deveriam receber um Oscar especial, como retribuição pelos dez anos de ótimo trabalho. Daniel Radcliff está engraçado em certos momentos (a cena dos sete Potters é divertida graças a ele), mas ele brilha por mostrar um Harry Potter muito mais amadurecido e determinado. Rupert Grint nos faz rir e também consegue mostrar que a situação em que Rony Weasley se encontra é muito difícil, pois ao mesmo tempo em que quer ajudar seu amigo, ele está muito preocupado com sua família. Mas entre os três, Emma Watson (linda como sempre) é quem mais consegue se destacar, mostrando Hermione como uma garota muito forte. O que ela sofre durante o filme não é para qualquer um.

Finalizado em um momento simplesmente perfeito,
Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1 conseguiu fazer algo que nenhum outro filme do bruxo fez nos últimos seis anos: se tornar o meu favorito. O gosto de “quero mais” deste filme é muito melhor do que o dos outros. Não há palavras suficientes para descrever. Como meu amigo Eduardo (que foi na pré-estreia) disse: “Este filme tem apenas uma falha. Ele não acabou ainda”. Agora é esperar nove meses para ver o
gran finale.
P.S.: Li esta semana que alguns sites especializados em Harry Potter estão pensando em encerrar os seus trabalhos após o lançamento do último filme. Acho que eles não deveriam fazer isso, pois futuramente vai haver uma nova geração que vai se interessar pela saga de Harry. Além do mais, ano que vem vai fechar dez anos da existência da franquia nos cinemas, e muitas edições especiais dos filmes serão lançadas. Estes sites ainda terão muitas coisas sobre Harry Potter para postar/divulgar, pois ele é como todos os personagens da literatura e do cinema: ETERNO.

Cotação: