Recentemente, o Quarteto
Fantástico ganhou um reboot que
buscou dar nova roupagem aos heróis e contar melhor uma história que fora
pobremente aproveitada na primeira investida. Mas mesmo sendo superior aos
longas anteriores dos personagens, o filme não empolgou, representando mais um
desperdício do potencial da equipe de heróis. Pois o mesmo pode ser dito sobre Hitman.
Levado aos cinemas pela primeira vez no desastroso Hitman: Assassino 47, o jogo de videogame aperta o botão “reset” em
sua história no cinema neste Hitman:
Agente 47, que infelizmente não apresenta um avanço significativo se
comparado com seu antecessor.
Escrito por Michael Finch e pelo mesmo
Skip Woods do primeiro filme (o que me faz pensar que os produtores são loucos
por terem decidido repetir a parceria), o reboot
coloca o personagem-título (dessa vez interpretado por Rupert Friend) atrás de
Katia van Dees (Hannah Ware), considerada a única pessoa capaz de encontrar o
pai desaparecido, Dr. Litvenko (Ciarán Hinds), cientista que criou o programa que
gerou figuras como o protagonista, ou seja, seres geneticamente modificados que
trabalham como assassinos profissionais. 47 precisa encontrar Katia antes da
organização comandada por Antoine Le Clerq (Thomas Kretschmann), já que este pretende
usar o pai dela para criar novos e aprimorados assassinos.
A trama é uma bobagem desenvolvida
de maneira óbvia e conveniente pelo roteiro (há dois momentos em que vemos personagens
só baterem o olho em um mapa e já localizarem uns aos outros), e nem as
reviravoltas surpreendem. É algo que acaba servindo mais para que o filme tenha
um palco para as cenas de ação. Nisso, o roteiro até se esforça um pouco para
lembrar seu material de origem, utilizando ao máximo as habilidades de 47, que
constantemente se adianta aos passos dos adversários, o que justifica sua capacidade
de discrição. Mas o diretor estreante Aleksander Bach não chega a utilizar isso
para criar algum momento que mereça destaque, sendo que ele parece mais
preocupado com a estilização do filme do que com o conteúdo. Além disso, pontualmente
podemos ver claramente que os atores são substituídos por bonecos digitais e
que explosões e espirros de sangue foram feitos por computador, tirando
qualquer peso que as cenas poderiam ter.
Já em relação aos personagens, o filme
até aparenta querer explorar a humanidade de 47 e Katia. Esta última, aliás, não
consegue viver uma existência normal, e Aleksander Bach faz questão de mostrar
isso ao trazê-la em determinado momento isolada em um trem olhando para pessoas
felizes em suas respectivas vidas. Mas esse é um aspecto tratado
superficialmente, não ajudando os personagens a serem interessantes. Em meio a
isso, Rupert Friend faz o possível para trazer alguma credibilidade a 47, se
saindo levemente melhor do que Timothy Olyphant, seu antecessor no papel, ao
passo que Hannah Ware surge pouco expressiva como Katia, e a dinâmica entre os
dois atores é quase inexistente. E se Thomas Kretschmann aparece pela segunda
vez no ano interpretando um vilão que praticamente não faz nada (o ator esteve
ainda em Vingadores 2), Zachary
Quinto tem em John Smith uma figura que quer ser uma espécie de T-1000, mas que
se mostra ridículo com suas motivações tolas.
Assim como o longa anterior, Hitman: Agente 47 é um filme de ação
que, por mais que se esforce (se é que podemos dizer isso), não consegue ser minimamente
aceitável, resultando em uma produção genérica e facilmente esquecível. Dessa
forma, é inevitável pensar que é muito melhor encarnar o Agente 47 no jogo. Ao
menos nessa mídia as missões do personagem são entretenimentos bacanas.
Obs.: Há uma breve cena pouco
depois do início dos créditos finais.
Nota:
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