Fiz uma sessão dupla com Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos e R.I.P.D. - Agentes do Além, mas devo dizer que não foi uma sessão das melhores. Deixo aqui meus comentários sobre os dois filmes.
Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos
Clary Fray (Lily Collins) presencia um assassinato em uma boate cometido por Jace Wailand (Jamie Campbell Bower), mas se surpreende por ter sido a única que viu isso acontecer. Ao conhecer Jace, Clary descobre que sua mãe, Jocelyn (Lena Headey), era uma Caçadora de Sombras, e que a vítima na boate era na verdade um demônio. Clary passa a interagir com esse universo misterioso, repleto de criaturas ameaçadoras, e ao lado de Jace e outros Caçadores de Sombras ela tenta encontrar o Cálice Mortal antes do vilão Valentine (Jonathan Rhys Meyers).
Baseado no livro de Cassandra Clarke (que não li), Os Instrumentos Mortais se revela desinteressante ao longo de suas mais de duas horas de duração, trazendo ainda uma história que suga elementos de outras séries famosas. Aqui, os humanos são chamados de “mundanos”, lembrando os “trouxas” de Harry Potter, sem falar que temos inclusive um triângulo amoroso a lá Crepúsculo entre Clary, seu amigo Simon (Robert Sheehan) e Jace, algo que rende conflitos bobos e até constrangedores.
Enquanto isso, apesar de o roteiro escrito por Jessica Postigo divertir de vez em quando (como quando descobrimos que um famoso compositor era um Caçador de Sombras ou a cena em que Jace se livra de suas armas, em uma gag clichê, mas que ainda funciona), na maior parte do tempo o filme se preocupa em trazer diálogos involuntariamente risíveis (“Não lembro de nada do que ela queria que eu esquecesse”) ou repetitivos (“Não confie em ninguém”) e cenas de ação pouco eficientes. Pra completar, os personagens demonstram ser aborrecidos demais, o que dificulta o envolvimento com a história.
Infelizmente, Os Instrumentos Mortais acaba sendo mais uma furada de Hollywood em tentar estabelecer uma franquia satisfatória baseada em um best-seller infantojuvenil.
R.I.P.D. – Agentes do Além
R.I.P.D. lembra muito filmes como Homens de Preto e Ghost. Mas é uma pena que essa produção dirigida por Robert Schwentke (o mesmo de Plano de Voo e Red) não tenha a mesma qualidade dessas obras, falhando em quase tudo que tenta fazer ao longo de sua história.
Baseado nos quadrinhos de Peter M. Lenkov, o roteiro escrito por Phil Hay em parceria com Matt Manfredim, e com argumento concebido por eles e David Dobkin, traz no centro de sua história o policial Nick Walker (Ryan Reynolds), que foi assassinado por seu parceiro, Bobby Hayes (Kevin Bacon). Chegando ao Paraíso, Nick aceita fazer parte do Departamento Descanse em Paz, e ao lado de seu novo parceiro, Roy Pulsipher (Jeff Bridges), precisa prender sujeitos que ficaram na Terra mesmo depois de mortos. Ao mesmo tempo, Nick tenta entrar em contato com sua esposa, Julia (Stephanie Szostak).
R.I.P.D. surge com uma premissa que poderia render algo muito divertido. No entanto, o roteiro prefere investir em clichês, como os parceiros de personalidades diferentes que são obrigados a trabalhar juntos, além de desenvolver mal os elementos que busca apresentar (toda a lógica do departamento, por exemplo, é deixada de lado). Já as gags surgem muito pouco inspiradas, sendo que a melhor delas, o fato de Nick e Roy surgirem aos olhos dos humanos como um velho chinês e uma loira sensual, respectivamente, é repetida várias vezes e sem o devido cuidado, revelando a falta de criatividade do roteiro.
Trazendo um Ryan Reynolds desinteressante no papel de Nick e um Jeff Bridges cuja composição caricatural como Roy não causa tantos risos quanto poderia, R.I.P.D. ainda tem cenas de ação que não empolgam e efeitos visuais ineficazes. Isso até torna surpreendente o fato de terem sido gastos 130 milhões em sua produção.
Uma pena que a premissa curiosa tenha se perdido em meio a tudo isso.
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