quarta-feira, 20 de março de 2013

Breve Comentário - A Busca

A Busca não deixa de compartilhar um elemento bastante comum ao de outros filmes: casal precisa colocar panos quentes em seus problemas por um motivo maior do que eles (nesse caso, o filho desaparecido). Mesmo assim, esta nova produção se mostra interessante em seus minutos iniciais (quando fica mais ou menos estabelecido como que os personagens chegaram àquele ponto no relacionamento), dando indícios de que o virá a seguir será um filme tenso, com um pai à procura de seu filho. Mas é uma pena que não seja isso que aconteça ao longo da projeção.
Escrito por Elena Soarez e pelo diretor Luciano Moura, A Busca nos apresenta a Theo Gadelha (Wagner Moura), médico que tem uma relação conturbada tanto com a esposa, Branca (Mariana Lima), quanto com seu filho, Pedro (Brás Antunes). Prestes a completar 15 anos, Pedro foge de casa deixando seu pais desesperados. Sendo assim, o casal esquece qualquer tensão que havia entre eles, e Theo parte em busca do filho desaparecido, seguindo qualquer pista quanto ao seu paradeiro e com a promessa de voltar apenas quando encontrá-lo.
Apesar de a jornada de Theo poder ser uma metáfora de um pai tentando (literalmente) se aproximar do filho, Luciano Moura impõe um ritmo calmo demais para guiar a história, não conseguindo colocar um tom de urgência a toda situação, o que compromete muito a tensão que o filme poderia ter. Isso ainda piora graças à tranquilidade que o protagonista passa a ter quando ele pensa estar chegando perto de cumprir seu objetivo, o que é até lamentável se considerarmos que, antes disso, Wagner Moura consegue retratar muito bem a preocupação do personagem, como quando ele está em um bote e grita por se sentir um tanto impotente.
Além disso, o roteiro assume uma estrutura episódica de road movie quando Theo passa a seguir os rastros do filho, colocando em seu caminho algumas pessoas que parecem gostar de ser obstáculos, não tendo muita vontade de prestar ajuda mesmo sabendo que auxiliaram o garoto em alguma coisa. Como se não bastasse, é incrível a falta de noção que os personagens mostram ter em determinado momento, já que com um pouco de inteligência eles certamente poderiam acabar com o grande mistério da história na metade da projeção.
Pouco envolvente e com momentos de humor que destoam muito da história (como quando Theo rouba um celular), A Busca infelizmente é um filme que não chega a aproveitar tão bem sua premissa, não sendo tão bom quanto poderia.
Cotação:

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