Depois do sucesso que Rio
alcançou em 2011, era apenas uma questão de tempo até termos uma continuação. E
ela chega agora, trazendo seus personagens em uma nova aventura. Mas dessa vez
o Rio de Janeiro dá espaço para a Amazônia, que serve como palco principal para
a animação. No entanto, enquanto o primeiro conseguia divertir com as figuras
que desfilavam pela tela mesmo não tendo muita originalidade, esta sequência conta
com alguns dos mesmos problemas vistos lá e ainda se revela pouco inspirada.
Escrito pelo diretor Carlos
Saldanha em parceria com Don Rhymer, Rio 2 mostra que Blu (Jesse Eisenberg) e
Jade (Anne Hathaway) continuam felizes no Rio de Janeiro, agora com seus três
filhotes, Carla (Rachel Crow), Bia (Amandla Stenberg) e Tiago (Pierce Gagnon).
É quando a Linda (Leslie Mann) e seu agora marido Tulio (Rodrigo Santoro)
descobrem que existe a possibilidade de haver outras araras azuis na Amazônia, fazendo
todos saírem numa viagem até lá. Eles acabam encontrando a família de Jade,
inclusive o pai dela, Eduardo (Andy Garcia), que não vê Blu com bons olhos. Mas
o local está ameaçado, já que o dono de uma madeireira está desmatando as
florestas. Ao mesmo tempo, o antigo vilão Nigel (Jemaine Clement) planeja uma
vingança contra Blu com a ajuda da rã Gabi (Kristin Chenoweth) e do tamanduá
Carlitos.
Ao longo do filme, Carlos
Saldanha aposta bastante em planos gerais que contemplam os belos lugares por
onde os personagens passam. Nesse quesito, aliás, a sequência em que Blu e os
outros estão indo para a Amazônia chama a atenção, já que no caminho eles
passam por cidades como Brasília e Salvador. E a mensagem ambiental do filme,
que chama atenção para os desmatamentos na floresta amazônica, não deixa de ser
relevante mesmo sendo passada de maneira muito superficial pelo roteiro.
Mas essas virtudes, somada ao
carisma dos personagens principais, não são o bastante para
compensar uma série de problemas graves que impedem o filme de ser uma animação
interessante. A relação entre Blu, Jade e Eduardo tem um desenrolar formuláico,
clichê e, consequentemente, previsível, lembrando muito filmes como Entrando
Numa Fria. Já os números musicais não empolgam tanto quanto poderiam, além de
não terem canções das mais cativantes e na maioria das vezes interromperem o
desenvolvimento da história, ao contrário do que ocorre, por exemplo, em
Frozen, onde tudo é aproveitado a favor da narrativa.
Enquanto isso, a subtrama da
vingança de Nigel fica bastante perdida em meio aos vilões responsáveis pelos
desmatamentos, o que até faz o personagem ser um tanto descartável. E se os
novos personagens aos quais somos apresentados são bem estereotipados, desde os
filhotes do casal principal até os capangas de Nigel, as gags incluídas pelo
roteiro se revelam muito bobas na maioria das vezes. A exceção nesse caso fica
por conta da sequência onde os pássaros sambistas Pedro (Will i Am) e Nico
(Jamie Foxx) promovem testes para sua escola de samba, que rende ótimos
momentos de humor negro, nos fazendo relevar um pouco o fato de não acrescentar
absolutamente nada a história, servindo mais para que os dois alívios cômicos
da produção tenham algo para fazer.
Assim, Rio 2 acaba sendo uma
animação nada memorável e que, infelizmente, desperdiça seus adoráveis personagens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário